quinta-feira, 11 de agosto de 2011

David Cameron: redes sociais podem ser usadas para "o mal".

Premiê britânico sugere dar maiores poderes à polícia nas redes sociais.



O premiê do Reino Unido, David Cameron, disse nesta quinta-feira que as redes sociais podem ser usadas para "o mal" e que, por isso, perguntou à polícia se eles precisam de novos poderes para evitar uma nova onda de distúrbios, saques e violência como a que tomou Londres e outras cidades britânicas nos últimos dias.



"Todo mundo que assiste estes atos horrendos ficará chocado com como eles foram organizados via mídia social. O fluxo livre de informação pode ser usado para o bem, mas pode ser usado também para o mal", disse Cameron, em declaração ao Parlamento britânico.
O premiê disse que o governo está trabalhando com a polícia, os serviços de inteligência e a indústria para avaliar se é certo proibir as pessoas de se comunicar por sites e serviços de comunicação na internet.
Uma fonte do governo citada pelo jornal "Daily Telegraph" disse que o governo vai examinar questões morais e técnicas envolvendo o bloqueio de usuários, além de avaliar se os poderes da polícia estão de acordo com as novas tecnologias.
PA/Associated Press
Premiê britânico, David Cameron, faz declaração no Parlamento e anuncia compensação às vítimas
Premiê britânico, David Cameron, faz declaração no Parlamento e anuncia novas medidas contra distúrbios
A ideia é bloquear os suspeitos individualmente, em vez de suspender todo o serviço.
O parlamentar David Lammy, de Tottenham, uma das cidades afetadas pela onda de distúrbios, pediu nesta semana à Blackberry que suspendesse o serviço de troca de mensagens para que os saqueadores não pudessem planejar novos ataques.
Os jornais britânicos divulgaram inúmeras fotos de britânicos celebrando os frutos dos saques no Twitter e no Facebook.
A polícia chegou a prender diversas pessoas que comentaram seus roubos ou atos no Facebook, acusados de incitar comportamento ilegal.
Usuários das redes sociais alegam, em contrapartida, que as mesmas ferramentas foram usadas para esforços coletivos de combate aos saqueadores e de limpeza da cidade.
COMPENSAÇÃO
Cameron anunciou também nesta quinta-feira uma compensação às vítimas dos saques e da violência.
O premiê afirmou que as pessoas que tiveram suas casas e seus negócios danificados irão ser compensadas, mesmo que não estejam assegurados nos temos da lei de tumultos.
O custo de 200 milhões de libras (R$ 523,7 milhões) será amparado pelo governo, que também irá assumir os custos de zelar pelas pessoas que perderam suas casas.
Cameron atribuiu a responsabilidade pelos saques e violência às "gangues". "Não se trata de pobreza, se trata de cultura. Deve haver mais responsabilidade. No cerne do problema estão as gangues", disse.
Ele ainda afirmou perante o Parlamento que pediu uma investigação sobre as gangues, cujo relatório será divulgado em outubro.
O Parlamento britânico se reuniu em sessão extraordinária pela onda de violência iniciada em Londres e que nos últimos dias se estendeu para outras cidades inglesas, com ao redor de mil detidos.
A maior presença policial e a chuva intensa que caiu na noite desta quarta-feira em algumas partes do país parecem ter evitado um quinto dia de vandalismo em algumas áreas afetadas pelos distúrbios nas últimas noites.
Em Londres, a Polícia Metropolitana (Scotland Yard) já deteve 888 pessoas por suposto envolvimento em atos violentos, desordem e saques, e 371 tiveram acusações apresentadas contra si.
Juizados municipais em várias cidades inglesas como Londres, Manchester e Solihull, em West Midlands, permaneceram em funcionamento durante a última noite para agilizar os vários casos diante da avalanche de detenções.
Na região de West Midlands, onde está Birmingham, os agentes praticaram até o momento mais de 300 detenções, e em Manchester e no subúrbio de Salford foram detidas outras cem pessoas.
A cidade de Birmingham manteve durante a madrugada uma vigília pelos três homens asiáticos mortos após serem atropelados por um veículo quando tentavam proteger o lugar onde moravam. A polícia está tratando o caso como assassinato, pelo que está investigando um homem de 32 anos.


folha uol.com

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