Imagem ilustrativa
De acordo com os brasileiros, militares fardados bolivianos invadiram casas de ao menos dez famílias
O Ministério da Defesa brasileiro deslocou uma tropa para o
município de Capixaba (AC), a 70 quilômetros de Rio Branco, após o exército da
Bolívia ter retomado o processo de expulsão de brasileiros. Além disso, o
governo brasileiro fez um protesto formal ao Ministério de Relações Exteriores
da Bolívia contra o que considera ser uma “ação inaceitável” das forças armadas
do país vizinho.
Ontem (27), o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil
em La Paz, Eduardo Sabóia, foi recebido no Ministério das Relações Exteriores
da Bolívia e o secretário-geral das Relações Exteriores, Ruy Nogueira,
conversou com o vice-ministro de Relações Exteriores daquele país. Agora, o
governo brasileiro aguarda uma resposta oficial do governo boliviano.
Existem mais de 500 colonos brasileiros na região do Alto
Acre, que abrange os municípios de Capixaba, Acrelândia, Plácido de Castro,
Epicilância, Brasiléia e Assis Brasil, de acordo com o Blog da Amazônia. Além
dos colonos, existem 50 produtores rurais com pequenas fazendas, que variam de
100 a 300 hectares de pastagens.
De acordo com os brasileiros, militares fardados do Exército
boliviano invadiram casas de ao menos dez famílias de colonos. Eles teriam
expulsado famílias, se apropriado de bens, matado animais para consumo das tropas
e ateado fogo em uma das casas. O grupo estaria agora na região em acampamentos
e deu um ultimato de 15 dias para que os brasileiros deixem o local.
Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre,
Nilson Mourão, citado pelo O Globo, os membros do Exército chegaram a entrar em
território brasileiro fardados e armados em busca de combustível e alimentos, o
que contraria a legislação internacional, que impede essa movimentação sem
notificação prévia ao país.
"O grave é que a Bolívia não parece empenhada em manter
boas relações diplomáticas. Qualquer ação militar que envolva os exércitos dos
dois países na fronteira deve ser comunicada, mas nem o Exército Brasileiro, nem o Itamaraty e
nem o governo do Acre foram informados da operação. A situação exige por parte
da diplomacia brasileira um protesto forte junto aos diplomatas
bolivianos", disse Mourãom ao Blog da Amazônia.
Os brasileiros se instalaram em região proibida pela
legislação da Bolívia, que veta a moradia de estrangeiros em uma faixa de até
50km da fronteira. O grupo é formado por pequenos agricultores, que vivem da
castanha e do açaí e também por criadores de gado. O reassentamento destas
famílias já havia sido acordado entre os governos do Brasil e da Bolívia e
vinha sendo colocado em prática de modo gradual. Cerca de 160 famílias já se
mudaram, mas ainda existe um total estimado em 300 famílias na região.
Segundo Mourão, o governo brasileiro fez uma doação de 10
milhões de reais para que o país vizinho invista em desenvolvimento rural.
"O Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] já adquiriu
terra para assentar cerca de 150 agricultores familiares, o que deve ser feito
nos próximos meses", afirmou. Enquanto a situação não se resolve, os
moradores buscaram abrigo nas casas de parentes e amigos em Capixaba.
Fonte: UOL.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário