O número de lares chefiados por crianças e adolescentes no Brasil dobrou na última década, informa relatório do Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef). Atualmente 661 mil casas são chefiadas por jovens entre 15 e 19 anos e outras 113 mil, por meninos e meninas de 10 a 14 anos. Os exemplos de lacunas de assistência para jovens entre 12 a 18 anos são encontrados em outras áreas. Apesar de a pobreza extrema ter caído entre a população em geral, entre adolescentes subiu de 16,3% para 17 6%.
Lançado nesta quarta-feira, em Brasília, o documento reúne dados de educação, saúde, violência e trabalho para demonstrar as barreiras enfrentadas por boa parte de meninos e meninas de 12 a 18 anos. O homicídio, por exemplo, é a primeira causa de morte nesta fase da vida. Em média, 11 adolescentes entre 12 a 17 anos são assassinados por dia no Brasil.
Essa maior vulnerabilidade não afeta os 21 milhões de adolescentes - o equivalente a 11% da população brasileira - da mesma forma. O impacto muda de acordo com o sexo, a cor da pele, a condição pessoal e onde ser vive. A maior parte dos 500 mil adolescentes analfabetos é composta por meninos: 68,4%. No Nordeste, 32% de meninos e meninas entre 12 a 18 anos vivem em extrema pobreza, porcentual bem maior do que a média nacional para esse grupo, que é de 17,6%.
"Nosso relatório quer desconstruir um preconceito, o preconceito que vê a adolescência como problema, quando na verdade o problema não é o adolescente, é o contexto onde ele nasce, cresce, vive", afirmou representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. "O principal desafio é quebrar o ciclo infernal da pobreza. Uma pessoa que cresce numa família pobre, que é adolescente pobre, tem menos chance de chegar à vida adulta com as mesmas oportunidades, opções de vida, e acaba renovando essa situação de pobreza", completou.
O relatório mostra que políticas inovadoras voltadas para adolescentes no Brasil não alcançam populações vulneráveis, são descontinuadas e feitas de forma tal que mais se assemelham a projetos-piloto. O documento observa que, apesar dos avanços alcançados pelo País, há ainda muito o que fazer para se enfrentar as diferenças existentes nesta população. "O Brasil não será um país de oportunidade se um adolescente negro continuar a conviver com a desigualdade que faz com que ele tenha quatro vezes mais possibilidades de ser assassinado do que um adolescente branco", defende o trabalho.
Apesar dos problemas, o levantamento constata que oito de dez indicadores analisados tiveram entre 2004 e 2009 uma expressiva melhora, como a redução do analfabetismo e do número de adolescentes que trabalham. Para o Unicef, é preciso colocar em prática no País políticas que garantam direitos dos adolescentes assim como ocorreu nos últimos anos em relação à universalização dos direitos das crianças. Caso contrário, avisa a agenda permanecerá inacabada e todo avanço realizado nos primeiros dez anos de vida, como vacinação e acesso ao ensino fundamental corre o risco de se diluir. Para o programa, medidas devem ser implementadas em parceria com próprios adolescentes.
Lançado nesta quarta-feira, em Brasília, o documento reúne dados de educação, saúde, violência e trabalho para demonstrar as barreiras enfrentadas por boa parte de meninos e meninas de 12 a 18 anos. O homicídio, por exemplo, é a primeira causa de morte nesta fase da vida. Em média, 11 adolescentes entre 12 a 17 anos são assassinados por dia no Brasil.
Essa maior vulnerabilidade não afeta os 21 milhões de adolescentes - o equivalente a 11% da população brasileira - da mesma forma. O impacto muda de acordo com o sexo, a cor da pele, a condição pessoal e onde ser vive. A maior parte dos 500 mil adolescentes analfabetos é composta por meninos: 68,4%. No Nordeste, 32% de meninos e meninas entre 12 a 18 anos vivem em extrema pobreza, porcentual bem maior do que a média nacional para esse grupo, que é de 17,6%.
"Nosso relatório quer desconstruir um preconceito, o preconceito que vê a adolescência como problema, quando na verdade o problema não é o adolescente, é o contexto onde ele nasce, cresce, vive", afirmou representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. "O principal desafio é quebrar o ciclo infernal da pobreza. Uma pessoa que cresce numa família pobre, que é adolescente pobre, tem menos chance de chegar à vida adulta com as mesmas oportunidades, opções de vida, e acaba renovando essa situação de pobreza", completou.
O relatório mostra que políticas inovadoras voltadas para adolescentes no Brasil não alcançam populações vulneráveis, são descontinuadas e feitas de forma tal que mais se assemelham a projetos-piloto. O documento observa que, apesar dos avanços alcançados pelo País, há ainda muito o que fazer para se enfrentar as diferenças existentes nesta população. "O Brasil não será um país de oportunidade se um adolescente negro continuar a conviver com a desigualdade que faz com que ele tenha quatro vezes mais possibilidades de ser assassinado do que um adolescente branco", defende o trabalho.
Apesar dos problemas, o levantamento constata que oito de dez indicadores analisados tiveram entre 2004 e 2009 uma expressiva melhora, como a redução do analfabetismo e do número de adolescentes que trabalham. Para o Unicef, é preciso colocar em prática no País políticas que garantam direitos dos adolescentes assim como ocorreu nos últimos anos em relação à universalização dos direitos das crianças. Caso contrário, avisa a agenda permanecerá inacabada e todo avanço realizado nos primeiros dez anos de vida, como vacinação e acesso ao ensino fundamental corre o risco de se diluir. Para o programa, medidas devem ser implementadas em parceria com próprios adolescentes.
Estado de Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário