O Ministério da
Educação (MEC) eliminou este ano 1.522 candidatos que tentaram fraudar ou
cometeram alguma irregularidade no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De
acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, são casos que vão de uso
de telefone celular no dia do exame a tentativa de entrar com ponto eletrônico
no local de prova. A Polícia Civil de Minas Gerais constatou indícios de que
uma quadrilha que fraudava vestibulares de faculdades particulares de medicina
no Estado e no Rio teriam atuado também na última edição do Enem. Segundo as
investigações, a quadrilha teria vendido respostas em Barbacena (MG).
Mercadante disse que
o MEC ainda não conhece as investigações. “Até o momento, nada foi encaminhado
para o MEC. Há o indício e queremos apurar com rigor, mas não recebemos nenhum
nome, em qual escola essas pessoas teriam entrado, para fazermos os cruzamentos”,
disse ontem em evento na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na
capital paulista Dentre os que foram eliminados do exame, 396 são de Minas -
quatro deles, de Barbacena. O MEC, conforme ele, não sabe se eles fazem parte
do bando investigado pela polícia mineira. Mercadante não deu detalhes sobre
participação de fiscais da prova em irregularidades.
O ministro da
Educação descartou qualquer possibilidade de cancelar o exame parcial ou
totalmente. “São todos casos isolados”, disse. O Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao MEC que
organiza o Enem, divulgou nota sobre o caso. “Como o Inep, até o momento, não
teve acesso a qualquer nome de possível beneficiado pelo esquema, é impossível
verificar se os supostos beneficiários da quadrilha estão entre os 1.522
candidatos já excluídos do exame por fraude”, afirmou o instituto.
Desde o início de
dezembro, a Polícia Civil mineira constatou indícios de que a quadrilha que
fraudava vestibulares de faculdades particulares de medicina de Minas e do Rio
também teria vendido gabaritos do Enem. A quadrilha foi desbaratada por meio da
Operação Hemóstase, que já teve execução de 21 mandados de prisão preventiva e
resultou no indiciamento de 36 suspeitos por envolvimentos nas fraudes de
vestibulares de medicina. De acordo com o responsável pelas investigações, delegado
Fernando Barbosa Lima, de Caratinga (MG), o suspeito apontado como chefe do
grupo, José Cláudio de Oliveira, de 41 anos, teria tido também acesso às provas
do caderno amarelo.
Via – Tribuna do
Norte
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