As vitrines de lojas, painéis luminosos na fachada e até mesmo a iluminação interna que pode ser vista do exterior deverão ficar apagadas durante a madrugada.
O decreto que institui a medida deverá ser publicado nos próximos dias.
Pelos cálculos do governo, a iniciativa deverá representar uma economia de energia equivalente ao consumo anual de eletricidade de 260 mil lares na França, o que representaria 170 milhões de euros.
O governo francês fixou a meta de reduzir o consumo de energia em 17% no país até 2020, e a iniciativa de apagar as luzes externas de prédios não residenciais é uma das ações para atingir esse objetivo.
'Toque de recolher'
Paris, também conhecida como a "cidade luz", ficará bem menos iluminada à noite. Alguns jornais franceses chamam a medida de "toque de recolher".
Lojistas e profissionais do turismo, que afirmam estar em discussão com o governo há mais de um ano sobre a questão, ainda esperam que a lei estipule algumas exceções.
"Esperamos que possa haver autorizações em relação a algumas áreas geográficas e também em certos períodos do ano, como o Natal", diz Claude Ville, presidente de uma associação que reúne grandes lojas, como a Galeries Lafayette ou a C&A.
A medida, segundo a imprensa francesa, preocupa os lojistas de áreas turísticas, como a Champs-Elysées, em Paris.
Na avenida Montaigne, próxima à Champs-Elysées, onde estão reunidas as lojas das grifes de alto luxo, a lei também não agrada.
"Apagar as luzes à 1h da manhã é problemático não só em termos de visibilidade das marcas, mas também em relação à segurança das lojas", diz Jean-Claude Cathalan, representante dos lojistas da avenida Montaigne.
Poluição visual
Até o momento, o governo francês não afirmou se poderiam existir exceções à lei.
O governo diz ainda que a medida também permitirá lutar contra a poluição visual nas cidades.
A iniciativa já foi testada há dois meses em Nice, no sul da França, com sucesso.
Em razão da forte onda de frio que assolou a França em janeiro e que aumentou consideravelmente o consumo de energia elétrica, o comércio de Nice foi obrigado a apagar a luzes e painéis luminosos das fachadas durante dez dias para evitar blecautes.
A medida permitiu, segundo a imprensa francesa, reduzir em 30% o consumo de energia da cidade nesse curto período.
Além de lojistas, os fabricantes de materiais de iluminação também contestam o decreto, afirmando que o maior consumo de energia ocorre durante o dia, com o uso de computadores e de lâmpadas em escritórios.
O governo francês diz que a crise nuclear em Fukushima, no ano passado, e o cenário constante de alta dos preços do petróleo estão levando os países a refletir sobre seu modelo energético e a buscar economias de energia.
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