Unasul cria Conselho para enfrentar crise global
QUITO — A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) decidiu responder de maneira conjunta às crises externas que abalam as economias dos Estados Unidos e da Europa e para isso criou um Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças, informou nesta terça-feira em Quito a secretária-geral do organismo, María Emma Mejía.
De acordo com a secretária, o Conselho será anunciado oficialmente durante uma reunião dos ministros da Unasul na próxima sexta-feira, na Argentina.
"Haverá um compromisso político muito forte e as decisões dos ministros serão tomadas de acordo com as diretrizes dos presidentes para buscar responder à crise como um grupo regional", disse Mejía a correspondentes estrangeiros.
A secretária da Unasul explicou que na quinta-feira será realizada uma reunião técnica e na sexta haverá o primeiro encontro do Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças e de Bancos Centrais.
Segundo Mejía, a reunião ministerial servirá para apresentar a Unasul como "um grupo responsável fiscalmente, que aprendeu sua lição em crises passadas, que superou a década perdida de 80 e a década frustrada de 90" e que agora vive um bom momento, assim como os demais países latino-americanos.
Também "é uma oportunidade para mostrar ao mundo que vamos poder responder à crise e que sairemos fortalecidos dela, ou que vamos a fazer todo o possível para que ela não nos afete", completou.
A diplomata lembrou que isso implica "blindar socialmente" a região para que ela "não se veja afetada da mesma maneira como está ocorrendo na Europa e nos Estados Unidos", que são afetados por uma crise de suas dívidas soberanas que mantém em pânico os mercados acionários do mundo todo.
As bolsas têm reagido com receio em relação à possibilidade de uma nova recessão nos Estados Unidos - cuja nota da dívida foi rebaixada na sexta-feira passada por uma agência de classificação de risco - e em relação a um contágio da crise na Zona do Euro.
Na sexta-feira passada, durante uma reunião prévia em Lima, o ministro da Economia da Argentina e titular do Conselho Sul-Americano, Amado Boudou, assegurou que a região se encontra preparada para enfrentar a atual conjuntura econômica porque está "mais forte".
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