sábado, 7 de julho de 2012

Municípios do RN serão beneficiados com unidades habitacionais


A Governo do RN assinou nesta quinta-feira (6) termo de acordo e compromisso do programa Minha Casa, Minha Vida 2 para construção de unidades habitacionais em 41 municípios do Rio Grande do Norte, através da Companhia Hipotecária Brasileira - CHB.

Ao todo, serão construídas 1.660 casas com investimento de R$ 41,5 milhões do Governo Federal, através do Ministério das Cidades, e mais R$ 5.999.240,00 por parte do Governo do Estado. As contrapartidas municipais serão representadas por bens ou serviços economicamente mensuráveis, não havendo aporte de recursos financeiros. Além disso, o Estado concederá projeto técnico; assistência técnica e social; e contrapartida financeira de R$ 3.614,00 por unidade habitacional. Os recursos para construção das casas serão repassados por meio de instituição financeira autorizada pelo Banco Central e pelo Ministério das Cidades.
As unidades vão beneficiar até 50 mil pessoas, com renda bruta familiar até R$ 1.600,00. A prioridade é para portadores de deficiência, idosos e mulheres chefes de família.
Os municípios do RN beneficiados com as novas unidades habitacionais através do programa Minha Casa, Minha Vida 2 são: Alto do Rodrigues, Augusto Severo (Campo Grande), Barcelona, Bento Fernandes, Bom Jesus, Coronel Ezequiel, Coronel João Pessoa, Currais Novos, Espírito Santo, Felipe Guerra, Francisco Dantas, João Câmara, José da Penha, Jucurutu, Luís Gomes, Martins, Nova Cruz, Ouro Branco, Paraná, Passagem, Pau dos Ferros, Pendências, Portalegre, Porto do Mangue, Riacho da Cruz, Santo Antônio, São José do Campestre, São José do Seridó, São Paulo do Potengi, São Miguel, Senador Georgino Avelino, Serra de São Bento, Serra Negra do Norte, Serrinha dos Pintos, Sítio Novo, Taboleiro Grande, Tibau, Umarizal, Upanema, Venha-Ver e Viçosa.



Fonte: Femurn

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Tombuctu: Unesco condena ataque de rebeldes

  Pátio da Mesquita de Djingareyber, construída de barro em 1325, Sankoré et Sidi Yahia.

Mausoléus destruídos por muçulmanos em Tombuctu estavam sob proteção da ONU desde 1988. Recentemente foram incluídos na lista de patrimônios ameaçados. Rebeldes procuram intimidar população e se afirmar contra Ocidente.

Manuscritos preciosos guardados em Tombuctu estão em perigo



Pecado contra o Islã
Situada à borda do Sahara e a cerca de mil quilômetros ao norte da capital Bamaco, Tombuctu é apelidada "Pérola do Deserto". Durante muito tempo foi considerada uma das principais atrações turísticas da África Ocidental. Além de três grandes mesquitas, 16 cemitérios e mausoléus fazem parte do Patrimônio Cultural da Humanidade na cidade.
Um dos monumentos já destruídos é o mausoléu de Mahmud Ben Amar, um erudito islâmico do século 16. Tratava-se de um local de peregrinação para os fiéis em busca do socorro da personagem que cultuam como a um santo.
Aos olhos dos fanáticos, isso atenta contra o monoteísmo do Islã, que só admite a adoração de um único Deus. Segundo o porta-voz do Ansar Dine, Sanda Ould Bamama, os monumentos em questão seriam haram, ou seja, pecado e, portanto, proibidos. 
Fonte: dw.de


A histórica Tombuctu, no Mali


Tombuctu foi fundada cerca do ano 1100 pela sua proximidade com o rio Níger para servir às caravanas que traziam sal das minas do deserto do Saara para trocar por ouro e escravos trazidos do sul por aquele rio. Em 1330, Tombuctu fazia parte do poderoso império do Mali, que controlava o lucrativo negócio do sal por ouro em toda a região, estando ligada à cidade de Yenné através do comércio do sal, de cereais e do ouro. A sua função comercial era acompanhada de uma função militar. Dois séculos mais tarde, Tombuctu atingiu o seu apogeu sob o império Songhay, tornando-se um paraíso para os estudiosos e a capital espiritual dos finais da dinastia Mandingo Askia (1493-1591). Tombuctu, que foi habitada por muçulmanos, cristãos e judeus durante centenas de anos, foi sempre um centro de tolerância religiosa e racial. As culturas locais - songhai, tuaregue e árabe– misturaram-se, mas conservaram as suas distintas tradições. Essa idade de ouro terminou no século XVI, quando um exército marroquino destruiu o império Songhay. O domínio do comércio com África pelos navegadores europeus foi mais uma razão para o declínio de Tombuctu . O plano actual da cidade é do século XIX. Cinco bairros repartem-se no espaço urbano rodeado por uma muralha de cinco quilómetros. Nesta cidade comercial, é dada uma grande importância ao espaço dedicado aos mercados e aos lugares públicos. Uma parte da cidade de Tomboctu já caiu devido às tempestades de areia do Saara.

A desertificação e a acumulação de areia trazida pelo vento seco harmattan já destruíram a vegetação, o abastecimento em água e muitas estruturas históricas da cidade. Depois de Tombuctu ter sido inscrita na lista do Património Mundial em Perigo, a UNESCO iniciou um programa para conservar e proteger a cidade.
Durante o começo do século XV, foram criadas várias instituições islâmicas. A mais famosa delas é a mesquita de Sankore, conhecida atualmente por Universidade de Sankore.
Enquanto o islamismo era praticado nas cidades, nas zonas rurais locais a maioria não seguia as tradições muçulmanas. Seus líderes eram muçulmanos, interessados no avanço econômico, ao passo que a maioria da população era de "tradicionalistas".
No centro da comunidade escolar islâmica, a universidade de Sankore se organizava de forma diferente das escolas medievais europeias, sem uma administração central, registros de estudantes, ou cursos prescritos para estudo. Era composta, basicamente, por outras escolas ou "faculdades" independentes, cada qual com seu mestre. Os estudantes ligavam-se a um único professor e os cursos eram oferecidos em pátios abertos dentro das instalações da instituição ou em residências fechadas. As escolas dedicavam-se a ensinar o Alcorão e outros campos de conhecimento, tais como a lógica, a astronomia e a história. A venda e compra de livros chegou a ser mais lucrativa do que o comércio de ouro e escravos. Entre os melhores alunos, professores e pedagogos, estava Ahmed Baba, personagem histórico frequentemente citado no Tarikh-es-Sudan e em outros livros.



Fonte: Wikipédia

Vestibular a Distância UFRN: Novo Edital Retificado




Edital de cadastramento, remanejamento e matrícula retificado (publicado em 03/07/2012) 








Fonte: Comperve

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ciência versus pseudociência


 
Ciência
Pseudociência

Observação

Observação

Hipóteses

Hipóteses

Experimentação
Teoria
▼ (dúvidas, críticas, confrontação)
Experimentação


Não há críticas;
Não há confrontação.



Lei (pode ser questionada)


Lei


Ciência

Pseudociência

Testa e confronta a teoria frequentemente;

Testa a teoria já se sabendo de antemão o resultado;

Busca fatos e exemplos que confrontem a teoria;

Recusa fatos e exemplos que confrontam a lei;

Utiliza a experiência para confrontar a teoria;

Adapta a experiência para confirmar a própria teoria;

Retira da experiência exemplos factuais (verificáveis).
Adapta os exemplos para confirmar a própria teoria/lei.


Exemplo:


















Epistemologia:
  


















Por Renan
Extraído do Interlúdico.blogspot

Concurso ANATEL 2012 - Edital e Inscrição


A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) publicou o edital n° 01/2012 de concurso público para o provimento de 46 vagas. As oportunidades são para os cargos de Analista Administrativo  (4) e Técnico Administrativo (42), com salários que variam entre R$ 4.760,18 e R$ 9.263,20 e jornada de 40 horas.
Interessados pela concorrência para o cargo de Analista Administrativo precisam ter formação de nível superior em qualquer área de formação. Os Analistas aprovados e nomeados serão lotados na sede do órgão, em Brasília/DF, onde realizarão atividades administrativas e logísticas relativas ao exercício das competências constitucionais e legais da Anatel.
Já para disputar uma das vagas de Técnico Administrativo, o candidato deve ter nível médio completo. Se aprovado e efetivado, o Técnico exercerá atividades administrativas e logísticas de nível intermediário, fazendo uso de todos os equipamentos e recursos disponíveis para a consecução dessas atividades. Os Técnicos poderão ser lotados em Maceió/AL, Brasília/DF, Goiânia/GO, Belo Horizonte/MG, Campo Grande/MS, Belém/PA, Recife/PE ou São Paulo/SP.
Inscrições
O concurso será executado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE/UnB), que disponibilizou o endereço http://www.cespe.unb.br/concursos/ANATEL_12 para inscrições. O período de inscrição se estenderá das 10 horas do dia 9 de julho e 23 horas e 59 minutos do dia 30 de julho de 2012, observado o horário oficial de Brasília/DF.
Taxas
Analista Administrativo: R$ 84,00;
Técnico Administrativo: R$ 45,00.

Provas e Gabaritos
As provas objetivas, a prova discursiva, o recebimento dos títulos e a perícia médica dos candidatos que se declararam com deficiência serão realizados nas cidades de Belém-PA, Belo Horizonte-MG, Brasília-DF, Campo Grande-MS, Goiânia-GO, Maceió-AL, Recife-PE e São Paulo-SP.
As provas objetivas e a prova discursiva para o cargo de Analista Administrativo terão a duração de 5 horas e 30 minutos e serão aplicadas no dia 16 de setembro de 2012, no turno da manhã e as provas objetivas para o cargo de Técnico Administrativo terão a duração de 3 horas e 30 minutos e serão aplicadas no dia 16 de setembro de 2012, no turno da tarde.
Os locais e os horários de realização das provas objetivas e da prova discursiva estarão disponíveis para consulta na Internet, a partir da data provável de 6 de setembro de 2012.
Os gabaritos oficiais preliminares das provas objetivas serão divulgados na página do Cespe a partir das 19 horas da data provável de 18 de setembro de 2012, observado o horário oficial de Brasília/DF.
Validade
O prazo de validade do concurso esgotar-se-á após um ano, contados a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período.



Fonte: Concursosnobrasil

RN: Mineração receberá investimentos no Seridó


O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales, recebeu na semana passada a diretoria da empresa australiana Crusader Resources, que realiza investimentos no setor de mineração na região do Seridó. O diretor-presidente do grupo, David Archer, apresentou o Projeto Borborema, desenvolvido na cidade de Currais Novos, na Fazenda São Francisco, para exploração e beneficiamento de ouro. De acordo com o presidente, a mina tem capacidade para produção de quatro milhões de toneladas de minério por ano.
David Archer afirmou que o objetivo da Crusader Resources é investir R$ 400 milhões no Projeto Borborema. Ele acrescentou que ainda há desafios a serem vencidos. “Estamos com um grande projeto para investimento em Currais Novos, mas para isso temos de superar barreiras e uma delas é a falta de mão de obra qualificada”, disse.
O diretor geral da Crusader no Brasil, Rob Smakman, apresentou detalhes do projeto e os principais desafios. “Hoje nós possuímos licença para operação, mas ainda estamos realizando estudos e licenciamentos. Nossa ideia é que o Projeto Borborema não fique sozinho, por isso temos várias equipes mapeando a região”, disse Smakman. E complementou: “Precisamos de mão de obra qualificada e temos que pensar nisso agora”.
Entre as dificuldades apresentadas pela mineradora, está a escassez de água, energia e mão de obra. Entre os pontos favoráveis, a diretoria do grupo apontou a facilidade logística propiciada pela proximidade com a BR-226 e a qualidade da jazida.
O presidente da Fiern, Amaro Sales, afirmou que a Federação está à disposição para contribuir na implantação e consolidação do Projeto Borborema. “Mais de 90% das empresas do RN são micro ou pequenas. A instalação de indústrias de grande porte, como a que vocês dirigem, também é importante para o desenvolvimento do nosso Estado. O Sistema Fiern atua como elo entre os interesses da indústria e o poder público. “Vamos ajudar”, disse.
Quanto à qualificação de trabalhadores, Amaro Sales destacou a experiência do Serviço Nacional da Indústria (SENAI-RN). “Nós trabalhamos em rede e temos um networking que pode auxiliar o trabalho de vocês. O Senai possui uma expertise em qualificação profissional. O que não tivermos aqui, podemos solicitar a outras federações ou à CNI (Confederação Nacional da Indústria), com as quais temos parceria”, ressaltou o presidente.
Também participaram da reunião Michael Shmulian, diretor de Operação; Aidan Platel, diretor de Exploração; Ronis Bragança, diretor Administrativo e Financeiro; Valério Jardim, gerente do Projeto Borborema, e Ernesto Weiring, gerente de Engenharia; além do diretor regional do Senai-RN, Afonso Avelino D. Neto.
Atualmente, o Projeto Borborema gera 70 empregos diretos e a estimativa é de que com a sua consolidação sejam dois mil novos postos de trabalho, sendo 320 diretos e 1.500 indiretos na região do Seridó.
A Crusader Resources também possui outros investimentos no Brasil. No estado de Minas Gerais, está em andamento o Projeto Posse, para exploração beneficiamento de ferro.



Fonte: Jornal Gazeta do Oeste - via Femurn

Atari 2600 completa 35 anos de existência



Em 1972, Nolan Bushnell e Ted Dabney fundaram a Atari, empresa que revolucionaria a indústria do entretenimento eletrônico com máquinas de Pong, arcades e também o Atari 2600.
O console de maior sucesso da companhia chegou ao mercado americano no ano de 1977, batizado originalmente de Atari VCS (Video Computer System). Com o lançamento do Atari 5200, o aparelho foi renomeado para 2600.

Responsável pela popularização e - posteriormente - pelo seu declínio temporário, o Atari recebeu um número enorme de jogos hoje considerados clássicos da pré-história. Inúmeros deles ainda estão incrustados na nossa memória, como o "Polícia e Ladrão" (Keystone Kapers) e o Esconde-Esconde (Sneak 'N Peek).
Veja abaixo uma galeria especial com alguns dos maiores sucessos do Atari 2600 e volte alguns anos no tempo:
Atari faz 40 anos em momento de decadência

A Atari teve um início de sucesso no mundo dos videogames, mas após a crise de 1983, com a baixa qualidade de inúmeros títulos que inundavam o mercado e o fracasso de games como E.T. e Pac-Man, os consumidores perderam o interesse nos consoles e um mercado de bilhões de dólares se retraiu para alguns poucos milhões. Isso, é claro, antes da Nintendo colocar as coisas nos eixos novamente com o NES.
Após este baque, a empresa passou por inúmeras restruturações com o passar dos anos e depois de ser dissolvida e adquirida por várias outras companhias, hoje se dedica quase exclusivamente aos jogos para celulares  e novas versões de títulos já ultrapassados. Feliz aniversário?


Fonte: IG.COM

segunda-feira, 2 de julho de 2012

William Shakespeare: "Conspiração" sobre autoria das obras de Shakespeare é tema de debate na Flip


Divulgação
'Quem Escreveu Shakespeare', de James Shapiro

Norte-americano James Shapiro, autor de "Quem Escreveu Shakespeare?", participa de mesa sobre obra do dramaturgo; leia entrevista.


Há séculos um zunzum anima o meio literário: William Shakespeare não seria o autor de suas peças. Como são poucos os registros existentes da vida do autor britânico, as lacunas alimentaram as dúvidas de como o filho de um fabricante de luvas no interior da Inglaterra no século 16, teoricamente capaz de apenas soletrar seu nome, se transformaria no maior dramaturgo da história.
E são justamente os anos da formação intelectual de Shakespeare, entre o casamento com Anne Hathaway (sim, o mesmo nome da atriz) no começo da década de 1580, aos 18 anos, e sua reaparição em Londres, em meados de 1590, já como aspirante a escritor, que permanecem desconhecidos. O passar do tempo só serviu de adubo para que teorias cada vez mais curiosas criassem raízes no imaginário popular e configurassem o ambiente de um mistério dos mais instigantes, que inspirou recentemente, inclusive, o filme "Anônimo".
É esse panorama que o norte-americano James Shapiro analisa em "Quem Escreveu Shakespeare" (editora Nossa Cultura), que será lançado na Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip 2012 , que acontece entre 4 e 8 de julho. Professor da Columbia University, Shapiro é um dos maiores estudiosos da obra de William Shakespeare, alvo de outro de seus livros, "1599: Um ano na vida de William Shakespeare" (editora Planeta).
Cético em relação às ideias conspiratórias relacionadas ao bardo – há até o boato de que professores são pagos para esconder informações a respeito da suposta verdade sobre Shakespeare –, Shapiro mergulhou nesse mundo obscuro e voltou à tona com um dossiê investigatório completo: em seu livro, compila os principais candidatos à autoria das peças, desmascara pistas falsas deixadas pelo caminho e oferece ao leitor os fatos comprovados do caso. É essa, segundo ele, sua religião.
Hoje em dia, os principais, digamos, "concorrentes" de Shakespeare são Edward de Vere, o conde de Oxford, e sir Francis Bacon. Há também Christopher Marlowe que, mesmo morto em 1604, antes da publicação de peças importantes como "Macbeth" e "Rei Lear", ainda é considerado no páreo – conforme seus defensores, o dramaturgo que inspirou Shakespeare teria simulado sua morte e continuado escrevendo anonimamente.
Não é só isso. Correntes de pensamento paralelas atribuem a autoria à própria Elizabeth 1ª. Outras afirmam que o conde de Oxford e a rainha teriam tido um caso, ou que ela fosse mãe dele, ou as duas coisas – sim, há até incesto na família real na jogada.

Divulgação
O professor norte-americano James Shapiro

Confirmado na mesa "O mundo de Shakespeare", que divide com o também norte-americano Stephen Greenblatt, biógrafo do dramaturgo, na Flip, James Shapiro conversou com o iG a respeito da polêmica shakesperiana.
iG: Por que as pessoas são tão fascinadas por esse assunto? É porque lembra uma história de mistério? 


James Shapiro: Meu livro acabou parecendo um história de detetive. Por que tantas pessoas inteligentes, inclusive Sigmund Freud, Henry James e Mark Twain, imaginaram que outra pessoa que não Shakespeare tenha escrito suas peças? E quais pistas jogam luz em quando e por que essa ideia apareceu? Faço meu melhor para seguir esse mistério até a década de 1850, e foi um livro excitante para se pesquisar. As razões que levaram as pessoas a duvidar da autoria de Shakespeare são complicadas, e variam de uma para outra. Mas no fundo, para muitas delas, foi o mistério de como o filho de um fabricante de luvas na Inglaterra rural pôde escrever peças tão impactantes.

iG: Por que alguém inventaria fatos sobre a vida de Shakespeare? Diversão, ciúme, alguma rivalidade? 


James Shapiro: Tudo o que resta de Shakespeare são 37 peças, 154 sonetos e alguns poemas longos. Isso, e talvez pouco mais de 20 documentos que o mencionam, como seu testamento, registros de imóveis e de sua carreira profissional. Para um escritor elisabetano, é um bocado de coisas, mas não o suficiente para alguém tentando escrever uma biografia sobre ele. As pessoas forjavam informações para preencher o que estava faltando. Falo sobre isso em meu livro, como

as informações falsas criadas por William Henry Ireland, que enganaram muita gente no século 18. Mas mais comum do que criar fatos é pegar aqueles que já temos e embelezá-los, ou ler os trabalhos de Shakespeare e imaginar, por exemplo, que ele morria de ciúmes ou não amava sua mulher porque os personagens de suas peças são assim. Você ficaria impressionado com o quanto essa abordagem é comum nas biografias de Shakespeare atualmente.

iG: A rainha Elizabeth 1ª e o rei Jaime 1º são os candidatos mais absurdos à autoria dos livros? 


James Shapiro: Acho que o mais absurdo é Daniel Defoe (autor de "Robinson Crusoé"), que não era nem nascido quando Shakespeare morreu!


Divulgação
Edward de Vere, o conde de Oxford, um dos "candidatos" à autoria das pelas de Shakespeare

iG: Alguém já levou a sério o boato de que existe uma conspiração no mundo acadêmico para esconder a "verdade" sobre Shakespeare? 


James Shapiro: Há quem afirme que os acadêmicos de Shakespeare têm tanto investido profissionalmente que conspiram ou são pagos para manter o segredo de que, na verdade, outra pessoa seria o autor. Posso assegurar que, se descobrisse qualquer evidência de que não foi Shakespeare quem escreveu "Hamlet" ou "Romeu e Julieta", publicaria imediatamente e ficaria rico. Vivemos numa era em que as ideias conspiratórias são alimentadas pela internet, então a questão da autoria de Shakespeare lança luz não apenas nisso, mas também em nosso momento cultural.

iG: O senhor já escreveu que a fé de algumas pessoas na suposta fraude de Shakespeare é tão grande que elas não mudam de ideia nem mesmo diante de fatos. Em seu caso, o sentimento é oposto? Considera-se um verdadeiro crente na autenticidade de Shakespeare? 


James Shapiro: Muitos dos debates sobre a autoria de Shakespeare utilizam linguagem teológica, o que denuncia que se trata mesmo de uma questão de fé para muitos céticos, não de fatos (por isso nenhum deles muda de ideia, nem mesmo quando confrontados com o que estudiosos consideram evidências indiscutíveis). Não sou crente em nada exceto em evidência documental. Passei boa parte de minha vida em arquivos tentando desenterrar o máximo delas possível, e o resto do tempo pensando em como explicá-las para outras pessoas, especialmente para curiosos fora do mundo acadêmico.

iG: O senhor tem uma teoria de como Shakespeare se tornou um autor extraordinário depois de seus "anos perdidos"? 


James Shapiro: Outros têm; eu, não. E devo admitir que não passo muito tempo pensando em alguma que não posso possivelmente responder, já que não sabemos quase nada sobre os anos de formação de Shakespeare. Qualquer coisa que eu dissesse seria apenas uma projeção de meus próprios valores ou um reflexo da nossa cultura atual. Não estou certo, de qualquer maneira, se alguém conseguiria explicar o que provoca a genialidade – que é, no final das contas, o que estamos discutindo aqui.

iG: Há documentos suficientes para se escrever uma biografia adequada de Shakespeare? Ou boa parte dela continua sendo apenas ficção? 


James Shapiro: Já declarei antes que não existem evidências suficientes que nos permitam escrever uma biografia completa sobre Shakespeare, do berço até o túmulo. Os anos perdidos de sua adolescência são um obstáculo; a falta de acesso a suas crenças religiosas e políticas, e até mesmo a sua vida amorosa, são outro. Dito isso, estou profundamente comprometido em escrever a respeito das partes da vida dele das quais sabemos um bocado. Por isso escrevi o livro "1599: Um Ano na Vida de William Shakespeare" (que levei 15 anos para pesquisar) e atualmente estou trabalhando em outro, 1606, o ano de "Rei Lear". Mas esses livros são focados no que ele escreveu e o que aconteceu na época para influenciar suas peças e escolhas profissionais – não estou interessado em escrever ficção.

iG: O que o senhor espera de sua participação na Flip? 


James Shapiro: Estou muito entusiasmado por visitar o Brasil pela primeira vez e me ver na companhia de tantos autores maravilhosos. Com relação à mesa sobre Shakespeare, Stephen Greenblatt é o melhor crítico vivo de sua obra e o estudioso da Renascença mais influente dos últimos 50 anos. Qualquer oportunidade de ver, conversar com ele e trocar ideias é sempre um prazer.



Fonte: Portal IG.COM

Bóson de Higgs: Cientistas encontram provas de que a ‘partícula de Deus’ existe

CERN
Imagem mostra candidato a bóson de Higgs contendo dois fótons de alta energia (representados por torres em vermelho). As linhas amarelas são as trajetórias de outra colisão

Físicos vão anunciar na quarta-feira a existência do bóson de Higgs,  partícula prevista até então em teoria e que explica as origens do universo


Físicos do Laboratório Nacional Acelerador Fermi, vinculado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos, anunciaram nesta segunda-feira (2) que encontraram a mais forte evidência até agora da existência de um corpo subatômico conhecido como "partícula de Deus", ou bóson de Higgs.
A evidência surgiu com subprodutos da colisão de partículas no acelerador chamado de Tevatron, disseram os cientistas. A pista, porém, ainda precisa de mais evidências que a comprovem.
Cientistas que trabalham no maior acelerador de partículas do mundo, no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, o CERN, na Suíça, planejam anunciar nesta quarta (4) que eles conseguiram encontra provas suficientes de que a chamada ‘partícula de Deus’ existe de fato.
Após décadas de pesquisa e bilhões de dólares investidos, pesquisadores do CERN, ainda não estão prontos para dizer que descobriram a partícula. No entanto, especialistas familiarizados com a pesquisa do Cern dizem que os dados obtidos vão mostrar vestígios do princípio conhecido como bóson de Higgs, provando que ele existe, mas não permitindo afirmar que foi vislumbrado.
Cientistas sêniores do Cern afirmam que as duas equipes que planejam apresentar os resultados do trabalho nesta quarta-feira (4) estão tão fechados que só é impossível saber de alguma coisa sobre a descoberta.
“Eu concordo que qualquer observador de fora diria que ‘isto parece como uma descoberta’”, disse à AP o físico teórico John Ellis, professor da King's College London, que tem trabalha no Cern desde 1070. “Nós descobrimos alguma coisa que é consistente para ser o bóson de Higgs”.
A partícula de Higgs recebeu este nome após o físico Peter Higgs, que, entre outros físicos na década de 1960, ajudou a desenvolver o modelo teórico que explica por que algumas partículas têm massa e outros não, uma etapa importante para entender a origem da massa. O modelo prevê a existência de uma nova partícula. Para físicos de partículas, encontrar o bóson de Higgs seria essencial para confirmar o modelo usado para explicar o que dá massa a matéria e, consequentemente, como o universo foi formado.

Equipes em busca do bóson de Higgs 
Apenas grandes colisores de partículas como o Tevatron do Fermilab - que teve as atividades encerradas em setembro de 2011 – e o grande colisor de hádron, do Cern, têm a chance de produzir a partícula de Higgs. Cada uma das duas equipes conhecidas como ATLAS e CMS envolve milhares de pessoas que trabalham de forma independente para garantir a precisão.

Rob Roser, que lidera as pesquisas sobre o bóson de Higgs no Fermilab, em Chicago, afirmou que os físicos de partículas têm um padrão muito alto para o que é preciso e para o que é considerado uma descoberta.
Roser compara a os resultados que os cientistas vão anunciar na quarta à descoberta de marcas fossilizadas de um dinossauro. “Você vê as pegadas e as sombras do objeto, mas não o vê de fato”, disse à AP.
Cientistas com acesso para os novos dados do CERN dizem que eles mostram um alto grau de certeza de que o bóson de Higgs já pode ter sido vislumbrado e que, oficialmente, combinando os resultados separados de ATLAS e CMS, pode-se argumentar que uma descoberta está muito próxima.
(Com informações da AP e Reuters)

Fonte: Portal IG.Com/Ciência