TSE faz pente-fino nas contas de 17 partidos
Após constatar uma fraude nas contas do PP, o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) investiga as prestações de outros 16 partidos para apurar
se houve desvios de recursos do fundo partidário.
Uma
auditoria vasculha 60 processos com comprovantes dos gastos repassados à
Justiça entre 2001 e 2009.
A Folha teve acesso à relação que é alvo do
pente-fino do TSE. Além do PP, a análise atinge PDT (5 processos), PTB (5), PSB
(4), PMDB (3), DEM (2), PSDB (1) e outros partidos menores.
A
abertura da investigação foi determinada pela presidente do TSE, ministra Cármen
Lúcia, no último dia 28.
O
objetivo é apurar se o dinheiro do fundo partidário foi aplicado irregularmente
ao mesmo tempo em que o TSE, por meio de um setor chamado Coordenação de Exame
de Contas Eleitorais e Partidárias, aprovou as prestações.
O
fundo é constituído por verbas da União, multas, penalidades, doações e outros
recursos. Neste ano, os partidos receberão R$ 324 milhões. Pela lei, a verba
deve ser usada em atividades e no funcionamento da sigla.
A
auditoria foi constituída depois da constatação de irregularidade nas contas de
2000 a 2005 do PP. Apesar de uma série de problemas, elas foram aprovadas pelo
TSE.
O
caso do PP também foi enviado para a Polícia Federal. Tanto a PF como TSE
apuram a atuação do ex-coordenador de exame de contas do tribunal Wladimir
Azevedo Caetano, hoje no Conselho Nacional de Justiça.
A
auditoria do TSE já constatou que Caetano retirava das mãos de subordinados
processos de prestação e aprovava as contas.
O
tribunal suspeita que o desfalque do PP ultrapassa R$ 20 milhões. São
irregularidades como notas frias e gastos alheios às atividades partidárias.
Um
total de R$ 4,2 milhões se refere a documentos considerados
"inidôneos" para justificar, em geral, pagamentos em espécie a
pessoas não identificadas. Sem documento comprobatório, por exemplo, foi gasto
R$ 1,4 milhão.
Relatório
entregue à presidente do TSE diz que "conclui-se que o PP cometeu fraude
processual" e induziu o tribunal a erro. Os ministros do TSE costumam
seguir os pareceres da área técnica.
A
rejeição da contas implica na suspensão do repasse mensal por até um ano, além
de ressarcimento.
Fonte: Folha.uol.com
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