Ataces, lendário rei dos alanos, fundou a cidade de Coimbra e Alenquer, segundo os estudiosos, deve o seu nome à expressão "Alan Ker" que significa "Templos dos alanos".
Curiosamente, em 1993, a República da Ossétia do Norte acrescentou ao seu nome Alania.
Estas são algumas das pistas históricas que ligam os portugueses ao longínquo Cáucaso, quando citas, sarmatas e alanos se instalaram no Nordeste daquelas montanhas, no território situado entre o Rio Don e o Mar Cáspio. Nos primeiros séculos da era cristã, aqueles povos criaram uma civilização próspera no Cáucaso mas, em 360, os hunos derrotaram os alanos, obrigando à sua separação. Parte dos alanos sujeitou-se aos hunos, outra parte procurou refúgio nas montanhas do Cáucaso Central e uma terceira atravessou toda a Europa e instalou-se na Península Ibérica, por volta de 408.
Apesar de terem permanecido pouco tempo no território da Hispânia, os alanos deixaram importantes marcas materiais na Península Ibérica. Há vestígios deles na construção de castelos como o de Torres Vedras e Almourol ou ainda nas muralhas de Lisboa, onde os sinais da sua passagem pela Península Ibérica ainda podem ser vistos debaixo da Igreja de Santa Luzia.
Chegado à Península, Ataces, rei dos Alanos, cujo estandarte ostentava um leão, instalou-se no alto da colina a Norte do Mondego, por onde actualmente se estende a cidade de Coimbra. A vontade de aumentar os seus domínios levou-o a confrontos sangrentos com o rei suevo Hermenerico, senhor de Conimbriga, em cuja bandeira ondeava uma serpente.
Mas não foi só a sede de expansão que motivou Ataces. O caucasiano, de pele morena e cabelos escuros, apaixonou-se por Cindazunda, linda princesa sueva, de olhos claros, cabelos loiros e pele alva. Por ela, reduziu Conimbriga a cinzas e obrigou o rei suevo a aceitar o casamento da sua filha com o rival. A boda selou a paz entre o leão e a serpente , que hoje ainda se podem ver no brasão da cidade universitária. Alenquer deve o seu nome aos alanos. Segundos os estudiosos, significa "Templos dos Alanos" (Alan ker). Além disso, a localidade continua a ser prote gida pelo "cão alano", representado no seu brasão.
A raça do "cão alano", famoso pelas suas qualidades de caça e combate , foi trazida para a Península pelos alanos, não se tendo conservado no Cáucaso mas continuando hoje a ser utilizada na caça e pastoreio no País Basco.
Os atuais ossetas, ao contrário dos alanos ibéricos que passaram para o Norte de África e aí desapareceram, conseguiram sobreviver aos numerosos invasores (tártaro-mongóis, turcos, russos), mas, actualmente, estão espalhados por dois países: Geórgia e Rússia.
"Quando eu estudei História na escola, na Ossétia do Norte não nos fal avam da presença dos alanos na Europa Ocidental", recorda Teimuraz, um osseta atualmente a residir em Moscovo.
"Talvez as autoridades soviéticas - continua Teimuraz - receassem o ressurgimento do nacionalismo. Eu apenas me interessei por esse tema depois da escola, quando chegou a `perestroika` e começaram a ser publicadas obras sobre essa s páginas da história o meu povo".
Após a derrocada do comunismo, os dirigentes da Ossétia do Norte acrescentaram ao nome desta república "Alania" para recordar os laços existentes entre os alanos e os ossetas.
Fátima, outra osseta residente na capital russa, há já vários anos que vai passar férias com a família a Portugal. "As pessoas perguntam-me porque é que gosto tanto de Portugal e eu respondo que, nesse país, tenho a sensação de estar em casa. Há muita coisa de familiar, principalmente nas pessoas", esclarece Fátima. "E cada vez encontro mais razões para fazer mais uma visita a Portugal, uma delas é visitar o lugar por onde andaram os nossos antepassados", conclui ela.
Região do Cáucaso entre Turquia, Irã e Georgia (Muito longe de Portugal)
Blogdarussia/universo da história
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