Não há possibilidade de se fixar uma data para o surgimento na História
das primeiras ações terroristas como hoje entendemos. O que se sabe é que o
recurso ao emprego do terrorismo, no sentido de causar pavor e medo, tanto pode
vir dos que se sentem oprimidos ou injustiçados como pode originar-se daqueles
que estão por cima e que, com os aparelhos coercitivos do Estado, recorrem a
ele como instrumento de intimidação.
O aspecto mais negativo da ação terrorista, de um indivíduo ou do
Estado, é o enorme número de vítimas civis que geralmente causam, atingindo
indiscriminadamente homens, mulheres e crianças.
Numa síntese histórica, podemos arrolar o seguinte sobre o uso do terror
no mundo:
Reino de Israel
dominado pelos romanos (entre os séculos I a.C. e II)
Resistência aos romanos pelos zelotes, que tentavam proteger a tradição
judaica, e do seu setor mais radical, os sicários, que assassinavam tanto
autoridades romanas como hebreus que colaboravam com a ocupação.
Oriente Médio:
Palestina Síria e Egito (entre os séculos XI e XIII)
Ordem dos assassinos (de haxixe), liderada pelo Velho da Montanha, Hassan ibn
Sabbah, um muçulmano ismaelita que ordenava assassinatos contra sunitas e
cristãos.
Índia sob domínio
do Império Britânico (entre 1763 e 1856)
Thugs, seita de ladrões e assassinos indianos que atacavam autoridades
britânicas e viajantes indianos endinheirados.
França durante a
revolução de 1789 (particularmente entre 1793-1794)
O Reino do Terror imposto pelos jacobinos liderados por Robespierre e Saint
Just para esmagar a contra-revolução (17 mil guilhotinados e 300 mil detidos ou
aprisionados).
França durante o
consulado de Bonaparte (1800)
Chouans: facção monarquista que preparou um atentando contra Napoleão por meio
da ¿máquina infernal¿, uma carroça programada para explodir quando a carruagem
dele passasse em direção à Opera.
Na autocracia russa
(a partir da década de 1860 até 1905)
Narodniks, movimento populista que cometeu atentados e execuções visando a
atingir as autoridades do Czarado, como o assassinato no czar Alexandre II, em
1881, com o objetivo de provocar uma revolução social.
Nos sul dos EUA
(pós-guerra da secessão, fundada em 1867 e reativada a partir de 1915)
Ku Klux Klan, seita racista de brancos sulistas, que aterrorizava os negros
recém libertados (com queima de igrejas, proibição de votar, linchamentos
públicos etc), impedindo-os de serem cidadãos de fato e de direito.
França, Itália,
Espanha, Bósnia-Herzegovina por inspiração de Michael Bakunin (entre 1870-
1914)
Série de atentados anarquistas: assassinato do rei Humberto, do presidente
Carnot, do presidente McKinley, da imperatriz Elizabeth, a Sissi etc, visando à
implantação da sociedade igualitária e sem Estado (anarquê). O de maior
conseqüência foi o que vitimou o herdeiro do trono austríaco Francisco
Ferdinando, cometido em junho de 1914, servindo como estopim para a Primeira
Guerra Mundial.
Na Rússia czarista
(entre 1905-1914)
A Centúria Negra (Tchernaia Sotnia), organização secreta da ultradireita que apoiava o czar, assassinava os revolucionários e intimidava a população judaica com pogroms.
A Centúria Negra (Tchernaia Sotnia), organização secreta da ultradireita que apoiava o czar, assassinava os revolucionários e intimidava a população judaica com pogroms.
Rússia Soviética (a
partir de 1917, tanto o terror vermelho como o terror stalinista, ou o Grande
Terror)
O terror vermelho, determinado por Lenin, organizado pela Tcheka (policia
secreta), foi lançado para combater a contra-revolução e outros partidos rivais
dos bolcheviques. O Grande Terror (1936-1938) foi usado por Stalin para
eliminar a oposição interna (tanto a feita pelo partido comunista como a dos
militares). Estima-se em mais de 700 mil fuzilados.
Alemanha nazista (o
Terror Pardo, entre 1933 e 1945)
O terror pardo (cor da camisa dos militantes da SA nazista) foi desencadeado
contra comunistas, judeus, ciganos etc, como parte da política de exclusivismo
genético e ideológico do Partido Nazista liderado pro Adolf Hitler. Foram mais
de 6 milhões de mortos, a maioria em campo de extermínio ou por fuzilamento.
Irlanda, Irlanda do
Norte e Espanha
Na Irlanda, entre 1916 e 1920, celebrizou-se a organização Sin Fein-IRA que
lutava contra a ocupação britânica de 600 anos. Na Irlanda do Norte, a partir
da de 1960 foi a vez do IRA (Irish Republican Army) lutar contra os irlandeses
protestantes apoiados pela GB. Na Espanha, alçou-se o grupo ETA (Pátria Basca e
Liberdade), ainda no tempo da ditadura de Franco, com objetivo de atingir a
independência dos países bascos espanhóis.
Argélia, durante o
domínio do império francês
A FLNA (Frente de Libertação Nacional da Argélia) tanto enfrentava as tropas
colônias francesas com guerrilha como organizava atentados a bomba em Paris,
tentando atingir a independência nacional perdida em 1831. Cessou com a
independência, em 1962.
Na África
equatorial sob domínio do colonialismo europeu
Movimento Mau-Mau no Quênia luta contra os britânicos, enquanto a Frente de
Libertação de Angola e de Moçambique lutam contra as tropas coloniais
portuguesas. Cessaram os atentados e ataques com a obtenção da independência,
em 1975.
Nas zonas de
ocupação durante o conflito Israel-Palestina
OLP (Organização pela Libertação da Palestina), chefiada desde 1966 por Yasser
Arafat e, depois, pelo grupo fundamentalista Hamas, que não reconhece os
direitos de Israel sobre a região. Atacam por meio dos homens-bomba.
Argentina, durante
regime militar e período Isabel Perón (1966-1974 e 1974-1976)
ERP e Montoneros atacam oficiais das forças armadas. Os peronistas de Lopez
Rega, por sua vez, organizam a Triple A (Aliança Argentina Anticomunista) para
eliminar a oposição esquerdista. O clímax foi o Terror de Estado imposto pelo
general Videla, a partir de 1976.
Em
diversas partes do Oriente Médio, estendendo-se aos EUA e Europa
Al-Qaeda (a base), organizada por Osama bin Laden em 1979 para lutar contra os
soviéticos no Afeganistão e, depois, contra os norte-americanos. Foram os
responsáveis pelo atentado de 11 de Setembro de 2001 nos EUA. Agem por meio dos
homens-bomba em ataques suicidas.
Fonte: Educaterra - Portal Terra.Com
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