quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Comissão do Congresso aprova Orçamento; plenário decidirá reajuste de aposentados


A Comissão Mista do Orçamento 2012 finalmente conseguiu aprovar nesta quinta-feira (22) o relatório do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para determinar quanto o governo poderá gastar no próximo ano. O ponto mais polêmico –os reajustes para funcionários públicos e aposentados– ficou para decisão do plenário do Congresso, uma vez que a comissão rejeitou dois destaques do DEM com essa proposta.
Os oposicionistas também sugeriam aumentos para servidores do Judiciário e do Ministério Público da União (MPU). O plenário se reunirá ainda nesta noite.

Sem conceder reajustes a servidores do Judiciário nem criar política de aumento para aposentados, o texto pode não ser votado no plenário se não houver quórum. O clima tenso dos últimos dias amainou com um acordo com os oposicionistas para a inclusão de obras do Rodoanel paulista entre as beneficiárias de recursos federais. Mas o reajuste dos aposentados e dos funcionários do Judiciário não foi contemplado, apesar dos manifestantes presentes.


A tática oposicionista de protelar o debate e a falta de pressão do próprio governo Dilma Rousseff podem levar o Orçamento a ser votado no plenário apenas em 2012 --adiando empenhos das polêmicas emendas parlamentares. Vários parlamentares já anteciparam a volta aos seus Estados, adiantando o recesso.

Na primeira parte da sessão, cinco obras de infraestrutura foram excluídas da peça orçamentária por indícios de irregularidades detectados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Outras 22 na mesma situação foram endossadas pela comissão. Caso o texto não seja aprovado no plenário, o Palácio do Planalto começará o novo ano não podendo gastar mais que um décimo das receitas previstas para os próximos 12 meses.

As obras suspensas são as obras da linha três do metrô do Rio de Janeiro, da barragem de um rio no Piauí e de outro em Tocantins, as de drenagem em Tabuleiro do Martins, em Alagoas, e da construção de mais uma marginal em São Paulo. O plenário pode remover essas restrições, que quase foram estendidas à refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Bate-boca
As alfinetadas entre governistas e oposicionistas começaram durante a aprovação do relatório do COI (Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras com Indícios de Irregularidades Graves), do deputado Weliton Prado (PT-MG). O líder do DEM na comissão, Cláudio Cajado (BA), se exaltou diante da suspeita de que João Magalhães (PMDB-MG) tivesse votado pelo relator, que não estava na sala.

“Fraude! Fraude! Fraude! Essa votação está sob suspeição. Desse jeito não podemos prosseguir”, disse o oposicionista, esmurrando a mesa. Uma gritaria se instalou. Um deputado gritou a Magalhães: “Que feio, deputado”. O peemedebista respondeu. “Bonito é o senhor.” O relatório principal nem sequer começou a ser lido. “Vocês querem me deixar doido”, disse o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

As principais discordâncias estavam na definição de um reajuste para os aposentados e pensionistas –que compareceram ao Congresso na quarta-feira (21) para pressionar os parlamentares– e no aumento de compensações a Estados exportadores, afetados pela valorização do real. Por conta de servidores do Judiciário, que cobram aumento de salário e ameaçam parar os serviços no início de 2012, a reunião teve de ser suspensa e transferida para outra sala de comissões.

A comissão havia planejado votar o relatório na manhã de quarta, o que não ocorreu. Nova tentativa foi feita durante a tarde, sem sucesso. À noite, Vital acabou adiando a votação para o último dia do ano legislativo. Uma fonte do Palácio do Planalto afirmou ao UOL Notícias que o esforço do governo para aprovar a medida ainda este ano será
“modesto”.



Fonte: Uol.Com

Cordel digital

Tradição nordestina ganha espaço na rede com obras completas disponibilizadas por instituições. Foto: Reprodução
Popularizada em feiras livres da Região Nordeste do Brasil, onde seus
folhetos impressos em papel pardo adornados por xilogravuras ficavam
expostos em varais, a literatura de cordel também pode ser acessada via internet. Uma das principais fontes para tal é a Fundação Casa de Rui Barbosa, localizada no Rio de Janeiro.

Repositório de literatura popular desde 1989, o órgão disponibilizou parte do acervo de 9 mil folhetos em um site especialmente construído para facilitar o acesso remoto.
Segundo Dilza Ramos Bastos, chefe de Serviço de Biblioteca da instituição, o trabalho começou em 2001. Inicialmente, a ideia era divulgar o material por meio de CDs e, depois, migrou para a rede.
A digitalização foi uma medida importante para a preservação do próprio acervo, que passou a ser menos manipulado por pesquisadores.
“Nós diminuímos a manipulação e facilitamos o acesso à informação visual do texto e das ilustrações”, explica. “Hoje são raros os casos em que precisamos dar acesso direto ao documento.”
A origem exata da literatura de cordel é difícil de ser pontuada. Formas literárias similares são encontradas em outros países, como França, Espanha e Portugal. Os romances ibéricos em versos, oriundos da tradição oral e posteriormente impressos em folhetos, e os desafios improvisados do Nordeste, são indicados por pesquisadores como algumas das forças criadoras do cordel. Surgido na primeira metade
do século XIX em Pernambuco e na Bahia, a forma clássica do cordel atingiu o auge da produção entre 1930 e 1960.

Impressos em papel barato, os folhetos de cordel mediam cerca de 12×18 centímetros e possuíam de oito a 32 páginas, ilustradas com imagens reproduzidas de jornais ou xilogravuras. Seus versos rimados relatavam desde temas tradicionais (como os romances de cavalaria medieval) até eventos sociais, econômicos e políticos brasileiros, como o fenômeno do cangaço ou o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954.Um dos primeiros cordelistas a imprimir e vender seus versos foi o paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918), autor de Peleja de Manoel Riachão com o Diabo, publicado, provavelmente, em 1889. Tal -folheto pode ser lido e impresso na íntegra pelo usuário por meio do site da Fundação Casa de Rui Barbosa (www.casaruibarbosa.gov.br/cordel).
Outras instituições como a Fundação Joaquim Nabuco, a Academia Brasileira de Literatura de Cordel e até mesmo a Biblioteca do Congresso norte-americano possuem acervos digitais semelhantes.
Atualmente, existem 2.340 folhetos digitalizados no banco de dados virtual da instituição, inaugurado em julho de 2008. A escolha das obras publicadas na rede procurou obedecer aos critérios de direitos autorais e de raridade. Por causa disso, apenas 25% dos 9 mil folhetos foi disponibilizado para o acesso via internet. O número corresponde aos autores que já caíram em domínio público ou cujos herdeiros autorizaram sua reprodução.
Para o presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Gonçalo Ferreira da Silva, todos os meios de comunicação acabam se constituindo como novos espaços de produção e divulgação dos cordéis. “Muita gente pensou no início que o rádio de pilha acabaria com a literatura de cordel. Pelo contrário, ele serviu como veículo de divulgação para os cordelistas e repentistas”, reflete o cordelista nascido na cidade cearense de Ipu, em 1937.

Onde encontrar
Sem a necessidade de cadastro, é possível folhear e imprimir em baixa resolução os cerca de 2340 cordéis do acervo. No entanto, a mecânica de busca do banco de dados é um pouco complicada.
Possui um bom acervo de cordelistas contemporâneos, mas disponibiliza apenas capas e os versos em texto, sem a diagramação de um cordel impresso.
Apresenta 41 folhetos de cordel do acervo da instituição na íntegra, em formato pdf.
Reúne informações, biografias e imagens de folhetos de cordel.O conteúdo, porém, está em inglês.



Fonte: Carta Capital

NOVA AMSTERDAM: Filme conta a história da ocupação holandesa no Rio Grande do Norte, entre 1633 e 1645.


A produção do filme “Nova Amsterdam”, de Edson Soares, passou por  Natal, Goiaininha e em Canguaretama para filmagens com os índios da comunidade do Catu.
Índios da comunidade do Catu (UOL)
“Nova Amsterdam” conta a história da ocupação holandesa no Rio Grande do Norte, entre 1633 e 1645.
Os protagonistas são interpretados pelos modelos natalenses Daniel Jesus e Thalita Santos, e o grande destaque do elenco é a atriz Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata em Berlim, pelo filme “A Hora da Estrela”, de Suzana Amaral.
Depois de Goianinha, a produção segue para Canguaretama, onde será filmada a sequência do massacres de Cunhaú, e logo em seguida para São Gonçalo do Amarante, onde aconteceu o massacres de Uruaçu.

Veja as fotos do filme "Nova Amisterdan" gravado no Cunhaú.












Fonte: Revista de cinema UOL                       Fotos: Blog FM Manguezal 

Dom Jaime Vieira é o novo arcebispo de Natal


Sua Santidade aceitou renúncia de Dom Matias Patrício e nomeou Vieira, cuja posse é em fevereiro.



O Papa Bento XVI aceitou a renúncia do Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Matias Patrício de Macêdo, nesta quarta-feira, dia 21 de dezembro, em conformidade com o Código de Direito Canônico, que recomenda que todo Bispo que complete 75 anos de idade deve apresentar renúncia ao cargo.

Dom Matias completou 75 anos em 14 de abril de 2011, mês em que apresentou o pedido de renúncia. O Santo Padre, Papa Bento XVI, nomeou o Bispo de Campina Grande-PB, Jaime Vieira Rocha, como o novo Arcebispo Metropolitano de Natal. A data da posse dia 26 de fevereiro, na Catedral Metropolitana de Natal.

A partir de hoje até o dia da posse, Dom Matias será administrador apostólico de Natal. Nas missas, na oração eucarística, os padres dirão: "pelo nosso bispo eleito Jaime e pelo nosso administrador apostólico Matias".

O novo arcebispo
Dom Jaime Vieira Rocha é natural de Tangará-RN, paróquia da Arquidiocese de Natal, onde nasceu em 30 de março de 1947, filho de José Patrício de Melo e Maria Nini Rocha. Fez os estudos de Filosofia e Teologia na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo-SP.

É formado em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, e IBRADES, no Rio de Janeiro-RJ. Também fez o curso de Atualização para Formadores de Seminários, em Roma, Itália.

Foi ordenado padre no dia 01 de fevereiro de 1975, em Natal-RN. Foi nomeado Bispo da Diocese de Caicó-RN, em 29 de novembro de 1995. A ordenação episcopal aconteceu no dia 06 de janeiro de 1996, na Basílica de São Pedro, em Roma, na Itália, pelo então Papa João Paulo II. Escolheu como lema: "Scio Cui Crediti" (Sei em quem acreditei).

 Dom Jaime governou a Diocese de Caicó por nove anos - de 1996 a 2005. Em 2005 foi transferido para a Diocese de Campina Grande-PB, onde permaneceu até agora.No período de 1997 a 2003, Dom Jaime foi o Bispo Referencial da Comissão Episcopal Regional para a Vida e a Família; de 2007 a 2008, acumulou o cargo de Bispo da Diocese de Campina Grande com o de Administrador Apostólico da Diocese de Guarabira-PB.

Atualmente é o Bispo Referencial da Comissão Episcopal Regional para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, do Regional Nordeste 2; e membro da Comissão Episcopal para a Amazônia, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.



Fonte: Nominuto.Com

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Nasa descobre dois planetas do tamanho da Terra


Planetas são aparentemente rochosos e orbitam estrela similar ao Sol


Astrônomos da missão Kepler anunciaram hoje (20) a descoberta de dois planetas do tamanho da Terra e que estão orbitando uma estrela similar ao Sol. Os planetas Kleper-20e e Kleper-20f são aparentemente rochosos e têm composição parecida com a Terra, como núcleo composto por 32% de ferro e manto de silicato (68%). Cientistas também acreditam que o Kepler-20 f pode ter desenvolvido uma atmosfera com vapor d'água.
Cientistas estão buscando planetas do tamanho da Terra como um possível lugar para vida extraterrestre, disse Francois Fressin do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e autor do estudo publicado hoje no periódico científico Nature. “O objetivo do Kepler é encontrar planetas do tamanho da Terra na zona habitável. Provar a existência de exoplanetas do tamanho da Terra é um grande passo para alcançar esse objetivo", disse. Os dois planetas estão a 950 anos-luz da Terra, distância que uma nave espacial demoraria 36 milhões de anos para percorrer.
Um dos planetas é apenas 3% maior do que a Terra e o outro, 13% menor, de proporção um pouco inferior à de Vênus.Embora sejam aparentemente rochosos, eles são quentes demais – entre 815 ºC e 426ºC – para serem habitáveis por humanos, por exemplo. Os dois planetas orbitam muito perto de sua estrela, a Kepler-20. O planeta maior, Kepler-20f, completa um ano em 19,5 dias e deve ter uma atmosfera espessa de vapor d'água, enquanto o menor, Kepler-20e, dá uma volta completa na estrela em apenas 6,1 dias.
Sistema fora do comum
Além dos dois planetas de tamanhos semelhantes ao da Terra, os astrônomos descobriram que o sistema contém três outros planetas maiores. Os cinco planetas têm orbitas parecidas com o de Mercúrio.

 Os sistema também mostrou ter uma estrutura inesperada.Enquanto no sistema solar os pequenos planetas rochosos orbitam mais próximos do Sol e os planetas gigantes e gasosos, mais afastados, os planetas do Kepler-20 são organizados em tamanho alternados: grande, pequena, grande, pequeno, grande.
Foto: NASA/JPL-Caltech/T. PyleAmpliar
Ilustração compara tamanho dos planetas. Da esquerda para a direita: Kepler-20e, Vê nus, Terra e Kepler-20f
Busca de exoplanetas
Até agora, 708 planetas foram detectados em 534 sistemas solares, segundo um cálculo compilado pela Enciclopédia de Planetas Extra-solares. Quase todos são gigantes gasosos ou estão situados perto ou longe demais de sua estrela para permitir que haja água - substância que permite a existência de vida - em estado líquido.

Apenas três foram confirmados como rochosos e orbitam a "zona Goldlocks", onde a temperatura é agradável. Dois deles, Gliese 581d e HD 85512b, orbitam estrelas mais frias e menores que o Sol. O terceiro é o Kepler-22b, anunciado em 5 de dezembro, que 2,4 vezes o tamanho da Terra e orbita uma estrela similar ao Sol a cada 290 dias.

As duas novas descobertas foram encontradas por uma equipe chefiada por François Fressin, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, usando o telescópio espacial orbital Kepler, da Nasa.

Lançada em março de 2009, a missão Kepler, avaliada em US$ 600 milhões, monitora mais de 150 mil estrelas a partir de minúsculas variações de luz.

Este pode ser o sinal de um planeta que está passando em frente a uma estrela e, quando o faz, provoca oscilações na luz que chega ao telescópio.

Até agora, o Kepler conseguiu identificar 2.326 "candidatos a planetas", descobertas que podem se revelar exoplanetas se forem confirmados em futuras observações.

Os astrônomos da Nasa atribuem o nome Kepler e um número à estrela onde o telescópio detectou exoplanetas. Estes são, então, identificados em letras de caixa baixa, na ordem da descoberta. Por exemplo, o Kepler-12b foi o segundo exoplaneta encontrado na órbita da estrela Kepler-12.

(Com informações da AFP e da AP)


Fonte: IG.Com

DRU - Senado aprova mecanismo que permitirá a Dilma gastar R$ 60 bi como quiser em 2012


Por 55 votos a favor, 13 contra e uma abstenção, o Senado aprovou nesta terça-feira (20) a prorrogação de um mecanismo que permitirá à presidente Dilma Rousseff gastar cerca de R$ 60 bilhões do orçamento de 2012 como quiser. Amanhã, o Senado e a Câmara fazem uma sessão conjunta para a promulgação do projeto. A partir disso, a Desvinculação de Receitas da União (DRU) passa a valer até 2015.

Quando a iniciativa começou a tramitar na Câmara, a oposição pedia a prorrogação da medida apenas até 2013. Governistas, em especial do PDT, também defendiam isentar do mecanismo áreas como a da saúde. A aprovação do projeto que regulamenta a Emenda 29, fixando valores para investimentos na saúde, permitiu a aceleração da votação da DRU no Senado.
Duas das principais ministras da presidente foram ao Senado hoje para garantir a votação. Em ritmo de fim de ano na Casa, parlamentares em trânsito e outros indecisos falaram com Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), chegou a conversar com Gleisi antes da sessão e Ideli se reuniu com parlamentares no gabinete da liderança do PT. Senadora licenciada, Gleisi foi até o plenário em seguida para conversar com colegas e garantir o quórum para a votação.

Em meio à crise econômica internacional, a desvinculação permitirá ao governo remanejar mais recursos no ano que vem também para o superávit primário – economia feita para pagar juros da dívida pública. O mecanismo existe desde 1994, na gestão de Itamar Franco. Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva também estenderam a duração da DRU em seus mandatos.

A DRU permite ao governo usar um quinto de receitas de contribuições como a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico, incluindo a que incide sobre combustíveis) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Se a proposta fosse rejeitada no Congresso, esses recursos teriam de ser destinados exclusivamente para áreas vinculadas.
Sessões fantasmas
Após a primeira aprovação no Senado, o governo insistiu por uma manobra regimental para que o prazo de três sessões plenárias de debate fosse atendido, contando com dias em que tradicionalmente a presença parlamentar é reduzida.
Desta forma, líderes governistas e da oposição decidiram na quinta-feira (15) manter o número de parlamentares que constava do painel para os dois dias úteis seguintes, indicando presença de 68 senadores. Ou seja, as sessões de sexta (16) e segunda-feira (19) foram, na prática, “sessões fantasmas”.
Houve descontentamento dos raros senadores presentes nas duas sessões de debate esvaziadas, mas que tiveram quórum bem maior no painel de votação. Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) questionou a decisão dos líderes partidários e foi acompanhado por Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ana Amélia (PP-RS).

De acordo com a Secretaria Geral da Mesa do Senado, que regula as presenças dos parlamentares, a decisão de manter o painel aberto foi tomada por unanimidade, em uma votação simbólica. “Nem percebi que estavam votando isso”, disse Cristovam na segunda-feira.



Fonte: Uol.Com

A cidade de Vila Flor, localizada a 70 quilômetros de Natal, perdeu de uma só vez o seu prefeito e mais seis vereadores, incluindo o presidente da Câmara.

Vila Flor
A cidade de Vila Flor, localizada a 70 quilômetros de Natal, perdeu de uma só vez o seu prefeito e mais seis vereadores, incluindo o presidente da Câmara. Uma operação do Ministério Público Estadual, batizada de Mensalão da Vila, prendeu ontem preventivamente nove pessoas, entre elas os principais políticos da cidade, por suspeita de esquema de corrupção envolvendo o prefeito Grinaldo Joaquim de Souza e seis dos nove vereadores da cidade. Segundo o MPE, o prefeito pagava "mensalão" aos vereadores para obter apoio político e projetos aprovados no Legislativo.
Realizada desde as primeiras horas da manhã de ontem, a Operação Mensalão da Vila cumpriu 19 mandados de busca e apreensão, coletando computadores e documentos. Além do prefeito e dos vereadores, foram presos o secretário de Obras, João Felipe de Oliveira, e o ex-secretário de Administração, identificado como principal articulador político do esquema. Entre os crimes apurados há a formação de quadrilha e corrupção ativa e passiva. A lista pode crescer após uma análise mais aprofundada dos documentos. 

As acusações do Ministério Público Estadual são baseadas principalmente em vídeos das negociações conduzidas pelo prefeito Grinaldo Joaquim de Souza. Para chegar a esse material, o MPE contou com a colaboração do vereador Floriano Felinto. Felinto afirma ter sido procurado pelo grupo, com a oferta de pagamento de R$ 500 por mês, além de um "adiantamento" de R$ 1 mil e várias vantagens, como custeio de combustível, medicamentos e cargos fantasmas na Prefeitura de Vila Flor. O vereador acionou o Ministério Público e, com autorização judicial, gravou as "negociações".

De acordo com o Ministério Público Estadual, os valores repassados aos vereadores do "esquema" eram desviados dos cofres públicos. "Conseguimos descortinar um esquema de pagamento e vantagens indevidas, que ficou conhecido como "mensalão", uma prática rotineira, mas odiosa", explicou o  procurador-geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, que assinou a petição do Ministério Público. Por envolver um prefeito, todo o trâmite foi realizado na segunda instância, o Tribunal de Justiça, e com atuação direta do procurador de Justiça.

A partir de agora, o Ministério Público irá proceder com a análise do material coletado para depois fazer a denúncia dos envolvidos na Justiça. O prazo inicial é de 10 dias, mas pode haver alterações. "Vamos fazer tudo o mais rápido possível e apresentar a denúncia à Justiça. Talvez seja necessário pedir uma prorrogação, mas isso será definido mais à frente", explicou Manoel Onofre. O prazo não sofre alteração por conta do recesso da Justiça e do próprio Ministério Público.

O MPE pediu à Justiça o fim do segredo de justiça do processo, mas não foi atendido pelo desembargador Dilermando Mota. Foram liberados somente alguns vídeos presentes no procedimento e também algumas informações.

Vice ficará no comando da Prefeitura

Sem as suas principais autoridades públicas, presas por conta de suspeitas de corrupção, Vila Flor vive uma situação inusitada. Uma das principais dúvidas é a quem caberá tocar a administração da cidade, agora que o prefeito Grinaldo Joaquim de Souza e o presidente da Câmara dos Vereadores, Pedro Francisco da Silva, foram afastados. Como a prisão é preventiva, os acusados permaneceram encarcerados até decisão em contrário da Justiça.


De acordo com o procurador-geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, será o vice-prefeito, Manoel de Lima (PV), o responsável pela prefeitura de Vila Flor. "O vice-prefeito não foi envolvido nas denúncias e assumirá a prefeitura", diz.

Já a situação da Câmara de Vereadores é mais difícil. Vila Flor, pelo pequeno porte, tem apenas nove vereadores. Contudo, apenas três estão em liberdade, tendo em vista que seis deles foram presos ontem, incluindo o presidente da Casa, Pedro Francisco da Silva. A tendência é que assumam os suplentes. "Os próprios vereadores irão verificar qual a melhor solução para a Câmara", explicou Manoel Onofre. Tanto a Câmara Municipal quanto a Prefeitura estão de recesso por conta do fim do ano.

"A corrupção está escancarada"

O trabalho do Ministério Público Estadual foi balizado pela atuação do vereador Floriano Felinto (DEM). Ele foi o responsável por denunciar o suposto e esquema e gravar as negociações. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o vereador conta como foi o processo e porque resolveu denunciar o esquema. "Fui criticado pelos colegas, que diziam que política é negócio. Alguns diziam com todas as letras: "não estou nem aí para a opinião do povo", diz.

Toda a investigação que gerou a operação do Ministério Público em Vila Flor começou a partir de uma denúncia do senhor. Como foi que isso começou?

Com a aproximação do período de campanha, com a péssima administração, eles me procuram porque era o único membro da oposição na cidade. Para mim não foi novidade. Jamais me corromperia, mas chega uma hora em que é preciso usar da inteligência. Como havia a oferta por parte da administração, o jeito foi procurar a Justiça para que fosse desmontada essa quadrilha. Já havia procurado o Ministério Público, mas foi aberto inquérito civil naquela lentidão.  Procuramos o Ministério Público em Natal e me dispus, com autorização judicial, nós gravarmos toda negociação. Com a corrupção, Vila Flor havia se transformado em um mar de lama.

Então, o senhor fingiu que estava interessado no que eles estavam oferecendo e fez a gravação, foi isso?

Assim como eles tinham interesse em tentar me corromper, era obrigado a simular o mesmo interesse. Nós marcávamos encontros com eles, ouvia o que tinham para oferecer e em momento nenhum exigia nada. Ia mais para ouvir do que para falar. Nosso interesse era provar a rede de corrupção e não fazer parte dela.

Quanto foi oferecido para o senhor?

O prefeito tinha o compromisso de pagar o "mensalão", que era de R$ 500 - isso a cada mês. Ele ofereceu ainda R$ 1 mil para "quebra o galho". Além desses valores, foi me oferecido três empregos, que eu indicaria quem quisesse para ganhar sem trabalhar. Ofereceu novamente os empregos das pessoas que ele colocou para fora devido a perseguições políticas. O prefeito deixa claro outros favorecimentos, como combustíveis, medicamentos, um dinheiro na hora de um aperto. Ofereceu uma série de favores também para outros vereadores. Estavam querendo até tirar outro vereador da negociação, o Ronildo [Ronildo Luiz da Silva], porque o pai dele é pré-candidato à vice-prefeitura no próximo ano. Como o Ronildo seria um adversário futuro, o prefeito já estava buscando a sua desarticulação. 

Qual a origem desse dinheiro oferecido pelo prefeito?

O dinheiro era (proveniente) de recurso público. As despesas eram tão exorbitantes, que o prefeito não teria condições de arcar. 

Como foi o processo de gravação desses vídeos que incriminaram os vereadores e o prefeito?

O Ministério Público ofereceu o equipamento para a gravação, conforme autorização judicial. 

O senhor tem medo de represálias?

É inegável que corro risco de vida, já fui alvo de ameaças. Fiz denúncias sobre isso que se encontram hoje na Comarca de Canguaretama. O procedimento de investigação disso não está andando. Nem por isso deixaria de denunciar. Imagine se todo mundo se acovardar. Em Vila Flor, a corrupção está escancarada. Isso é fato notório, de conhecimento de todos. Mas o povo tem medo das represálias e da Justiça não tomar atitude nenhuma. O Ministério Público está de parabéns pelo trabalho sério realizado. Também parabenizo o Tribunal de Justiça, porque sabemos que a influência política existe, mas deu tudo certo. Isso é prova que a justiça existe e isso motiva a sociedade a lutar. Jamais silenciar. Espero que esse caso sirva de exemplo. Fui criticado pelos colegas, que diziam que política é negócio. Alguns diziam com todas as letras: "não estou nem aí para a opinião do povo". 

População de Vila Flor expressa satisfação com presença da PM

"Foi uma coisa linda demais. Era tanta da polícia aqui. Você nem imagina". A frase de uma moradora vizinha da Câmara Municipal de Vila Flor expressa a surpresa e a satisfação da população diante da operação do Ministério Público Estadual. Dezenas de equipes da Polícia Militar e promotores de Justiça deram cumprimento a mandados de prisão e busca e apreensão no início da manhã de ontem no município distante cerca de 80 quilômetros da capital. Desde as cinco horas da manhã, a população foi acordada com o barulhos das sirenes e a ação dos agentes de segurança pública.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve durante a manhã de ontem na cidade e constatou o clima de agitação na cidade. Os menos de três mil habitantes de Vila Flor não demoraram a perceber que a operação visava prender políticos do município. "Era cada um que passava na frente da casa dos vereadores e avisa aos outros. Foi uma agitação total. Acordamos logo cedo", disse outro morador que preferiu não se identificar.

Ontem, nas sedes do Executivo e Legislativo Municipal, a reportagem encontrou portas fechadas. Na cidade, os poucos vereadores que não foram envolvidos pela investigação do MP não foram encontrados para prestar informações sobre o caso. A população também se perguntava como iria ficar a administração da cidade sem a presença do prefeito Grinaldo Joaquim de Souza e o presidente da Câmara, Pedro Francisco da Silva; ambos presos.




Fonte: Tribuna do Norte