sexta-feira, 23 de maio de 2014

Brasil cumpriu com antecedência dois Objetivos do Milênio, mostra relatório

O Brasil cumpriu integralmente dois dos oito Objetivos do Milênio (ODM) das Nações Unidas (ONU) com anos de antecedência. A meta de reduzir a mortalidade infantil em dois terços em relação aos níveis de 1990 até 2015 foi cumprida em 2011, quatro anos antes do prazo assumido perante a organização. A meta de reduzir a fome e a miséria foi outro objetivo cumprido antes do prazo. De acordo com a ONU, a extrema pobreza tinha de ser reduzida pela metade até 2015 em relação aos níveis de 1990. O Brasil adotou metas mais rigorosas e estabeleceu a redução a um quarto desse mesmo nível, o que foi cumprido em 2012.

Os dados estão no Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, entregue hoje (23) à presidenta Dilma Rousseff, durante cerimônia de lançamento da Política Nacional de Participação Social. No documento estão dados sobre os principais indicadores sociais relacionados a esses objetivos – como índices nas áreas de saúde, educação, trabalho e meio ambiente.

Dilma comemorou os dados do Brasil. “Nós, de fato, reduzimos a desigualdade, não reduzimos tirando de ninguém, mas aumentando o crescimento da renda dos mais pobres. Os mais ricos do Brasil, a renda deles cresceu, mas foi muito menos do que cresceu a renda dos mais pobres. É uma onda que vai empurrando de baixo para cima todo mundo e a onda é mais forte naqueles que queremos pegar primeiro, que são os eternamente excluídos deste país”.


Em relação às metas cumpridas com antecedência, a taxa de mortalidade no Brasil, de 53,7 óbitos por mil nascidos vivos em 1990, diminuiu para 17,7 em 2011. Os dados do relatório mostram que a redução mais intensa dos óbitos ocorreu na faixa de 1 a 4 anos de idade. O avanço é atribuído ao incentivo ao aleitamento materno, ao acompanhamento pelos programa Saúde da Família e Saúde Indígena.

“Porém, o nível de mortalidade ainda é elevado. Por essa razão, muita ênfase tem sido dada às políticas, aos programas e às ações que contribuem para a redução da mortalidade na infância”, informa o relatório.
Sobre a redução da extrema pobreza, o nível atingiu 3,6%, mais de dez pontos percentuais a menos do que em 1990 – quando 13,4% da população viviam com menos de R$ 70 por mês, considerado o limite de extrema pobreza para a ONU.

“Já atingimos há alguns anos a meta de redução da extrema pobreza. Com isso, estamos próximos da superação”, explicou o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri. De acordo com parâmetros do Banco Mundial, quando a taxa de extrema pobreza está abaixo dos 3%, considera-se que está superada.

O Objetivo do Milênio de melhorar a saúde da gestante e reduzir a mortalidade materna não será cumprido – nem pelo Brasil nem pelo restante do mundo. O número de óbitos maternos a cada 100 mil nascimentos no país passou de 143, em 1990, para 63,9, em 2011. Para reduzir a meta a um quarto do nível de 1990, seria preciso chegar a 35. Ainda assim, os níveis do Brasil são melhores do que os dos países em desenvolvimento em geral e da América Latina – de 240 e 72 óbitos a cada 100 mil nascidos vivo, respectivamente.

“No Brasil, um fator que dificulta a redução da mortalidade materna é o elevado número de cesarianas. O percentual desse tipo de parto tem se mantido em patamares muito altos e com tendência de crescimento em todas as regiões”, conforme o relatório. Do total de partos feitos em 2011, 54% foram cesáreas. Em 1996, esse índice era menos de 41%.

Em relação aos demais objetivos, as perspectivas são positivas e o Brasil acredita que as metas serão cumpridas. Em educação, cuja meta é a universalização da educação primária, o país está com 97,7% das crianças de 7 a 14 anos frequentando o ensino fundamental – mais do que os 81,2% de 1990.

Nos demais ODMs - paridade de gêneros, combate a HIV/Aids, qualidade de vida, respeito ao meio ambiente e parceria mundial para o desenvolvimento - a expectativa é seguir avançando nos índices.

“Tendemos a olhar a mudança [no Brasil] como superficial e quando vemos os objetivos [cumpridos] e características estruturais, como mortalidade infantil, acesso à creche, vamos ver que é uma transformação profunda, no sentido de estrutural e na base”, disse Marcelo Neri.



Fonte: Agência Brasil
Imagens ilustrativas



quarta-feira, 21 de maio de 2014

Riscos de celular a crianças serão avaliados por megaestudo na Grã-Bretanha

O estudo - financiado por governo e indústria - vai monitorar 2.500 crianças de 11 e 12 anos.
Testes de sua capacidade cognitiva - como habilidades de pensamento, memória e atenção – serão feita e, depois, repetidos em 2017 para comparação.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, pesquisas nesta área são de "máxima prioridade".
Mais de 160 escolas secundárias ao redor de Londres vão receber convites para inscrever alunos para o estudo.
Os pesquisadores dizem que "muito pouco" se sabe sobre o impacto que essas tecnologias têm sobre as crianças.
Grande parte da investigação sobre o uso de celulares tem se concentrado em adultos e, em particular, no risco de câncer no cérebro. Nenhuma evidência de dano foi identificada até a agora.
No entanto, o serviço de saúde britânico, o NHS, aconselha que crianças com menos de 16 anos usem telefones celulares apenas quando for essencial.
Escolhas melhores
A teoria dos pesquisadores é de que o cérebro das crianças pode ser mais suscetível por ainda estar em desenvolvimento.
Esta pesquisa - liderada pelo Imperial College London - vai colocar essa ideia à prova, analisando dados das operadoras e questionando as crianças e seus pais sobre o uso de telefones celulares e dispositivos sem fio, como tablets.
A faixa etária de 11 a 12 anos é particularmente importante porque muitas crianças ganham celulares nessa idade na Grã-Bretanha, quando iniciam o ensino secundário. Cerca de 70% de integrantes desse grupo de idade possuem um celular.
Segunda a pesquisadora que lidera o estudo, Mireille Toledano, o conselho aos pais é baseado no princípio da precaução, dado que não há qualquer conclusão ainda sobre se os celulares causam ou não danos.

Ela diz que o estudo é importante para que o governo possa adotar políticas melhores e pais e filhos tenham mais informações para fazer suas escolhas.



Fonte: BBC Brasil

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