Segundo relatório, redes sociais podem ser uteis para redefinir as relações com muitos países da América Latina
Washington - Os Estados Unidos devem avançar agressivamente no uso das mídias sociais como Twitter e Facebook para promover sua agenda na América Latina e ajudar os cidadãos recém conectados à Internet a ter ganhos políticos, segundo um novo relatório dos EUA obtido pela Reuters.
O senador Richard Lugar disse que países como Cuba, Venezuela e Nicarágua ainda procuram reduzir as liberdades econômicas e políticas, enquanto que outros países latino-americanos precisavam ajudar a apoiar grupos da sociedade civil.
Ferramentas da mídia social na Internet, que desempenhou um papel central na "Primavera Árabe" em todo o Norte de África e no Oriente Médio, podem ser ainda mais influentes na América Latina, disse Lugar, principal republicano no Comitê de Relações Exteriores do Senado.
"A América Latina tem a vantagem de ter mais assinantes de telefonia móvel, usuários de Internet, acesso à banda larga e servidores de Internet seguros do que o Oriente Médio", disse Lugar no prefácio do relatório, que deve ser divulgado por seu escritório na quarta-feira.
O Departamento de Estado norte-americano deve fazer mais para ajudar países latino-americanos a lidar com deficiências em infraestrutura e experiência, particularmente na medida em que concorrentes econômicos como a China competem com os Estados Unidos por influência na região, indicou o relatório.
"Num momento em que a influência política dos EUA está diminuindo na região, fica claro que as tendências tecnológicas dos EUA podem redefinir as relações com muitos países da América Latina", disse o relatório.
O relatório elaborado por Carl Meacham, assessor sênior de Lugar para a América Latina e o Caribe, recomenda que os EUA apoiem programas de formação em engenharia avançada de software, bem como informática básica e programas de alfabetização online na região.
Com apenas 12 por cento dos recursos online disponíveis em espanhol ou português, o relatório mostrou que o Departamento de Estado também deve apoiar o desenvolvimento de websites locais e tradução de outros recursos da Internet.
Liderada pelo Brasil, clientes em muitos países latino-americanos estão comprando computadores e telefones celulares, tornando a região um mercado de grande crescimento para gigantes da Internet, incluindo Google.
Para atingir ainda mais os 600 milhões de latino-americanos, o relatório de Lugar disse que empresas privadas e os governos devem concentrar-se na infraestrutura de velocidade, como aquela necessária para mensagens de texto a sites de mídia social, assim como o desenvolvimento de conteúdos que podem ser usados com velocidades mais lentas.
Alec Ross, assessor da secretária de Estado, Hillary Clinton, para questões de inovação, afirmou que o relatório de Lugar estava em linha com os esforços do governo dos EUA para expandir o acesso à Internet em todo o mundo através de tudo, de "campos de treinamento tecnológico" para blogueiros a programas de desenvolvimento que podem contornar firewalls impostos por censores governamentais.
"Para nós, (a mídia social) é uma maneira de conectar e interagir com as pessoas que tendem a não se sentar em mesas de mogno em salas de conferência diplomática", disse Ross à Reuters.
Fonte: Infoabril.com
Desde a Independência eles quiseram mandar em nós. E agora querem mandar de outra maneira.
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