sábado, 21 de julho de 2012

Presidente da Rússia sanciona adesão do país à OMC


MOSCOU, 21 Jul (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou a lei de adesão do país à Organização Mundial do Comércio (OMC), completando uma campanha de 18 anos para unir a nação ao clube de regras comerciais, informou neste sábado o escritório de imprensa do Kremlin.
O senado russo havia aprovado a entrada do país na OMC no começo deste mês. A economia de 1,9 trilhão de dólares da Rússia, a nona maior do mundo, se tornará o 156o membro da OMC 30 dias depois da ratificação.


Fonte: Reuters Brasil 

Nova queda no índice do FPM deixa 49 municípios do RN com saldo zero




A situação financeira não está nada fácil para várias prefeituras do Rio Grande do Norte. Segundo levantamento feito pela Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), 49 cidades do Estado amanheceram esta sexta-feira (20), que receberam a segunda parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), ficaram com saldo zero após a dedução da contribuição para o INSS. Detalhe: Hoje, as Prefeituras são obrigadas, por lei, a efetuar o repasse do duodécimo para manutenção das Câmaras Municipais.
A terceira e última parcela do FPM do mês de julho, que tem previsão de depósito para o dia 30, ainda não teve o índice divulgado pelo Tesouro Nacional.

Municípios que ficaram com saldo zero:                 

Acari                                     
Alto do Rodrigues                                  
Angicos                  
Areia Branca 
Arez                     
Assu              
Boa Saúde 
Caicó
Carnaúba dos Dantas
Carnaubais
Ceará-Mirim
Cerro Corá
Currais Novos
Extremoz
Goianinha
Gov. Dix-Sept Rosado
Grossos
Guamaré
Ielmo Marinho
Itajá
Jardim do Seridó
João Câmara
Jucurutu
Lagoa Nova
Luis Gomes
Maxaranguape
Monte Alegre
Nísia Floresta
Nova Cruz
Ouro Branco
Parelhas
Parnamirim
Pau dos Ferros
Pedro Avelino
Pedro Velho
Pendências
Porto do Mangue
Pureza
Rio do Fogo
Ruy Barbosa
Santo Antônio 

São José do Mipibu
São Miguel do Gostoso
Serra Caiada
Serra do Mel
Taipu
Tibau do Sul
Umarizal
Upanema



Fonte: Femurn

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Arca das letras distribui kits educativos em municípios do RN



A coordenação do Programa Nacional de Bibliotecas Rurais Arca das Letras, Programa coordenado no RN pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária (Seara) distribui kits educativos em municípios do Alto Oeste.
Os kits, formados por livros didáticos, infantis e técnicos, foram arrecadados durante campanha de doação de livros ‘Amigos da Arca’. De acordo com a coordenação do programa, possibilita a pulverização de conhecimento em comunidades da agricultura familiar, remanescentes de quilombos, indígenas, etc.
Até o momento, já foram distribuídos 90 kits entre os municípios de Mossoró, Almino Afonso, Marcelino Vieira, Tenente Ananias, Portalegre, Pau dos Ferros, João Câmara, Messias Targino, Patu, Olho D’água do Borges, Janduís, Riachuelo, São Paulo do Potengi, São Tomé, Rafael Godeiro, Umarizal, Lucrécia, Riacho da Cruz, Portalegre, São Francisco do Oeste, Encanto, Dr. Severiano, Coronel João Pessoa, Luiz Gomes, Riacho de Santana e Paraná. Totalizando, assim, 27 municípios atendidos.
O Arca das Letras foi criado em 2003 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário/Secretaria de Reordenamento Agrário (MDA/SRA).

Fonte: Governo do RN

quinta-feira, 19 de julho de 2012

UFRN: Vestibular 2013. Inscrições começam segunda (23/07)


A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), através do Núcleo Permanente de Concursos (COMPERVE), abre na próxima segunda-feira, 23 de julho, o período de inscrições para o Vestibular 2013, que será feito, exclusivamente, via internet. As inscrições continuarão até o dia 27 de agosto.

Para concorrer a uma das 3.015 vagas ofertadas este ano, o candidato necessita de um documento de identificação, conforme o item 14 do edital, Cadastro de Pessoa Física (CPF) e preencher todos os campos do formulário de inscrição, e enviar, eletronicamente, uma foto no tamanho 3x4 no formato jpeg.

O formulário e o edital do vestibular estão disponíveis no site da COMPERVE, que pode ser acessado através do link www.comperve.ufrn.br, na área do Vestibular 2013.

Após o envio do formulário com foto, o candidato não contemplado pela isenção deve imprimir a Guia de Recolhimento da União (GRU) para pagamento da taxa de inscrição, no valor de R$ 110,00. Esse pagamento deve ser realizado até o dia 28 de agosto. Os candidatos isentos devem imprimir o comprovante de inscrição.

É importante que o candidato verifique, a partir de 14 de setembro, a validação de sua inscrição. Caso não tenha sido validada, ele deverá entregar, na sede da COMPERVE, no período de 17 a 28 de setembro de 2012, no horário das 7h30 às 11h30 ou das 13h30 às 17h30, cópia do Comprovante de Pagamento (para o candidato pagante) ou do Comprovante de Inscrição (para o candidato isento), ou ainda enviar via fax (0XX84 3211-9202) ou pelo e-mail comperve@comperve.ufrn.br.

Se o problema constatado for com a foto, o candidato deve encaminhar, eletronicamente, por meio de formulário específico uma nova foto.

As provas serão aplicadas de 25 a 27 de novembro, simultaneamente, nas cidades de Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos e Santa Cruz. Os locais das provas serão divulgados também no site da COMPERVE, dia 7 de novembro.

Este é o ultimo vestibular realizado pela UFRN. A partir de 2014, a Instituição adotará de forma integral o ENEM/SiSU, como forma de acesso aos seus cursos de graduação.





Fonte: Dn Online

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Santo Antônio/RN: Entrega de documentação para a construção de casas




João Felipe e Flavio Luiz


A Prefeitura de Santo Antonio através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, Setor Habitação, entregou a documentação solicitada pela Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento - CEHAB, para a construção de 50 unidades habitacionais no Programa Nacional de Habitação Urbana - PNHU. A entrega aconteceu na manhã de quarta-feira, 18, quando o Coordenador Municipal de Habitação, Flavio Luiz, esteve com o presidente da CEHAB, João Felipe de Medeiros, que recebeu os documentos. 

Na ocasião a chefe de gabinete da CEHAB,  Bianca Bellini, conferiu todos os documentos e disse que até o momento Santo Antonio foi a primeira prefeitura que entregou toda documentação pronta, sem nenhum problema, diferente de outros municípios. A documentação consta de relatório dos candidatos a beneficiários; ata do Conselho Municipal de Assistência Social, definindo os critérios de seleção; Lei autorizando a implementação do Programa Minha Casa Minha Vida no município; parecer social; declaração de entrega do relatório e decreto estabelecendo os critérios.

No dia 06, o prefeito Dr. Gilson Geraldo assinou o convênio para a construção de 50 novas casas em Santo Antonio. O termo de acordo e compromisso, fruto de parceira com o Governo do Estado, será realizado em parceria com o Programa Minha Casa, Minha Vida 2.

Segundo a CEHAB, a partir de agora, a documentação será enviada para a Companhia Hipotecária Brasileira - CHB, empresa financeira responsável para executar o programa no estado, que enviará para o Ministério das Cidades, e liberará o sistema para cadastrar os beneficiários. 



Fonte: SMAS

RN: Comitê de Combate à Seca apresenta Plano de Trabalho de Resposta


Na tarde dessa segunda-feira (17), durante a 11ª reunião do Comitê Estadual de Combate à Seca, realizada na Governadoria, a Defesa Civil Estadual apresentou o Plano de Trabalho de Resposta para a utilização dos R$ 10 milhões que o Governo Federal disponibilizou para atender as ações de socorro, assistência e restabelecimento aos municípios atingidos com a estiagem.

O plano, que foi enviado ontem para aprovação da Secretaria Nacional de Defesa Civil, prevê a utilização do recurso de forma que o Estado possa fornecer água potável, recuperar cisternas e dessalinizar os poços.

Segundo o coordenador Estadual de Defesa Civil, Tenente Coronel BM Josenildo Acioli, o convênio de contrato de carros-pipa junto com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) já está sendo minutado. "Estamos trabalhando para abastecer os municípios que sofrem com a estiagem e não estão sendo atendidos pela Operação Pipa", informou o coordenador.

De acordo com o secretário de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas), Luiz Eduardo Carnerio, a Bolsa Estiagem será paga esta semana. O programa vai beneficiar 38.174 do RN.

O representante da Secretaria Nacional de Defesa Civil, o Tenente BM Sérgio Paulo, irá realizar uma visita técnica na região de Angicos com o objetivo de verificar in loco a situação dos municípios, além de orientar as pessoas quanto aos procedimentos da situação de emergência.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contratou um novo frete de 13 mil toneladas de milho, no último dia 09. O prazo para que a carga seja entregue é de 20 dias úteis. João Câmara, Lajes, Umarizal, Natal, Caicó e Mossoró receberão a nova carga nos armazéns da Conab. O milho é fornecido a criadores e produtores cadastrados na Companhia.

O Comitê Estadual para Ações Emergenciais de Combate aos Efeitos da Seca reúne representantes de diversos órgãos municipais, estaduais, federais e entidades ligadas à agricultura. Participaram ainda da reunião os secretários de Estado Gilberto Jales (Semarh) e Rodrigo Fernandes (Seara).



Fonte: Assessoria de Imprensa Defesa Civil
Via Femurn 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Para enfrentar crise, Rei da Espanha reduz salário em mais de R$ 50 mil


O salário bruto do rei Juan Carlos da Espanha vai sofrer um corte de 7,1%, assim como vai acontecer com os demais funcionários, informou nesta terça-feira (17) a Casa Real. A redução faz parte dos novos cortes de despesas aprovados na sexta-feira passada pelo governo espanhol.
O salário do rei, que gira em torno de R$ 730 mil, terá um corte de 20.910 euros (cerca de R$ 52 mil) --sem impostos.
Já seu filho e herdeiro Felipe de Borbón
receberá 10.455 euros (aproximadamente R$ 26 mil) a menos.
O restante da famíla real também verá reduzidos seus gastos de representação.

Cortar 30% dos vereadores para economizar

Para enfrentar a crise econômica, a Espanha vai cortar 30% de seus vereadores, reduzir verbas de partidos, sindicatos e ministérios, fechar empresas públicas, diminuir o seguro-desemprego em mais da metade, suspender o abono de Natal de funcionários públicos e aumentar impostos em até 21%, inclusive o do cigarro. Alimentos básicos não terão tributos maiores.
As medidas foram anunciadas na sexta-feira (13) pelo primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, e seguem exigências da União Europeia para o socorro ao sistema financeiro do país.
Com a redução de cerca de 30% no número de vereadores em todo o país e o fechamento de empresas públicas no âmbito local, a estimativa do governo é economizar 3,5 bilhões de euros (R$ 8,7 bilhões).
O novo plano também prevê um outro corte dos gastos ministeriais, já reduzidos nos orçamentos de 2012 para 600 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão). A nova medida inclui corte de 20% nas subvenções aos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e patronais em 2013.
O aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) vai permitir economia de mais 65 bilhões de euros (R$ 165 bilhões) além do que estava previsto antes.
Além disso, dadas as circunstâncias da economia, excepcionalmente graves, em 2012 será suspenso o abono de Natal, que equivalia ao 14º salário, disse Rajoy.
As medidas também afetam os desempregados -em um país com uma taxa de desemprego de 24,44%. O auxílio-desemprego será reduzido a partir do sexto mês de 50% a 60% da base reguladora.
Para um país que entrou em recessão no primeiro trimestre e com projeção de crescimento de 1,7% para 2012, estas medidas tentam cumprir as exigências europeias para permitir que a Espanha suavize sua meta de déficit a 6,3% este ano, um ponto a mais que o previsto, após os 8,9% de 2011.
Para 2013, a Espanha terá que reduzir seu déficit a 4,5% e a 2,8% em 2014.

(Com informações da AFP)




Fonte: UOL.COM/Economia


Atenção gestores e servidores dos Municípios do RN!



 FEMURN e a DPM realizam treinamento para operação do portal Legisla WEB

A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte - FEMURN e a DPM - Delegações de Prefeituras Municipais Ltda, realizarão no próximo dia 31 de julho, das 14h. às 18h., no Auditório do Aram Praia-Hotel, o treinamento de uso e operação do Portal Legisla WEB.

O evento destina-se exclusivamente aos gestores e servidores dos Municípios Potiguares filiados à Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte - FEMURN.

As inscrições podem ser realizadas por meio do endereço eletrônico:femurn@legislaweb.com.br. 

Melhores informações poderão ser obtidas junto à FEMURN, pelo telefone (84) 3212-2545/3212-2882, com Adauto.




Fonte:Portal Femurn

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Veneza: Fundação e História dessa "Cidade dos Sonhos"

Praça e Basílica de San Marcos

Segundo a tradição, Veneza foi fundada em 421. A história de Veneza, tem início com a decadência do Império Romano do Ocidente. Os habitantes de Aquileia, Pádua e de outras cidades do Norte da Itália procuraram abrigo nas ilhas da lagoa veneziana, fugindo das tribos germânicas que invadiam a Península Itálica.


Quando se iniciou o povoamento da laguna, cada ilha era independente das suas vizinhas. Com o tempo as ilhas foram se aproximando. Foram construídas pontes e assoreados alguns canais de molde a dilatar a área de terra firme.

Todas as áreas de terra firme das ilhas foram ocupadas e a cidade precisava crescer. A saída foi então avançar sobre as águas que separavam as ilhas. Para isso, os venezianos desenvolveram um sistema para aterrar as áreas alagadas anexas às porções de terra e assim foram estreitando a distância entre as ilhas, delineando canais e ganhando espaço para abrigar povoamentos maiores.

Veneza permaneceu por séculos sob tutela do Império Bizantino. Ela estava inicialmente na fronteira com o Império Bizantino, funcionando como um centro de comércio e embarque de produtos através das lagunas e rios, sendo, então, um importante ponto de distribuição de mercadorias provenientes da Ásia.


O leão de São Marcos, símbolo de Veneza.

Nas primeiras décadas do século VIII, a população das lagoas elegeu seu primeiro líder, Orso Ipato, que foi confirmado por Bizâncio e recebeu os títulos de hypatus e doge (duque). Ele foi o primeiro Doge de Veneza segundo a história tradicional. As ilhas fizeram parte do Império Bizantino até o início do século 9, quando Veneza tornou-se independente.

O mar era a única riqueza da cidade, e foi pelo mar que partiram em busca das grandes rotas comerciais. Em 991 Veneza assinou um acordo com os muçulmanos, iniciando um proveitoso comércio com a Ásia.

Veneza tornou-se na porta de entrada da Europa das grandes rotas comerciais que atravessavam a Ásia, sendo o ponto de chegada da Rota da Seda, essa artéria onde pulsou o comércio medieval entre o longínquo Catai (China) e a Europa, onde se cruzavam cristãos, muçulmanos, judeus, chineses, mongóis, indianos, caravanas de camelos, cavalos e elefantes, transportando seda, especiarias e pedras preciosas, para além da cultura de todas as gentes e credos.

Expansão

No século X, a cidade tornava-se uma potência marítima e comercial. Estrategicamente localizada à beira do Mar Adriático, vizinha ao Império Bizantino, possuía uma das maiores frotas navais da Europa, excelentes navegadores e poderio militar.


A República de Veneza por volta do ano 1000.

Após o ano 1000, Veneza intensificou sua força naval, consolidando seu papel de intermediária entre a Ásia e a Europa. Expulsou os piratas que ocupavam a costa da Ístria e manteve a região sob seu domínio.

Na Alta Idade Média, Veneza se tornou muito rica mediante seu controle do comércio entre a Europa e o Levante, e começou a se expandir no Mar Adriático e além. Veneza se envolveu nas Cruzadas quase desde o início: 200 navios venezianos ajudaram na captura das cidades costeiras da Síria depois da Primeira Cruzada e, em 1123, garantiram autonomia virtual no Reino de Jerusalém através do Pactum Warmundi. Em 1110, Ordelafo Faliero comandou pessoalmente uma frota veneziana de 100 navios para assistir Balduíno I de Jerusalém na captura da cidade de Sidon.

No século XII, os venezianos também ganharam extensos privilégios comerciais no Império Bizantino e seus navios amiúde forneciam ao império uma armada. Em 1182, houve uma revolta antiocidental em Constantinopla, na qual os venezianos foram o principal alvo.

A frota veneziana foi crucial para o transporte da Quarta Cruzada, mas quando o cruzados não puderam pagar os navios, o astuto e manipulativo doge Henrique Dândolo rapidamente explorou a situação e ofereceu transporte aos cruzados se eles capturassem a cidade dálmata (cristã) de Zara (atual Zadar), que se tinha rebelado contra Veneza em 1183, se posto sob proteção dual da Santa Sé e do rei Emerico da Hungria e se tinha provado também bem fortificada demais para Veneza retomá-la sozinha. Além de cumprir esta condição, a cruzada foi de novo desviada para Constantinopla, a capital do Império Bizantino, então outro rival de Veneza. A cidade foi capturada e saqueada em 1204. O saque foi descrito como um dos mais trágicos e lucrativos na História.


Cavalos de São Marcos, trazidos como
botim de Constantinopla em 1204.

Os venezianos, que escoltaram a frota cruzada, reivindicaram muito do saque da cidade como pagamento, incluindo os famosos quatro cavalos de bronze trazidos para adornar a basílica de São Marcos. Como resultado da subsequente partição do Império Bizantino, Veneza ganhou alguns territórios estratégicos no Mar Egeu, incluindo as ilhas de Creta e Eubeia. As ilhas do Egeu (até então três-oitavos do Império Bizantino) formaram o novo Ducado do Arquipélago, sob controle veneziano.

Durante a Quarta Cruzada (1202-1204), Veneza adquiriu a posse das ilhas e das localidades marítimas comercialmente mais importantes do Império Bizantino. A conquista dos importantes portos de Corfu (1207) e de Creta (1209), lhe garantiu um comércio que se estendia ao Oriente, e alcançava a Síria e o Egito, pontos terminais do fluxo mercantil.

Como cidade comercial, tinha várias feitorias e controlava várias rotas comerciais no Levante. Eram suas feitorias cidades como Negroponto e Dirraquium, assim como ilhas inteiras: Creta, Rodes, Cefalônia e Zante, por exemplo. O historiador Fernand Braudel classificou-a como a primeira capital econômica do Capitalismo.

Nos séculos XIII e XIV a República de Veneza envolveu-se em guerras com Gênova, o seu principal rival a nível comercial. Em 1295, Pietro Gradenigo enviou uma frota de 68 navios para atacar uma frota genovesa em Alexandretta, e uma outra frota de 100 navios em 1299. De 1350 a 1381, Veneza combateu uma intermitente guerra com Gênova. Inicialmente derrotada, Veneza destruiu a frota genovesa na Batalha de Chioggia em 1380 e obteve uma proeminente posição no comércio do Mediterrâneo oriental à custa do declínio de Gênova.

Ao fim do século XIV, Veneza era a principal potência mercantil do Mediterrâneo e um dos estados mais ricos da Europa. Veneza controlava a totalidade do comércio entre o Ocidente e o Oriente. Ela era a porta que permitia à Europa se comunicar com a Ásia. A única porta entre os dois continentes.


A rede comercial e as possessões venezianas no Mediterrâneo oriental.

Expandindo seu domínio aos territórios circundantes, em torno de 1400 a República de Veneza era um Estado, cujos confins se estendiam além daqueles da antiga região romana, compreendendo parte da Lombardia, da Ístria, da Dalmácia, e vários territórios no ultramar.

Depois da queda de Bizâncio, os turcos otomanos tornaram-se num dos grandes rivais da atividade comercial de Veneza. A derrota dos otomanos em Gallipoli (1416) lhe abriu as portas do Mediterrâneo e o controle das ilhas de Creta e Chipre. Na mesma altura, para se defender da cobiça dos senhores de Milão, os venezianos voltaram ao continente, onde asseguraram o controle de cidades como Verona, Dine, Bréscia e Bérgamo, assegurando desta forma o domínio do Adriático.

Decadência

As invasões otomanas, iniciadas em meados do século XV, foram um dos fatores decisivos para que entrasse em declínio. Veneza via-se confrontada com ataques externos e de outros estados italianos, e com a perda de poder econômico na sequência da descoberta da via marítima para as Índias através do cabo da Boa Esperança por Vasco da Gama entre 1497 e 1498.

Veneza viu-se obrigada a sustentar uma luta esgotante contra os otomanos. Veneza sofreu uma importante derrota naval contra os otomanos em Chipre (1500). Mais tarde, na batalha de Lepanto as galeras venezianas foram fortemente castigadas, o que reduziu o poderio naval da cidade.

Em 1508, o Sacro Império Romano-Germânico, o Papa e a Espanha conjugaram esforços contra Veneza na Liga de Cambrai, e dividiram o território entre si. Veneza retomou os seus domínios italianos através de negociações. No entanto, nunca mais conseguiu retomar a sua pujança política, embora continuasse a ser um ponto de referência no panorama internacional.


A República de Veneza em 1796.

Ao fim do século XVIII, a República foi invadida por Napoleão Bonaparte. Por volta de 1796, a República de Veneza já não podia mais se defender, já que sua frota de guerra contava somente com 4 galés e 7 galiots. 

Em 1797, com sua força militar já abalada, a cidade foi conquistada por Napoleão. Com a assinatura do tratado de Campofórmio, dividiu-se o seu território entre França e Império Habsburgo. As tropas francesas ocupavam o território veneziano acima do rio Ádige. Vicenza, Cadore e Friul eram mantidas pelos austríacos. 

Em 1866, depois da Guerra das Sete Semanas, Veneza foi incorporada à Itália. Com o chegar do século XX Veneza industrializa-se ao mesmo tempo em que ganha reputação como destino turístico, descobrindo uma vocação até então desconhecida.




Fonte adaptada de: Universo da História

Vestibular a Distância 2012 UFRN: Resultado Final e Matrícula para os aprovados

 
 Aqui: Publicado o resultado final.


Cadastramento para os aprovados CLIK no Link abaixo.


 Edital de cadastramento, remanejamento e matrícula retificado (publicado em 03/07/2012) 




Fonte: Comperve

Receita Federal abre inscrições para 950 vagas, com salário de até R$ 13,6 mil


A Receita Federal abre nesta segunda-feira (16) as inscrições dos concursos públicos para 950 vagas de analista-tributário e auditor-fiscal. Os salários são de, respectivamente, R$ 7.996,07 e R$ 13.600. São 750 vagas para analista-tributário, sendo 700 vagas na área geral e 50 na área de informática. Para participar da seleção, os candidatos devem ter nível superior em qualquer área. Do total, 712 são para ampla concorrência e 38 para deficientes. Já para auditor-fiscal são 200 vagas - 10 reservadas para deficientes. Os candidatos também devem ter nível superior em qualquer área.

De acordo com o edital, os aprovados no concurso atuarão nas unidades centrais da Receita Federal, em Brasília ou nas unidades descentralizadas. Os locais de atuação serão conhecidos após a aprovação no concurso. Após tomarem conhecimento da distribuição das vagas, os aprovados poderão manifestar, no prazo fixado pela organizadora do concurso, a Esaf, as opções para preenchimento, que observará, rigorosamente, a ordem de classificação na primeira etapa do concurso.

Os candidatos nomeados e empossados não terão sua lotação alterada por um período mínimo de 3 anos, salvo por concurso de remoção ou por interesse da administração.
Os concursos têm validade de 6 meses e podem ser prorrogados pelo mesmo período.

Analista-tributário
As inscrições devem ser feitas entre os dias 16 e 29 de julho pelo site www.esaf.fazenda.gov.br. A taxa é de R$ 100.

Os candidatos que não têm acesso à internet podem efetivar suas inscrições nos postos descritos no anexo II do edital de abertura do concurso.

A primeira etapa da seleção é composta por prova objetiva de conhecimentos gerais, prova objetiva de conhecimentos específicos e prova dissertativa. A segunda etapa engloba a sindicância da vida pregressa.

A prova de conhecimentos gerais cobrará as disciplinas de língua portuguesa, espanhol ou inglês, raciocínio lógico-quantitativa, direito constitucional e administrativo e administração geral. A prova de conhecimentos específicos geral terá questões de direito tributário, contabilidade geral e legislação tributária e aduaneira. Já a prova de conhecimentos específicos na área de informática terá perguntas de direito tributário, contabilidade geral e informática.

Farão a prova dissertativa 2.250 candidatos aprovados nas provas objetivas - 2.100 da área geral e 150 da área de informática.
São 750 vagas para analista-tributário, sendo 700 vagas na área geral e 50 na área de informática. Os candidatos devem ter nível superior em qualquer área.

As provas objetivas estão previstas para o dia 16 de setembro nas 26 capitais dos estados e em Brasília. A data da prova dissertativa será divulgada posteriormente.

Auditor-fiscal
As inscrições podem ser feitas entre os dias 16 e 29 de julho pelo site
www.esaf.fazenda.gov.br. A taxa é de R$ 130.

A primeira etapa é composta por prova objetiva de conhecimentos gerais, prova objetiva de conhecimentos específicos I, prova objetiva de conhecimentos específicos II e prova dissertativa. A segunda etapa é composta de sindicância da vida pregressa.

A prova de conhecimentos gerais terá questões das disciplinas de língua portuguesa, espanhol ou inglês, raciocínio lógico-quantitativo, direito civil, penal e comercial e administração geral e pública. A prova de conhecimentos específicos I cobrará as disciplinas de direito constitucional, direito administrativo, direito tributário e auditoria. A prova de conhecimentos específicos II terá perguntas de contabilidade geral e avançada, legislação tributária, comércio internacional e legislação aduaneira.

Farão a prova dissertativa 600 candidatos aprovados nas provas objetivas.

As provas objetivas estão previstas para os dias 15 e 16 de setembro nas 26 capitais dos estados e em Brasília. A data da prova dissertativa será divulgada posteriormente.



Fonte: Portal Nominuto.Com

domingo, 15 de julho de 2012

Albert Camus contra Jean-Paul Sartre: o fim da revolução

Sartre                                   Camus


VOLTAIRE SCHILLING


Em outubro de 1951, deu-se em Paris a publicação de um livro que abalou a esquerda francesa. Tratava-se do ensaio de Albert Camus intitulado O Homem Revoltado, uma brilhante e literariamente bem articulada exposição sobre as mazelas da revolução através dos tempos contemporâneos, inclusive com reparos aos acontecimentos decorrentes de 1789. Entre outras coisas, provocou o fim da longa amizade que Jean Paul Sartre mantinha com ele.
Nos calores da Guerra Fria 


"A democracia não é o melhor dos regimes. É o menos mau. Experimentamos um pouco de todos os regimes e agora podemos compreender isso. Mas esse regime só pode ser concebido, realizado e sustentado por homens que saibam que não sabem tudo, que se recusem a aceitar a condição proletária e nunca se conformem com a miséria dos outros, mas que recuse, justamente, a agravá-la em nome de uma teoria ou de um messianismo cego." 

Albert Camus, novembro de 1948

Entornando um copo de vinho com Albert Camus num daqueles bons cafés de Paris, Sartre comunicou ao amigo que em breve sairia uma crítica bem pesada na sua revista Les Temps Modernes contra o seu último livro L'Homme revolte (o Homem Revoltado). Haviam se encontrado na rua vindo para um destino comum, uma manifestação contra a ditadura franquista na Espanha. Nunca mais o fizeram.
O ensaio de Camus, aparecido em 1951, provocara um desconcerto geral em meio à esquerda francesa ao tempo em que vendeu quase 70 mil exemplares, editados pela Gallimard, ao longo de 1952. E não era para menos. Naqueles tempos quentes da Guerra Fria, com Mao Tse Tung recém chegando ao poder em Pequim e os norte-americanos ameaçando explodir a Coréia e, quiçá, a China Popular, com bombas atômicas, como era o desejo do general MacArthur, o famoso escritor deu-se ao desplante de repudiar a revolução, denunciando-a como a parteira dos absurdos e da arbitrariedade do Estado Policial moderno. Foi um pandemônio.
Os amigos rompem 

O petardo lançado então contra ele, intitulado Albert Camus ou a alma rebelde (Temps Modernes, maio de 1952), foi estrondoso. Sartre, alegando razões de amizade, passara a ingrata tarefa para um dos seus próximos, um tal de Francis Jeanson, um jovem desconhecido que destratou Camus em vinte páginas.


Ele, chocado com a agressividade do artigo, respondeu em carta à direção. Sartre então entrou na liça, em defesa de Jeanson. "Nossa amizade não era fácil, mas vou sentir a falta dela. Se você a quebra hoje, é, sem dúvida, porque ela devia um dia ser quebrada... também a amizade é totalitária: é necessário o perfeito acordo ou o corte de relações."
Nove anos de boa convivência entre os dois evaporaram-se em outras trinta páginas do Les Temps, nº 82, de agosto de 1952, que teve duas tiragens esgotadas quando o público intelectual soube da "guerra literária" entre os dois maiores nomes da literatura francesa de então. Na verdade, o acusatório de Camus não era tanto contra a revolução, mas, sim, contra sua inoperância, denunciando-lhe a inutilidade da sua razão de ser.
O sem sentido da revolução 

De que servira à França, indagou, ter tido três outras revoluções desde 1789, todas elas sangrentas, se os escandinavos e os ingleses, sem muitos tumultos, conduzidos pelas políticas de socialistas moderados, tinham atingido um alto padrão de vida, bem superior ao dos franceses?


A crítica de Camus aos destemperos e exageros das revoluções não pararam por aí, visto que acreditava que os seus líderes, quando no poder, mais tarde ou mais cedo, se tornavam repressores ou heréticos... policiais ou loucos! Porque, quis saber ele, Prometeu, com suas esperanças de regenerar o mundo, terminava como César, tiranizando as instituições?
O danoso daquilo tudo é que os admiradores das insurreições de massa feitas em nome da liberdade logo adotavam uma política de crimes justificados. Prendiam, interrogavam, confinavam e, em nome de um profundo amor pela humanidade, fuzilavam. Convictos de que aqueles a quem despachavam da vida eram ervas daninhas que precisavam extirpar do jardim socialista para que, mais tarde, no futuro, no amadurecer da planta, ela vicejasse com todo o vigor. Enquanto isto, os campos de concentração e o tiro no pescoço eram os herbicidas que eles, ainda que a contragosto, se viam obrigados a espargir.
A traição dos intelectuais 

Irritava-o ainda o estrabismo dos intelectuais comprometidos com a esquerda que eram incapazes de formular sequer uma só crítica ao regime soviético. Podia-se ser rebelde contra tudo, menos contra Moscou! O que lembrava o sermão em forma de livro de Julien Benda, La Trahison des Clercs (A Traição dos Clérigos, de 1927), que falava do abandono deles aos princípios da razão, seduzidos e apaixonados pelas religiões terrenas (as ideologias), que abraçavam.


O desacerto de Camus com o socialismo milenarista, com os apocalípticos que viam sinais da crise derradeira do capitalismo a cada dobrar de esquina, vinha de mais longe, do final da guerra. Ainda que ele fosse um dos homens-chave do célebre Combat, o jornal da Resistência, que chegara a façanha de vender 300 mil exemplares ainda 1943, numa França ocupada, rapidamente o autor de A Peste atinou, já em 1944, que a Resistência não iria desembocar na Revolução Socialista ambicionada por muitos militantes, particularmente pelos maquisards de esquerda. Acreditava sim numa Revolução Democrática que impusesse novos relacionamentos sociais e humanos, mas nada que dirigido ou controlado pelos comunistas.
Em busca de uma Terceira Via 
Porque, então, ensimesmou, ao invés da pregação a favor da revolução violenta, não encontrar uma solução de compromisso entre "a liberdade e a justiça"? Uma sociedade onde houvesse liberdade para que todos tivessem as mesmas oportunidades e onde qualquer um fosse respeitado nos seus direitos mais comezinhos (de certo modo, ao pensar assim, ele antecipou-se de longe à teoria da Terceira Via de Anthony Giddens e de Tony Blair, já devidamente sepultada).


Afinal, que se encontrasse um denominador comum entre a economia coletivista e a política liberal, e que, fundamentalmente, os socialistas, este "proletariado de bacharéis", parassem de se imaginar como seres ungidos divinos da reforma social. Que calçassem as sandálias da humildade. Daí entender-se o titulo do seu provocativo artigo A Democracia: exercício de modéstia, 1948.
Que aqueles aventureiros da dialética - muitos dos personagens dos "Mandarins" de Simone de Beauvoir -, cessassem de clamar pela revolução em abstrato, atingida pelo cálculo, feita por gente ressentida que só conduzia ao domínio "do rancor e tirania", e voltassem a ser de carne e osso como todo mundo.
E, acima de tudo, resistissem à tentação de praticar massacres e de querer hastear a bandeira da liberdade no centro dos campos corretivos e de trabalhos forçados, visto que o Estado que ambicionavam, fosse por influencia de Marx, Hegel ou Nietzsche, desandava num "Estado terrorista". Entre outros motivos porque "Os nossos criminosos... são adultos, e o seu álibi irrefutável é a filosofia que pode servir para tudo, até para transformar os assassinos em juízes." (O Homem Revoltado - Introdução).
Atrás da revolução relativa 

Buscassem, pois, a revolução relativa, sem matanças, sem rios de sangue escorrendo pelas ruas, e sem as abomináveis justificações pelas mortes em massa. Sartre acreditava que era possível, purgando a água suja do stalinismo, salvar-se a criança dentro da bacia do socialismo. Camus, desencantado, enxergava sentando bem no meio dela um pequeno monstro, parido pelo terror revolucionário.


"O poder é triste no século 20", concluiu ele. Quando Camus morreu num estúpido acidente de automóvel, em janeiro de 1960, Sartre, no necrológico, o considerou um dos grandes moralistas da tradição literária francesa, mas nunca mais tinham se aproximado.
O efeito Koestler 

Para Ronald Aronson, um estudioso norte-americano do panorama do existencialismo francês daquela época, o fator que muito impulsionou a virada de Camus para um anticomunismo mais radical deveu-se a presença de Arthur Koestler, um refugiado húngaro que passara a frequentar a trupe que cercava Sartre e Simone e que alcançara a celebridade com um livro que antecipou os começos da guerra fria: Darkness at Noon (Do zero ao infinito), aparecido em 1941, que relatava a capitulação ficcional de Bukharin durante os Processos de Moscou (1936-1938), seguido de outro, intitulado Le Yogi et le Commissaire (O Ioga e o Comissário), de 1945, onde denunciava caminho violento tomado pelos comunistas.


Koestler era o exemplo vivo do intelectual renegado, um ex-agente comunista que durante a prisão na Guerra Civil da Espanha, desiludido com a causa, assumira uma posição crescentemente anticomunista, efeito que levou ao escritor franco-argelino, seu amigo recente, a afirmar que "comunismo = assassinatos".
A influência dele sobre Camus fez por acelerar a sua mutação. O romancista que fora um militante do Partido Comunista na sua Argélia natal (1936-1938), um ativista da Resistência, o tão admirado homem engajado de Sartre, começou a se desengajar no após-guerra, procurando outro caminho que não o levasse a aliar-se ao comunismo, como Sartre terminou fazendo.
Em verdade, a postura que ele assumiu era um tanto irreal ou mesmo utópica devido à dimensão das forças em crescente colisão, a do Bloco Capitalista-Ocidental contra o Bloco Comunista do Leste. Rivalidade que envolveu o mundo e o ameaçou durante anos com um apocalipse atômico. Naquela situação era impossível haver "uma terceira posição" que conseguisse permanecer equidistante deles.
Tenha-se em conta o medo que a Guerra da Coréia indiretamente provocou na população parisiense, entre 1950 e 1952. Muitos passaram a temer que com o acirramento do confronto no extremo-oriente, os soviéticos em represália à intervenção norte-americana comandada pelo general MacArthur, poderiam invadir a França. Francine, a mulher de Camus, confessou à Simone de Beauvoir que, se tal acontecesse, ela se veria obrigada a matar seus dois filhos e se suicidar, pois não poderia suportar viver "sob os vermelhos". Os alunos de Simone, por sua vez, juram fazer um "pacto de morte" pelo mesmo motivo. A geração que sobreviera a Hitler não queria entregar-se a Stalin. Este, pois, era o clima que cercou a polêmica.
Seja como for o desentendimento entre Camus e Sartre, teve uma conotação universal, resumindo os conflitos da inteligência ocidental no século 20 (pelo menos desde 1917). Afinal, ao longo do século, todos os seres pensantes foram chamados a se colocarem a favor ou contra o comunismo, da mesma forma que ocorrera quatro séculos antes no Ocidente por ocasião da Reforma Religiosa no começo do século 16. Fato que dissolveu o Partido dos Humanistas da época do renascimento, forçado a abraçar a ortodoxia católica ou a dos protestantes.
Nem o afeto e admiração recíproca que ambos sentiam um pelo outro resistiu à pressão da Guerra Fria. Camus somente tinha olhos para os crimes de Stalin e para os desatinos da esquerda, enquanto Sartre insurgiu-se contra a guerra colonialista que a França movia primeiro na Indochina (1945-1954) e depois na Argélia (1956-1961) e também contra os Estados Unidos que lhe dava apoio.
O resultado disso é que Camus tendia a silenciar frente aos desmandos e atrocidades praticadas pelo colonialismo, enquanto Sartre, ao contrário, fechava os ouvidos para a denúncia dos campos forçados soviéticos, ao Processo Slansky, à "conspiração dos médicos", ao fuzilamento dos trabalhadores alemães alçados contra os soviéticos em Berlim, em 1953.
Somente afastou-se dos comunistas em 1956, com o famoso ensaio Le phantome de Stalin (O fantasma de Stalin), escrito em repúdio à invasão da Hungria pelo Exército Vermelho. Numa entrevista ao L'Express anunciou: "Eu estou rompendo, com pesar, mas totalmente, meus laços com meus amigos escritores soviéticos que não denunciam (ou não podem denunciar) o massacre na Hungria. Nós não mais podemos qualquer amizade com a facção dominante da burocracia soviética".
Envolvidos na Guerra Ideológica do Século, Camus e Sartre terminaram mergulhando fundo nela, pondo fim a uma das mais produtivas amizades intelectuais da literatura francesa do século 20.
Bibliografia 

Aronson , Ronald - Camus e Sartre: o fim de uma amizade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. 
Beauvoir, Simone - A Força das Coisas. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,1995. 
Beevor, Anthony - Paris after liberation: 1944-1949. Londres: Penguin Books, 1994. 
Camus, Albert - O Homem Revoltado. Lisboa: Livros do Brasil, s/d. 
Cohen-Solal, Annie - Sartre: 1905-1985. Porto Alegre: LP&M, 1986. 
Furet, François - O Passado de uma Ilusão. Ensaios sobre a ideia comunista no século XX. São Paulo: Siciliano, 1995. 
Levy, Bernard-Henri - O Século de Sartre. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 
Lottman, Herbert - Albert Camus. Paris: Seuil, 1978. 
Lottman, Herbert - Rive Gauche. Paris: Points, 1984 
Mounier, Emmanuel - Malraux, Camus, Sartre, Bernanos. Paris: Point, 1970. 
Rowley, Hazel - Tête-à-Tête: Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006. 
Sartre, Jean-Paul - Situações IV . Lisboa: Europa-América, 1972. 
Thody, Philip - Sartre: uma introdução biográfica .Rio de Janeiro: Bloch, 1974. 
Todd, Olivier - Albert Camus: una vida. Barcelona: Tusquets, 1997. 
Winock, Michel - O século dos intelectuais. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.





Fonte: Educaterra.com