sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O Rio Grande do Norte possui a sexta pior distribuição de renda do Brasil

Imagem ilustrativa

O Rio Grande do Norte possui a sexta pior distribuição de renda do Brasil. Mais de 68% das famílias potiguares sobrevivem com até três salários mínimos por mês, enquanto  pouco mais de 4% das famílias concentram rendimentos que podem chegar a mais de 20 salários mínimos. Os números colocam o RN na 18º posição quanto ao rendimento familiar. Além disso, somos o segundo Estado com a maior taxa de população desocupada do país – 11%. Os dados foram revelados ontem, dia 18, com a publicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A medida que avalia o grau de concentração da riqueza é apontada pelo Índice de Gini. Desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, o índice calcula a desigualdade de distribuição de renda e consiste em um número que varia de 0 a 1. Zero corresponde à perfeita igualdade e 1 à desigualdade máxima. Em 2013, o RN obteve valor de 0,521. O número é maior que o resultado do ano passado, quando o Estado obteve índice de 0,504. Ou seja, a desigualdade aumentou no RN.

O pior resultado foi apontado para o Estado do Piauí – 0,566. A melhor posição ficou com Santa Catarina – 0,436. Nacionalmente, a média é de 0,498. A região que apresentou a pior média, ou seja, o maior nível de desigualdade, foi o Nordeste – 0,523.

Os números do Índice Gini podem ser melhor compreendidos quanto analisados outros dados apontados pelo PNAD/2013. O Rio Grande do Norte possui 1.116.000 famílias. A maior parte (892.000, ou seja, 80%) reside na zona urbana. As demais 224.000 famílias (20%) estão na zona rural.
O estudo apontou o rendimento mensal familiar. Trinta e três mil famílias sobrevivem apenas de doações ou benefícios sociais e não têm qualquer tipo de renda. 68,3% das famílias potiguares, ou seja, 745 mil grupos familiares, possuem renda mensal de até três salários mínimos: R$ 2.172,00. No entanto, o valor do rendimento médio mensal das famílias do Estado é de R$ 2.145,00 distribuído da seguinte forma: R$ 2.359,00 (zona urbana) e R$ 1.293,00 (zona rural).


Taxa de desocupação

No ano passado, a população potiguar ocupada com 15 anos ou mais de idade totalizou 1,464 milhão de pessoas, o que não representou crescimento com relação a 2012. A população ocupada masculina foi de 882 mil pessoas e a feminina de 582 mil. O PNAD apontou ainda que a população economicamente ativa (PEA) – proporção de pessoas ocupadas na população em atividade ativa – foi de 61,8%, em 2012, e 61,2%, ano passado.

Em um ano, o número da população desocupada subiu ano passado. O salto foi de  68 mil pessoas. Em 2012, eram 112 mil pessoas sem ocupação e, em 2013, esse número ficou em 180 mil. O resultado colocou o Rio Grande do Norte com a segunda pior taxa de desocupação do Brasil – 11%. Em 2012, essa taxa era de 7,1%.

Uma destas pessoas desocupadas é a, agora, dona de casa Milene da Silva, 31 anos. Ela está desempregada há mais de um ano. Mãe de quatro filhos, ela depende da renda do marido para se manter. “Estou procurando emprego. Deixei currículos em algumas empresas e espero ser chamada o mais rápido possível. Fui chamada para entrevista e estou confiante. É muito ruim estar desempregada”, contou.


Moradora do bairro Mãe Luíza, Milene disse ainda que não é a única na situação de desocupada. Na rua onde mora, há outras pessoas sem trabalho e renda. “Muita gente está sem trabalhar. A maioria, aqui, apenas cuida dos filhos”, explicou. O marido de Milene é pintor autônomo e recebe, mensalmente, aproximadamente R$ 1 mil.




Fonte: Tribuna do Norte
Com: Júlio Pinheiro e Roberto Lucena