sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pesquisa revela que mais de 50% das estradas do RN estão em más condições


Mais da metade das rodovias do Rio Grande do Norte, entre estaduais e federais, estão em estado regular, ruim ou péssimo. A conclusão está na 16ª edição da Pesquisa CNT de rodovias, divulgada nesta quarta-feira (24) pela Confederação Nacional do Transporte.

A pesquisa, realizada nas rodovias de todo o país, percorreu 1.764 quilômetros de rodovias no Rio Grande do Norte e constatou que seriam necessário R$ 565,5 milhões para restaurar ou manter os trechos danificados no Estado. Foram verificados trechos com trincas, buracos, ondulações, afundamentos e desgastes. Porém, a pesquisa não registrou nenhum trecho totalmente destruído. Os principais problemas verificados foram de sinalização e de geometria.

As melhores rodovias são as federais, que aparecem, em sua maioria, com classificação “bom”. Já a maioria das rodovias estaduais pesquisadas aparecem como “ruim” ou “péssimo”. Nenhuma foi classificada com “ótimo”. No Estado, a RN-233, que liga o município de Assu à BR-226 e o trecho da BR-226, entre Florânia e Currais Novos são as piores, com classificação “péssimo”.


Fonte: Jornal Tribuna do Norte/via Femurn

O futuro da Microsoft depende de um homem chamado Steven Sinofsky

Chefe da divisão responsável pelo novo Windows, Steven Sinofsky, tem a dura missão de colocar a empresa no multibilionário jogo da mobilidade, enquanto Apple e Google fazem de tudo para azedar os planos da rival. Um fracasso pode ser fatal.



No lançamento mais importante da Microsoft em décadas, poucas pessoas poderiam estar mais nervosas do que o americano Steven Sinofsky. Presidente da divisão Windows da companhia, é sobre os seus ombros que repousam o futuro da maior empresa de software do mundo. Ele é o responsável por criar o Windows 8, nova versão do sistema operacional mais usado em computadores, e o tablet Surface, mais radical investida da empresa no campo dos harwares. Ambos os produtos começaram a ser comercializados nesta sexta-feira, 26. “O Windows é a alma e o coração dessa companhia e sua nova versão é a coisa mais importante que fizemos nos últimos 17 anos”, tem repetido Steve Ballmer, CEO da Microsoft. Surpreendida pela veloz ascensão dos tablets a partir do lançamento do primeiro iPad em janeiro de 2010, a Microsoft correu, sob o comando de Sinofsky, ao longo dos últimos anos, para recuperar o espaço perdido. "É um produto absolutamente essencial", afirmou recentemente Bill Gates, cofundador da Microsoft e presidente de seu conselho de administração.


As falas de Ballmer e Gates dão uma boa ideia da responsabilidade de Sinofsky. Ainda assim, esse engenheiro, de 47 anos, ávido praticante de yoga e leitor voraz de livros de gestão, tem se mantido sereno até aqui. A aparente calma desse veterano executivo com 23 anos de serviços prestados à Microsoft não esconde, no entanto, o tamanho do desafio a sua frente. Durante um evento na China no início da semana passada, Sinofsky disse que “ao iniciar o Windows 8 os usuários terão uma experiência nova, diferente, mas melhor. E desenhada para o mundo moderno". O sucesso do Windows 8 é essencial para que a Microsoft, enfim, embarque no mercado móvel, de tablets e smartphones, hoje liderado por Apple, Google e Samsung. Já um retumbante fracasso agora, embora improvável, poderia ser fatal para as pretensões da companhia.


A Microsoft sabe disso. E aposta alto no novo produto, com gastos de marketing estimados em mais de US$ 1,5 bilhão, segundo a revista Forbes. Chris Capossela, chefe global de marketing da Microsoft, não desmentiu nem confirmou esse número. De acordo com dados da consultoria americana Gartner, em 2016 devem ser vendidos cerca de 369 milhões de tablets em todo mundo. Um número superior ao de computadores que devem ser vendidos este ano ao redor do globo. E com a indústria de PCs andando de lado nos últimos anos, não deve demorar para que os tablets superem a venda de notebooks e desktops. Em 2012, a procura pelos tablets deve praticamente dobrar e se aproximar dos 120 milhões de unidades vendidas. Ou, cerca de 30% de todos os computadores pessoais vendidos ao redor do globo no período. É um feito impressionante, ainda mais para uma categoria de produto que não existia há apenas três anos. De acordo com dados do último quarto dos balanços de Microsoft e Apple, o iPad sozinho faturou mais, acredite, do que toda a divisão Windows da Microsoft. Os números: pouco mais de US$ 9 bilhões para o iPad contra pouco mais de US$ 4,4 bilhões do Windows, sendo cerca de US$ 1,1 bilhão referente a pré-venda do novo sistema operacional.


Parece que a “era pós-PC” preconizada pelo falecido Steve Jobs está virando realidade, mais rápido do que o imaginado. Não é por acaso, que a Microsoft decidiu redesenhar completamente seu sistema operacional na prancheta de Sinofsky e lançar seu próprio tablet, o Surface. Para se ter uma ideia da importância desse movimento, a empresa jamais lançou um computador, apesar de ser dona do sistema operacional líder do segmento. Até mesmo um smartphone próprio deve ser lançado nos próximos meses. Essa seria a segunda tentativa da empresa de lançar um celular. Em 2010, a linha de celulares Kin da marca foi um fracasso retumbante. Durante o lançamento em São Paulo do Windows 8, a empresa negou que estivesse trabalhando num celular. "Temos ótimos parceiros, como Nokia, HTC e Samsung", disse Capossela. Porém, o Surface é uma prova de que não é impossível a empresa atrapalhar seus "ótimos parceiros". Muitos dos fabricantes de PCs tem tablets e vão ter que concorrer com o Surface.


Na segunda, 29, aliás, a Microsoft programou um segundo megaevento em Nova York para apresentar seu novo sistema operacional para smartphones, o Windows Phone 8. Tudo para tentar fazer frente a sua rival histórica a Apple, que numa jogada sagaz, para dividir a atenção da mídia mundial, anunciou seu novo iPad Mini, uma versão reduzida e mais barata do seu bem sucedido tablet, apenas dois dias antes do grande lançamento da Microsoft. Outra que também quer azedar a festa de Ballmer e sua turma é o Google, que agendou para o dia 29, o lançamento de novos produtos Android, possivelmente um tablet de US$ 99 e novos smartphones. Com um histórico singular na indústria de tecnologia, a Microsoft aposta tudo o que tem para surpreender os céticos e, mais uma vez, seguir relevante mesmo em uma "era pos-PC". Sinofsky tem razões para estar ansioso.



Fonte: istoedinheiro.com.br

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O testemunho de Homero e a busca da virtude


Homero foi aconselhado a buscar através de façanhas inauditaso exercício da sua virtude
Foto: Wikimedia/Divulgação
 
É muito citado entre os estudiosos da ética dos gregos, o registro feito por Homero do testemunho do velho Nestor, o único idoso e sábio que acompanha os aqueus no sítio que moviam à cidade de Tróia, (Canto XI da Ilíada), relatando um encontro que ele assistira um tanto antes da guerra, no palácio do rei Peleu, o pai de Aquiles. Na cerimônia em que o filho apresentava seus respeitos para ir acompanhar Agamêmnon e Menelau na missão de resgatar Helena das mãos dos troianos, o pai aconselhou-o "a ser sempre o melhor (aristeuein) e estar acima dos demais". Que o jovem buscasse através de façanhas inauditas, vir poder exercer a sua virtude (areté). Galgar algo que fosse merecedor do reconhecimento dos seus pares para, com isso, ter assento no reino dos heróis imortais, aqueles que jamais saíam da lembrança dos homens.
Viver é Combater
Aquela exortação do pai orgulhoso a um filho que parte para a guerra continha a essência dos objetivos de um nobre, de um fidalgo: devotar-se na busca da excelência, sobrelevar-se, tornar-se alguém memorável. Todo o Código do Cavaleiro que por séculos iria orientar a aristocracia helênica baseava-se apenas nisso: a obrigação de tentar ser alguém extraordinário, inesquecível, cuja fama correria o mundo. Nada mais podia vir a interessar um autêntico guerreiro, que para tanto devia ser provido de thymos, o ânimo, impulso que dará início a sua legenda. Tal como um tablado serve para um ator expor seu histrionismo, o campo de batalha serve como um amplo teatro onde, aos olhos dos demais valentes, ele demonstra suas habilidades e virtudes excepcionais; corajoso na refrega, magnânimo na vitória. O teste definitivo se dava em meio aos gritos lancinantes dos feridos, ao cheiro forte do sangue derramado, do relinchar selvagem dos corcéis, da gritaria geral de fúria, de horror ou de êxtase da soldadesca em meio ao Campo de Marte. O confronto singular era, por assim dizer, o exercício obrigatório que ele devia cumprir na conquista da areté. Viver é Combater!

Ressalte-se que a pugna somente merecerá o registro, só ficará na história e no canto do rapsodo, se ela se der entre os da mesma estirpe: um nobre de linhagem, de sangue aristocrático. É entre leões que se dá a embate. Só um deles merecerá os louros sagrados da vitória. Nenhum valor lhes seria acrescentado à fama enfiar uma lança num peito plebeu, gastar o fio da lâmina num infante qualquer, num anônimo que ninguém sabe de onde veio. Entre os tantos encontros na arena relatados por Homero ao longo da Ilíada (os que envolvem morte e ferimentos são mais de 140 registros, descritos um a um pelo gênio poético dele), merece a atenção o de Glauco (um jovem guerreiro lício, filho de Anfilioques, que lutava do lado troiano) com o enfurecido Diomedes (filho de Tideo, um espadachim terrível que veio junto com os gregos, e que além da ferocidade natural era protegido pela deusa Atena). Um pouco antes de chocarem suas carruagens, Glauco responde à indagação do rival sobre sua linhagem: expõe então ao inimigo em detalhes de como ele descendia de casa ilustre, como corria sangue puro em suas veias, herdado do sábio Belerofonte, o quanto ele se qualificava para aquele duelo mortal. Um bravo mais do que merecedor de estar ali na liça provocando o famoso Diomedes. (*)
(*) ...se queres ser bem informado acerca do meu nascimento, há uma cidade, Efira, num recanto de Argos, onde se criam cavalos, e ali foi a morada de Sísifo.....Hipoloco foi meu pai. Mandou-me a Tróia e recomendou-me muitas vezes que me destacasse e sobrepujasse os demais, e não envergonhasse a raça do meu pai, a mais valente em Efira e na vasta Lícia. Desta raça e deste sangue eu me orgulho de ser.¿(Diomedes então, reconhecendo que fora amigo daquela família, confraternizando com Glauco, propõe que eles apertem as mãos e façam uma trégua entre eles)Canto VI da Ilíada.
O homem excelente e o homem vulgar
A busca da areté é, portanto, um atributo exclusivo do homem de valor, do que se destaca e ascende entre tantos outros. Na ética guerreira de Homero não se cogitava que nascidos de ventre ordinário pudessem almejar tal prêmio. Ao de baixa origem era reservado um destino anônimo de um figurante sem brilho. Quando a morte o apanhava em meio ao tumulto da batalha não havia dor nem luto, era um simples ninguém que jamais seria incluído no Livro dos Heróis. Tudo era diferente quando um guerreiro invulgar, um notável reconhecido por todos, era abatido. Por vezes, até o combate cessava em sinal de sincero respeito frente à triste notícia de tamanha perda. Aquiles, em homenagem póstuma a Pátroclo, seu companheiro de aventuras, desaparecido do mundo dos vivos por obra do gládio de Heitor, príncipe de Tróia, decide honrá-lo na cerimônia final de cremação do corpo com jogos e disputas viris. Distribui entre os competidores vencedores, parte considerável do seu patrimônio: "caldeiras, trípodes, cavalos, mulas, bois, belas mulheres, armas e talentos de ouro" (Canto XXIII ¿ Os funerais de Pátroclo).

Alcançar a areté, a virtude que irá imortalizar o guerreiro, não é, pois, um apanágio de todos eles. O verdadeiro opositor do demandante não é nem nunca foi o homem comum (demiurgói), mas sim outro seu igual, nobre como ele. Ainda que pertençam a uma casta especial, tida como a dos melhores homens (aristói), somente uns poucos se qualificarão. Heitor, em seus derradeiros momentos, ao ver que a morte lhe chegava, disse: "Agora, meu destino encontrou-me. Que eu não pereça docilmente, sem bravura e sem glória, mas praticando um grande feito para os ouvidos das gerações que hão de vir" (Canto XXII, 304-5).
Nem o escravo nem aquele que algum dia foi homem de origem ilustre mas tornou-se escravo (pois os deuses removem dele o que lhe restara da areté), poderá sequer sonhar com tal aspiração. Esses pobres estão condenados ao esquecimento. A vida deles foi-se como uma folha ao vento, sem deixar saudades ou qualquer outra lembrança. É frente aos seus pares que o herói irá colher o "reconhecimento" e o "prestígio" que lhe é devido. Somente ao vitorioso é que poderemos chamar de monarca dos aristocratas, o eleito entre os eleitos, desde que ele tenha tido um porte intrépido aos olhos do deus Marte, e seus dois filhos, os demônios Fobos (o medo, o pânico, a fuga espavorida) e Deimos(o terror, o pavor personificado). (*)
(*) O tema de haver um duelo primeiro entre iguais que depois, conforme quem vença ou saia derrotado, irão se separar para sempre, um como senhor o outro como escravo, foi exposto por Hegel numa célebre passagem da "Fenomenologia do Espírito" (IV- A ¿ "A independência e dependência da consciência de si: Dominação e Escravidão", editada em 1807). O vitorioso, por sua vez, dali em diante, como "consciência para si", sempre terá que se mostrar, exibindo-se frente aos seus pares, os vitoriosos de outros duelos, "a outra consciência", para merecer deles o "respeito" e o "reconhecimento".
O modelo dos heróis
O que a ética de Homero propõe é o cultivo de um modelo, a do Homem Perfeito, o Homem de Bronze. Um ser raro que não se guia pela lei comum nem é obediente ao convencional; é o fora de série que não somente se sobressai entre os demais como faz ele mesmo as regras que pretende seguir. Não são os carneiros balindo em rebanho quem o inspiram, mas sim a solidão altiva do lobo e a bravura o leão. É um herói que, mesmo sem qualquer amparo dos deuses, deve responder sozinho aos desafios que surgem e vingar as desonras que por acaso o submetem. Ele é superior. Recebeu uma herança honrada, de escola, a qual precisa manter imaculada, sem as manchas da covardia e da deserção.(*)

O seu esforço era ampliar o nome herdado por meio de uma fama ainda maior dos que o antecederam. De estatura elevada, de notável vigor físico, belo, destro com as armas e com os cavalos, varonil, ágil e astuto, partilhando os despojos de guerra com os amigos, piedoso para com deuses e implacável para com os inimigos, servia como exemplo a todos. Devia sempre considerar que era melhor conquistar a celebridade numa só ação, numa proeza impressionante, ainda que correndo perigos mil, do que deixar correr o restante da vida sem um brilho, sem um feito, sem nada. Preferível viver pouco deixando legenda, como foi o caso de Aquiles, do que muito tempo e não ser ninguém. (**) Todos os demais cavaleiros deviam segui-lo nessa decisão. As gerações que se sucedem teriam sempre o seu nome na lembrança, invocando-o em meio à batalha, inspirando-se nos feitos de outrora. Essa era a verdadeira imortalidade que um herói poderia almejar. Jamais ele seria apagado da memória dos seus e na de todos os que o sucederão pelas idades ainda por vir.
(*) Nietzsche, filósofo contemporâneo, iria fazer reviver esse ethos aristocrático na construção do super-homem, o que estará "acima do bem e do mal", olhando com desprezo os vencidos e os fracos (ver "Assim Falou Zaratustra", 1883)
(**) "Quem está impregnado de estima própria antes quer viver em breve espaço no mais alto gozo que passar uma longa existência em indolente repouso; prefere viver um ano só por um fim nobre que uma larga vida por nada; escolhe antes escutar uma única ação grande e magnífica, a fazer uma série de pequenas insignificâncias."
Efeitos perduráveis
Werner Jaeger, um dos mais eruditos estudiosos da cultura grega antiga, assegurou que o verdadeiro objetivo da formação educacional grega, a Paidéia, desde aqueles tempos, foi imitar essa virtude dos antigos guerreiros. O fato de Atenas bem mais tarde ter implantado uma democracia não alterou profundamente a concepção de herói herdada dos tempos da Grécia Arcaica e de domínio aristocrático. Seus dois maiores filósofos, Platão e Aristóteles, educadores do Ocidente, por igual continuaram presos à ética arcaica do valentão nobre e destemido como um ideal a perseguir, sendo que o último a considerou como um norte aplicável à vida dos filósofos. Muito dela foi, por igual, absorvido pelos atletas olímpicos que mantiveram as pistas de corridas e os saltos de obstáculos como um pacífico substitutivo dos campos de batalha, mantendo ente si os mesmos princípios estabelecidos pelo Código dos Cavaleiros. Grande parte da retórica democrática continuou influenciada pelos mesmos ideais éticos, de fazer com que também na política os cidadãos seguissem as regras da convivência cavalheiresca, o mesmo acontecendo com os constantes duelos verbais travados entre os homens cultos contidos nos "Diálogos" de Platão ou ainda entre os grandes oradores da cidade.


VOLTAIRE SCHILLING





Bibliografia
Aristóteles ¿ Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2000. 
Camps, Victória (org.) Historia de la ética: 1 ¿ de los griegos al renacimiento. Barcelona: Editorial Crítica, 1987. 
Finley, M.I. ¿ O mundo de Ulisses. Lisboa: Livraria Martins Fontes, 1972. 
Finley, M.I. ¿ A política no Mundo Antigo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1985. 
Hegel, G.W.F. ¿ Fenomenologia do espírito.Petrópolis: Editora Vozes, 2003. 
Homero ¿ A Ilíada. São Paulo: Ediouro Publicações, 1998. 
Jaeger, Werner ¿ Paidéia. São Paulo: Editora Herder, s/d. 
Rowe, Christopher ¿ Introducción a la ética griega. México: Fondo de Cultura Económica.1979.





Fonte: Extraído do portal terra.com/educaterra

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Por que as pessoas creem no fim de mundo?


Os mitos sobre o fim do mundo são muitos, como o que fala sobre 21 de dezembro de 2012. Para os descrentes, o grande mistério é entender por qual motivo as pessoas acreditam até mesmo em teorias desmentidas por cientistas.
Pesquisadores de todo o mundo, como o sociólogo Edgar Morin, explicam que lidar com a mortalidade é um dos aspectos mais essenciais da existência humana. Por isso, esse é um dos temas que naturalmente mais chama a atenção da humanidade, ainda mais quando há uma data que prenuncia um final próximo.
O físico Marcelo Gleiser explica em seu livro "O fim da Terra e do Céu: o apocalipse na ciência e na religião" que para aliviar o medo da morte e da dor de perder uma pessoa amada, as religiões transformam o fim da vida humana em um evento que vai além da capacidade de um corpo continuar a funcionar.
Esse pensamento quanto ao fim do mundo é acompanhado de muitas crenças religiosas e mitos. A palavra apocalipse, que vem do grego apokálypsis e dá nome ao último livro do Novo Testamento, significa “revelação”. Os escritos bíblicos trazem uma descrição do que ocorreria antes, durante e após o retorno de Jesus Cristo, sucedido por uma série de catástrofes, guerras, fome e pestes. 
Ideias apocalípticas também podem ser encontradas em tradições mais antigas, como a babilônica e a egípcia. Todas são fundidas no Livro de Daniel, considerado o primeiro texto apocalíptico. Ele profetiza o fim do mundo baseado em visões carregadas de simbolismo sociopolítico.
Gleiser explica que esse medo do fim é tão intenso que não inspirou apenas os profetas do fim, mas também o físico Isaac Newton, em sua tentativa de decifrar o plano divino para o mundo, como se a ciência e a religião fossem uma coisa só. Ele passou boa parte de sua vida tentando datar eventos bíblicos para a interpretação de profecias, com o objetivo de encaixá-las na história da humanidade. 
Até hoje, a humanidade já passou por várias datas tidas como apocalípticas, como o cometa Halley, em 1910, as previsões de Nostradamus e a virada do milênio em 2000. Segundo o Universe Today, pesquisas recentes concluíram que cerca de 10% da população mundial acredita que realmente o mundo vai acabar em 21 dezembro. Isso porque o calendário Tzolkin, um dos 20 cálculos de tempo que os maias usavam, afirma que 2012 põe um fim ao ciclo de tempo que começou em 3113 a.C.
O astrobiologista Dr. David Morrison passou cinco anos respondendo no site da Nasa perguntas de internautas sobre o fim do mundo para desmentir os mitos apocalípticos. Apesar de tudo isso, o cientista conta que recebe ao menos 5 e-mails por dia que perguntam se o mundo vai mesmo acabar em dezembro.
Em um vídeo feito para a Nasa Lunar Science Institute, Morrison explica que essa porcentagem da população que crê no fim do mundo não confia ou não entende de ciência. Para ele, essas pessoas obtêm informações pela internet, por vídeos do YouTube e documentários transmitidos em canais de TV especializados em história e curiosidades.
Veja abaixo o vídeo de Morrison: 





Fonte: Info.abril.com

O toque de Midas:Químico se aproxima do toque de Midas


Getty Images
Pepita de platina: químico conseguiu fazer com que ferro se comporte como o elemento, catalisando reações importantes para a indústria


Num laboratório do elegante prédio de química da Universidade Princeton, pesquisadores empregam uma caçada moderna a uma força fugidia: a alquimia.
Ao longo dos séculos, alquimistas tentaram em vão transformar metais comuns, como ferro e chumbo, em metais preciosos como ouro e platina. Hoje, Paul Chirik, professor de química em Princeton, obteve uma nova conquista nessa antiga busca. 

Chirik, de 39 anos, descobriu como fazer o ferro funcionar como platina, em reações químicas essenciais à manufatura de materiais básicos. Embora ele não possa (infelizmente) transformar um pedaço de minério de ferro numa pilha de joias valiosas, sua versão da alquimia é muito mais prática – e as implicações são de grande alcance. 


O processo pode gerar uma nova era de tecnologias flexíveis de fabricação, enquanto permite que empresas evitem elementos escassos quando os preços subirem ou quando sua obtenção se tornar ecológica ou geopoliticamente arriscada.
"Nenhum químico imaginaria que o lítio estava em falta", afirmou Chirik, "mas o que acontece se você colocar uma bateria de lítio em cada carro? É por isso que a química precisa estar à frente da curva. Precisamos de soluções adaptáveis".
Apesar do custo e da relativa escassez de metais preciosos – irídio, platina, ródio –, dependemos deles para fabricar produtos de denim a cerveja, produtos farmacêuticos a células de combustível. Os elementos são usados como catalisadores, substâncias que iniciam ou habilitam reações químicas.
O trabalho de Chirik envolve catalisadores dissolvidos, que são misturados ao produto final. As moléculas do catalisador se dissipam durante a reação. Por exemplo, uma solução contendo platina é usada para produzir emulsificantes de silicone, compostos que alimentam produtos como maquiagens, utensílios de cozinha e colas. Pequenas quantidades do caro metal estão espalhadas por todas essas coisas; sua calça jeans, por exemplo, contém partículas irrecuperáveis de platina.
"Não estamos prestes a acabar com a platina", declarou Matthew Hartings, químico da Universidade American em Washington, "mas esse processo gasta platina de maneira não sustentável".
Basicamente, a química de Chirik envolve uma molécula de ferro em outra molécula orgânica, chamada de ligante. O ligante altera o número de elétrons disponíveis para formar ligações. Ele também serve como suporte, dando um formato às moléculas.
"A geometria é muito importante na química", disse Hartings. "Os ligantes de Chirik ajudam o ferro a ter a geometria correta para ajudar essas reações."
Além do ferro, o laboratório de Chirik também trabalha com cobalto, que fica ao lado do ferro na tabela periódica. Usando o cobalto, explicou Chirik, os cientistas geraram "uma reação totalmente nova que ninguém jamais viu". Ela produz novos tipos de plástico usando materiais iniciais muito baratos.
Mas o preço do cobalto subiu muito desde que o laboratório iniciou suas pesquisas, graças ao uso do elemento nas baterias de dispositivos como iPads e iPhones. "O iPad alterou completamente o preço do cobalto", disse Chirik. "Algo que antes era lixo, hoje é valioso."
Embora o aumento de custo possa minar o incentivo econômico para usar os materiais de cobalto de Chirik, isso parece enfatizar perfeitamente seu ponto fundamental sobre a necessidade de flexibilidade.
"Existe um grande apelo – e lógica – para focarmos em elementos mais abundantes ao projetarmos catalisadores", afirmou Roderick Eggert, professor de economia e negócios na Escola de Mineralogia do Colorado.
A ampla maioria das substâncias químicas que produzimos e usamos para fabricar outros produtos exige catalisadores. E muitos catalisadores usam metais nobres como platina, paládio e ródio, que são caros. Meio quilo de platina custa cerca de US$ 22 mil. Meio quilo de ferro, por sua vez, sai por 50 centavos.
Ainda na faculdade de química, Chirik trabalhou em reações que usavam irídio como catalisador. Meio quilo de irídio custa cerca de US$ 16 mil. O chefe de Chirik mantinha o composto a base de irídio trancado numa gaveta de sua mesa.
"Eu tinha de andar do escritório dele até o laboratório segurando aquilo com as duas mãos, e não podia conversar com ninguém", contou Chirik. A experiência o deixou com uma semente de ideia. "Por que não podemos fazer isso com algo mais barato?"
Numa tarde de primavera no laboratório de Princeton, um aluno de pós-graduação mexia numa caixa de luvas, câmara a vácuo que impede o ferro de enferrujar. A ferrugem é uma potencial desvantagem de usar ferro na fabricação, e o controle disso pode ser desafiador e caro.
"Não estamos falando sobre fazer um prato de macarrão em casa", disse Chirik, referindo-se ao volume de produtos químicos envolvidos nas reações em escala industrial. Resta saber, completou ele, se os temores sobre o uso de uma substância "sensível ao ar" supera os temores sobre custo e impacto ambiental dos metais preciosos.
E há outros obstáculos. Chirik mostrou duas pequenas placas de flocos de silicone, usadas para produzir cola de envelopes. Uma ele fez usando ferro, a outra com platina. Elas eram indistinguíveis. Conseguir essa façanha, no entanto, não foi nada fácil – o processo consumiu uma década de trabalho.
"Uma das razões pelas quais nos envolvemos com esse tipo de química é que compostos contendo metais geram cores muito legais, e é divertido de assistir", explicou Chirik. "Mas se você está produzindo algo que entrará num produto de consumo, a cola de um envelope, a sola de um sapato, um ingrediente de xampu, você realmente não quer que ele seja preto."
A Chevron e a Momentive, um fabricante de silicone, estão financiando o trabalho de Chirik. A Merck também é parceira na pesquisa (muitos processos de fabricação de medicamentos usam ródio ou paládio). Um produto em desenvolvimento é um pneu para economia de combustível que emprega um novo processo, mais limpo e sem subprodutos, usando ferro em vez de platina.
Segundo Hartings, da Universidade American, usar materiais abundantes onde for possível pode liberar os materiais mais escassos para aplicações onde eles são realmente essenciais. "Há menos motivos para uma mineração louca quando se tem outro produto que funciona igualmente bem", afirmou ele.
Os pesquisadores no laboratório de Chirik também estão buscando maneiras de usar catalisadores para converter nitrogênio do ar em formas usadas em diversos produtos, de fertilizantes a fibras de tapetes. O método atual, chamado processo Haber-Bosch, é tão intenso que responde por 1 por cento do uso de energia mundial.
A sustentabilidade costuma focar em "reciclar latas e usar carros com melhor quilometragem por litro", disse Chirik. Embora importantes, esses esforços são apenas parte do quadro. Há também a forma como os produtos são feitos.
"Quando você compra calças jeans, algum estranho elemento da tabela periódica foi usado para produzi-las", explicou Chirik. "Ou você pensa que estava fazendo algo de bom ao comprar um Prius, mas ele traz um monte de neodímio que vem de uma mina na Mongólia."
"Se pudermos fazer a transição para um mundo completamente abundante de terra", concluiu ele, "conseguiremos surtir um enorme impacto".

Leia também: 




Fonte: Portal IG.COM

    terça-feira, 23 de outubro de 2012

    Projeto-piloto de trem aéreo da Nasa cruzará céu de Tel Aviv(Israel)


    Segundo anúncio do prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, o chamado "trem aéreo" terá uma primeira fase com uma linha de 7 km, perto do porto (norte da cidade), a ser concluída em dois anos.
    Os veículos poderão alcançar uma velocidade de 240 quilometros por hora e "voarão" em uma altura de 7 metros, presos sob trilhos suspensos no ar.
    O sistema será movido a eletricidade, parte da qual será "produzida pelo próprio sistema", disse à BBC Brasil Jerry Senders, diretor da empresa Skytran, responsável pela tecnologia.
    Senders explica que dentro de cada veículo haverá um "motor linear" que será movido por um misto de eletricidade e ondas magnéticas.
    "A principal inovação do projeto é o movimento por intermédio de ondas magnéticas, e essa é a contribuição tecnológica da Nasa", diz. "Não haverá atrito entre o veículo e o trilho de alumínio, já que, a partir do momento em que o veículo começar a se mover, se criará, por meio da onda magnética, uma especie de travesseiro de ar e cada bondinho navegará no ar."
    O único momento em que haverá atrito com o cabo de alumínio será quando o veículo parar nas estações.
    Custos e capacidade

    Vagão será movido por eletricidade e ondas magnéticas, diz criador

    "Trata-se de uma maneira econômica, rápida e ecológica de resolver o problema do transporte público", diz Senders, afirmando que o projeto custará apenas US$ 6 milhões por quilômetro.
    Para efeitos comparativos, a prefeitura de Jerusalém concluiu recentemente a construção de um bonde que cruza a cidade, que durou 12 anos e custou mais de dez vezes o preço por quilômetro. E estima-se que o custo por quilômetro do metrô de São Paulo seja de US$ 60 milhões a US$ 100 milhões.
    Os trilhos de alumínio do trem aéreo de Tel Aviv serão erguidos entre postes, que também servirão como fonte de energia. "O sistema aproveitará ondas magnéticas que serão geradas pelo próprio movimento dos veículos sob os trilhos de alumínio", afirma a prefeitura.
    Os veículos serão leves e pesarão apenas 200 quilos cada, e poderão transportar dois passageiros por vagão. Mas, segundo Sanders, poderá transportar até 11 mil pessoas por hora.
    Os passageiros que entram nos bondinhos podem apertar um botão indicando em qual estação querem parar, como em um elevador.
    Segundo Senders, o presidente de Israel, Shimon Peres, já pediu que a Skytran prepare planos para ampliar a rede aérea para as periferias de Israel, e o projeto poderia chegar até Eilat (cidade no sul do país).
     Tel Aviv quer ser vista como centro de inovação tecnológica

    "O sistema tem características de uma espécie de internet física", explica Senders, "uma rede ilimitada de linhas aéreas, que poderá, inclusive, ter estações dentro de edifícios e sobre os prédios".
    "Estou orgulhoso de Tel Aviv ter sido escolhida para a implementação do projeto piloto em colaboração com a Nasa", declarou o prefeito Ron Huldai.
    "O projeto se enquadra na percepção da prefeitura, que vê Tel Aviv como centro de inovação tecnológica", disse à BBC Brasil o porta-voz da prefeitura de Tel Aviv, Gali Avni Orenstein.





    Fonte: BBC Brasil

    ENEM: Aplicativo vai ajudar a calcular nota do Enem


    Os 5,7 milhões de candidatos inscritos no Enem deste ano poderão saber --pela internet-- de forma mais rápida e didática a nota da prova objetiva do exame.
    Técnicos do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem) trabalham há cerca de quatro meses na construção de uma calculadora digital, em que o candidato poderá estimar sua pontuação na parte objetiva da prova.
    O objetivo é disponibilizar o aplicativo neste ano, mas a calculadora ainda está em fase de análise técnica.
    O cuidado redobrado é para evitar discrepâncias entre a nota dada pelo aparelho e a divulgada oficialmente no final de dezembro, 54 dias depois da aplicação do exame.
    A calculadora tem como objetivo principal dar mais transparência à metodologia adotada para o cálculo do desempenho do aluno.

    Hoje, a nota final na prova objetiva não é só a somatória dos acertos. Ela inclui fatores como grau de dificuldade dos itens corretos e coerência do desempenho do candidato.
    Assim, se um aluno acerta questões difíceis, mas não tem bom desempenho nas questões fáceis da mesma área de conhecimento, há indício de que houve "chute" e a pontuação final é afetada.

    Esse modelo torna difícil a tarefa do estudante de projetar a nota quando o gabarito é divulgado, poucos dias depois do exame. Com a nova ferramenta, o candidato informará quais questões acertou e o cálculo será feito de forma automática.
    Na edição passada do Enem, candidatos chegaram a criar um site para questionar os critérios para a definição do resultado.
    A metodologia atual, chamada de TRI (Teoria de Resposta o Item), foi adotada em 2009, ano em que o MEC desenvolveu o Sisu, sistema que utiliza apenas a nota do Enem para o ingresso em instituições de ensino superior em todo o país.
    No final de 2011, 42 das 59 universidades federais do país adotaram o sistema.
    GUIA DO PARTICIPANTE
    O Inep vai lançar após a prova do Enem deste ano, nos dias 3 e 4 de novembro, um "guia do participante", como forma de tirar as dúvidas sobre o método matemático empregado no exame.
    O conteúdo, nos moldes do guia de redação elaborado neste ano, vai esclarecer, por exemplo, as diferenças entre o método atual e a teoria clássica de respostas, além do motivo de candidatos com o mesmo número de acertos terem notas diferentes.




    Fonte: Folha.uol.com

    segunda-feira, 22 de outubro de 2012

    TSE investiga contas de 17 partidos


    TSE faz pente-fino nas contas de 17 partidos




    Após constatar uma fraude nas contas do PP, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) investiga as prestações de outros 16 partidos para apurar se houve desvios de recursos do fundo partidário.
    Uma auditoria vasculha 60 processos com comprovantes dos gastos repassados à Justiça entre 2001 e 2009.
    A Folha teve acesso à relação que é alvo do pente-fino do TSE. Além do PP, a análise atinge PDT (5 processos), PTB (5), PSB (4), PMDB (3), DEM (2), PSDB (1) e outros partidos menores.
    A abertura da investigação foi determinada pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, no último dia 28.
    O objetivo é apurar se o dinheiro do fundo partidário foi aplicado irregularmente ao mesmo tempo em que o TSE, por meio de um setor chamado Coordenação de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias, aprovou as prestações.
    O fundo é constituído por verbas da União, multas, penalidades, doações e outros recursos. Neste ano, os partidos receberão R$ 324 milhões. Pela lei, a verba deve ser usada em atividades e no funcionamento da sigla.
    A auditoria foi constituída depois da constatação de irregularidade nas contas de 2000 a 2005 do PP. Apesar de uma série de problemas, elas foram aprovadas pelo TSE.
    O caso do PP também foi enviado para a Polícia Federal. Tanto a PF como TSE apuram a atuação do ex-coordenador de exame de contas do tribunal Wladimir Azevedo Caetano, hoje no Conselho Nacional de Justiça.
    A auditoria do TSE já constatou que Caetano retirava das mãos de subordinados processos de prestação e aprovava as contas.
    O tribunal suspeita que o desfalque do PP ultrapassa R$ 20 milhões. São irregularidades como notas frias e gastos alheios às atividades partidárias.
    Um total de R$ 4,2 milhões se refere a documentos considerados "inidôneos" para justificar, em geral, pagamentos em espécie a pessoas não identificadas. Sem documento comprobatório, por exemplo, foi gasto R$ 1,4 milhão.
    Relatório entregue à presidente do TSE diz que "conclui-se que o PP cometeu fraude processual" e induziu o tribunal a erro. Os ministros do TSE costumam seguir os pareceres da área técnica.
    A rejeição da contas implica na suspensão do repasse mensal por até um ano, além de ressarcimento.




    Fonte: Folha.uol.com

    Prefeitos buscam aumento de 2,5 bilhões para os repasses do FPM


    Tramita na Câmara dos Deputados a proposta que visa alterar o Código Tributário Nacional, objetivando aumentar significativamente os recursos destinados ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A proposta é da União Brasileira de Municípios (UBAM), e foi apresentada esta semana pelo deputado federal Wilson Filho, do PMDB da Paraíba, através do PDL 211/2012.
    O projeto prevê a mudança na Lei nº 1.881/81, que visa extinguir os coeficientes 0.6 e 0.8, cujos municípios serão passados automaticamente a 1.0, aumentando, no total, os recursos do FPM em pelo menos 2,5 bilhões de reais.

    Segundo o presidente da UBAM, Leonardo Santana, os pequenos municípios estão no limite da capacidade financeira, algo que vem prejudicando as ações que visam garantir a educação, saúde e os serviços essenciais à população. Isso, segundo ele, se deve as desonerações de impostos que, ao longo de três anos, têm diminuído o nível de repasses dos recursos, comprometendo o caixa dos municípios e sujeitando gestores a inviabilidade administrativa.

    As prefeituras têm como parte importante de sua receita o arrecadado pelo governo federal com IPI, Imposto de Renda e Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Esses impostos compõem o FPM, e 90% desse fundo ficam com os municípios em geral, enquanto 10% são divididos pelas capitais dos estados. Para estes, existe o Fundo de Participação dos Estados, composto também por parcelas do IPI, IR e Cide.

    “Além da redução na arrecadação do IPI, do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a inflação tem demonstrado resistência, aumentando ainda mais as responsabilidades dos Prefeitos com o custeio da máquina pública. As desonerações tiveram impacto de R$ 17,3 bilhões nos oito primeiros meses de 2011, leva em conta tanto as reduções de impostos decididas após a crise como outras desonerações em vigor. E o governo deixou de arrecadar, em apenas três meses, R$ 489 milhões com a prorrogação do programa de redução do IPI.” Explicou Leonardo.

    O dirigente municipalista ressaltou que o PDL 211/2012, apresentado por Wilson Filho, será um grande socorro a maioria dos municípios, que recebem a menor fatia do FPM, pois o coeficiente mínimo, 0,6 e 0,8, são válidos para municípios com até 10.188 habitantes, sendo que nessas cidades a crise é mais acentuada, tendo em vista que as prefeituras não possuem outras fones de receita, dependendo exclusivamente dos recursos do Fundo.

    Com a posse dos novos prefeitos e prefeitas, em janeiro de 2013, a UBAM espera que o governo da União e o Congresso Nacional promovam uma reformulação no pacto federativo, para que as prefeituras possam ter uma partilha mais justa dos recursos que formam o bolo tributário, que até a primeira quinzena de outubro já arrecadou R$ 846 bilhões de reais.






    Fonte: DN Online/via Femurn