terça-feira, 2 de agosto de 2011


A civilização indiana carrega as tradições como dado explicativo de sua realidade.

Por Rainer Sousa

Indiana

As origens da civilização se desenham no processo de ocupação territorial promovido por diversas tribos árias entre 2000 e 1500 a.C.. Antes disso, a civilização hindu foi responsável pela organização de uma vasta cultura repleta de artefatos que comprovam a presença de uma sociedade complexa dotada de uma agricultura extensiva, a realização de atividades comerciais e práticas religiosas próprias.
A partir desse evento temos a formação da civilização védica, que ganha esse nome por causa dos textos sagrados reunidos nos Vedas. Esta obra consiste em um conjunto de poemas e escritos atribuídos à Krishna, encarnação de Vishnu, uma das mais importantes divindades do povo indiano. Nele temos a presença de preceitos religiosos e também das regras sociais que justificam o sistema de castas indiano.
Segundo este sistema, o nascimento de uma pessoa em uma determinada família define a natureza de sua casta. Seguidores do princípio da reencarnação, os indianos relacionam a presença de uma pessoa em uma casta com a abnegação espiritual dela em suas vidas passadas. Na medida em que a espiritualidade é trabalhada, o indivíduo pode ocupar uma casta superior a cada encarnação.
Por volta do século VI a.C., um novo movimento religioso transformou o cenário indiano novamente. Segundo os códices indianos, nessa época, um príncipe chamado Sidarta Gautama abandonou sua vida de luxo e prazeres para experimentar uma vida ascética e centrada no fim do sofrimento humano. Com isso, escreveu os diversos princípios do Budismo, religião que se propagou em várias regiões do mundo Oriental.
Outras religiões como o islamismo e o jainismo também aprecem na trajetória da civilização indiana e demonstram a presença de uma historicidade em seu passado. Ao atingimos a era Moderna, observamos que outras civilizações ocidentais passaram a entrar em contato com a Índia. Os valiosos e diversificados produtos indianos chamavam a atenção dos mercadores europeus dos séculos XV e XVI.
Quando atingimos o século XIX, a entonação do contato com os europeus se transformou mediante as ações imperialistas tomadas pelo Império Britânico. Interessados em desenvolver sua economia e conquistar novos mercados, os ingleses promoveram um gradual processo de intromissão política na Índia. Com o passar do tempo, a dominação viabilizou uma forte tensão entre britânicos e indianos.
O fim da hegemonia britânica só ganhou força quando o líder Mahatma Gandhi empreendeu a organização de um movimento pacifista. Por meio da desobediência civil não violenta e a realização de discursos de grande impacto à população indiana, este líder político e espiritual conseguiu desarticular as justificativas e a ordenação do controle político sustentado pela Inglaterra.
Após atingir a independência, a Índia se envolveu com uma ainda não resolvida disputa territorial com os paquistaneses pela região da Caxemira. Além disso, a sua economia se adaptou às necessidades do capitalismo contemporâneo e, hoje, ocupa a condição de país emergente. Apesar disso, vemos que a Índia sofre com os vários dilemas que expõe as tensões entre a modernização ocidental e a perpetuação de suas antigas tradições.

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