sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cajueiro de Pirangi: A feirinha de artesanato do Maior Cajueiro do Mundo será retirada do local onde funciona atualmente



A feirinha de artesanato do Maior Cajueiro do Mundo será retirada do local onde funciona atualmente. São 39 quiosques que serão relocados. O contrato de um projeto denominado Complexo Turístico do Cajueiro de Pirangi, em Parnamirim (RN) foi assinado na última quarta-feira pelo secretário estadual de Turismo e presidente da Emprotur, Ramzi Elali, com representantes da empresa Cunha Lanfermann Engenharia e Urbanismo. Com as mudanças previstas, os quiosques serão levados para uma área que ficará acima da copa da árvore, considerada a maior do mundo de sua espécie. É uma obra de engenharia sustentável, alega o Governo do Estado. Mas que deixou os comerciantes no local apreensivos.


Entre mil e 1.300 pessoas se beneficiam direta e indiretamente com o dinheiro proveniente do lucro nas lojas e quiosques. Na feirinha se vendem produtos típicos da arte e da culinária potiguar. O objetivo é potencializar a exploração e o uso sustentável daquela área. E deixar o espaço livre. "Tudo será feito sem prejudicar os comerciantes naquela área", garante Sânzia Cavalcanti, subsecretária de turismo do Estado. O projeto propõe a criação de um conjunto arquitetônico aéreo, elevado a 10,50 metros do nível do solo, construído em madeira de reflorestamento, constituído por módulos apoiados em torres interligadas por passarelas, que definem um percurso sobre a copa do Cajueiro criando um grande mirante que irá possibilitar ao visitante admirar todo o complexo e o seu entorno.

Os investimentos para elaboração deste projeto são do Ministério de Turismo com uma contrapartida estadual. "Após sua implantação, o Cajueiro de Parnamirim poderá crescer 30% da sua área atual em direção de onde hoje se encontram as lojas. Uma vez que estas lojas serão construídas na parte superior da copa da árvore, de acordo com o projeto", explicou Sânzia Cavalcanti.

Associação

O diretor da Cunha Lanfermann, Marcelo Figueiredo, fez essa semana uma visita técnica ao local. A visita também teve a participação da Associação dos Moradores de Pirangi do Norte (Amopin). De acordo com o presidente da associação, Francisco Cardoso, os comerciantes estão apreensivos com a mudança. "Eles estiveram aqui e viram a área. Disseram que vão trabalhar em cima do projeto. Não sabemos nada sobre retirada, substituição, nada disso", afirmou Cardoso. Ele diz que há comerciantes no local que trabalham há mais de 40 anos com esse tipo de serviço turístico. "O mais complicado desse cajueiro vai ser retirar essas lojas. Para onde vai esse pessoal? Torço para que haja uma solução boa para todo mundo e que tudo seja feito de forma que não prejudique os lojistas".

Sobre o temor dos comerciantes, a subsecretária diz que o governo não fará nada sem diálogo. "Começamos esse projeto agora. Ontem [quarta] foi assinado o contrato e emitimos a ordem de serviço. Tudo que for feito terá a participação das partes interessadas. Teremos audiências públicas com a Amopin e estamos apenas começando a pensar nesse projeto. Está na fase da concepção e acho quenão há motivos para apreensão".

Os recursos para elaboração do projeto são da ordem de R$ 275.441,60 oriundos do Prodetur Nacional e o prazo para execução dos trabalhos será de seis meses. A equipe da Setur, responsável pelo Prodetur, assinou a ordem inicial de serviços para elaboração de estudos de concepção, projetos básico e executivo de engenharia do novo Complexo Turístico. É tudo o que está certo, por enquanto. 

Mudanças beneficiarão crescimento da árvore

O gigante cajueiro de Pirangi do Norte não é a única atração do parque. As lojas e quiosques fazem parte do complexo visitado por turistas do mundo inteiro anualmente. Por dia, durante os meses de dezembro a março, o local recebe cerca de 500 visitas, incluindo escolas e idosos, turistas e outros interessados em conhecer o Maior Cajueiro do Mundo. Nos meses considerados de baixa estação, o parque também recebe número considerável de visitantes, cerca de 200 por dia. "Gostei muito do que vi aqui. Organizado, limpo, de bom gosto. Há de tudo. Comprei uma bolsa e uma canga para banho de praia", afirmou a turista goiana Amanda Gomes Filho.

As mudanças são necessárias para dar mais folga para que o cajueiro possa crescer. A árvore tem uma anomalia. Quando seus enormes galhos tocam o chão, criam raízes que os fazem crescerem como se fossem outra árvore. O maior cajueiro do mundo está localizado à 25 km de Natal, rumo ao litoral sul na rota do sol (RN-063), na praia de Pirangi, município de Parnamirim, e é um dos pontos turísticos de maior visibilidade no Rio Grande do Norte. Ele foi plantado em 1888 pelo pescador Luiz Inácio de Oliveira.

O cajueiro atualmente ocupa uma área de 8.500 m², correspondente à superfície de mais de 70 árvores de porte normal, podendo dar aproximadamente 80 mil frutos entre os meses de novembro e janeiro. Por sinal, quem visita o cajueiro pode até mesmo tomar suco de caju retirado da planta. O Governo do Estado alega que a construção do Complexo Turístico do Cajueiro de Pirangi é necessária para promover o uso turístico sustentável da árvore. 


Fonte: Dn Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário