domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mal de Alzheimer: Estimulação elétrica no cérebro pode reverter danos do Alzheimer


Uma técnica que estimula os tecidos cerebrais com impulsos elétricos pode atenuar a perda cognitiva causada pelo Alzheimer, o tipo de demência mais frequente entre idosos. A equipe coordenada pelo neurocientista Andrés Lozano, do Hospital Western Toronto, no Canadá, verificou diminuição de glicose no lobo temporal e cíngulo posterior, em seis pessoas com a doença, submetidas à estimulação cerebral (DBS, na sigla em inglês).

Os resultados foram publicados no Annals of Neurology. Segundo Lozanno, a diminuição do hipocampo e cíngulo superior especificamente (áreas importantes no desempenho da memória) pode estar associada a menores quantidades de glicose nestas regiões. A DBS consiste em enviar impulsos elétricos ao cérebro através de eletrodos implantados na região craniana. Os condutores foram colocados próximos ao fornix – um feixe de neurônios que envia e recebe sinais do hipocampo - em pessoas diagnosticadas com Alzheimer pelo menos 12 meses antes.

Após um ano de realização dos experimentos, os pesquisadores constataram que o método não somente evitou que o hipocampo diminuísse, mas o fez crescer em duas pessoas – cerca de cinco por cento em uma e oito por centro em outra. Estes dois participantes apresentaram melhora das funções cognitivas além do esperado, embora os outros quatro voluntários não. Apesar de Lozano não saber exatamente como o tratamento funcionou, outro trabalho recente de sua equipe com ratos sugere que a estimulação elétrica pode ter levado ao nascimento de neurônios no cérebro. O estimulo empregado em ratos desencadeou a produção de proteínas que auxilia neurônios a formar novas conexões. 

Os pesquisadores pretendem realizar testes com um grupo de 50 pessoas, mas o médico John Wesson Ashford da Universidade Stanford, Califórnia, questiona o alcance prático desta abordagem, quando há milhões de pessoas com Alzheimer. Lozano aponta que cerca de 90,000 pessoas pelo mundo com a doença de Parkinson receberam a estimulação cerebral. A incidência de Alzheimer é somente cinco vezes maior. Assim como foi possível usar o procedimento no primeiro caso, também poderá ser usado em indivíduos com demência degenerativa.



Fonte: UOL.COM

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