quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Desabastecimento na rede de saúde de Natal será investigada pelo MP.


Após descartes irregulares, MP abre inquérito civil para apurar denúncia de falta de medicamentos na rede municipal de saúde, em 
Natal - RN



Após o descarte de medicamentos, o Ministério Público Estadual agora acatou denúncia do Sindicato dos Servidores Municipais de Natal (Sinsenat) e vai "apurar crise no abastecimento na rede municipal de saúde em Natal/RN".

A portaria nº 146 publicada no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira informa que o processo está em fase de diligências iniciais. O MP requisita à Secretaria Muncipal de Saúde de Natal, que num prazo de 10 dias úteis rementa cópias das notas fiscais das compras de medicamentos e produtos médicos.

O período abarcado nas compras se refere a julho de 2010 "até a presente data, devendo a requisitada providenciar cópia legível da nota fiscal, de forma que seja possível identificar com clareza o servidor responsável pelo recebimento dos medicamentos e produtos".

A investigação é conduzida pelo promotor de Justiça Afonso de Ligório Bezerra. Nesta quarta-feira (24), o Ministério Público Estadual já sinalizara investigação semelhante ao publicar portaria dando conta de que apuraria os descartes de medicamentos feitos em Natal no em 6 e 12 de agosto.

A denúncia

O Sinsenat se baseia em investigações feitas pelo próprio sindicato e por averiguações do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Ambos teriam constatado precariedade na rede pública, apesar de o Diário Oficial do Município, argumentam, dar conta de compras emergenciais de medicamentos para a rede municipal.

De acordo com a denúncia oferecida ao Ministério Público, os Decretos 8.641, de janeiro de 2009, de 8.686, de abril do mesmo ano, não produziram os efeitos a que se propuseram. Eles instituiram situação de calamidade pública, e permitiram à Prefeitura do Natal a compra de medicamentos com dispensa de licitação.

A situação de calamidade foi prorrogada por mais seis meses e vingou até o fim de 2009, no primeiro ano da atual gestão. Nesse meio tempo, observam os denunciantes, um contrato no valor de R$ 2,4 milhões foi firmado com a TCI-BPO para a armazenagem, controle e distribuição de medicamentos. Por índicios de irregularidades, o dispositivo foi candelado.

Na denúncia, se apresenta ainda o fato de que o ex-secretário de Saúde, Thiago Trindade tentou a abertura de processo licitatório (022301/2010-28) para abastecer a rede definitivamente, mas o processo a compra não andou. Um consulta ao protocolo da Prefeitura do Natal revelou que o processo não existe mais.

Conforme vem fazendo desde 07 de agosto, o Nominuto tentou contato com a secretária municipal de Saúde, Perpétuo Socorro. Mas ela não atendeu, nem retornou as ligações.


Fonte: Nominuto.com

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