sexta-feira, 7 de outubro de 2011

De Johannes Kepler a Steve Jobs, uma esperança



Uma maça, símbolo da Apple, é deixada ao lado de fora de uma das lojas da marca na Califórnia. Foto: Robyn Neck/AFP
Imaginemos a professorinha de História do ano 2.511. Será um robozinho tipo R2D2 -aquele baixinho simpático do Guerra nas Estrelas…A aula do dia: o que os aluninhos de 2.511 – daqui a 500 anos, portanto – sabem do Século XX, o que acabamos de deixar. Enquanto R2D2 circula pela sala os aluninhos acionam suas memórias computadorizadas. Uma luzinha se acende no painel. Algum aluno quer responder.
R2D2 gira sua atenção para SilverZoo, um dos alunos mais rápidos no uso do computador-memória. SilverZoo? Os nomes, nesse futuro serão bastante diferentes. Ele digita: “Foi naquele século que um fisico chamado Albert Einstein descobriu a teoria da relatividade.
Outra luzinha vermelha no painel.
“Foi no Século XX que o homem chegou à Lua.”
“Parabéns XPTOKey”, diz a professorinha padrão R2D2 .

Avavanix, a menininha sempre muito ligada, aciona o seu botão-resposta: “Também foi o século em que nasceu Steve Jobs.”
Novamente os parabéns da professorinha.
Steve Jobs, mais do que qualquer intelectual, filósofo, mais do que qualquer sociólogo ou líder político, transformou a humanidade com as suas invenções.

O empresário Steve Jobs, morto na quarta-feira 5
Ele e um certo Bill Gates mudaram definitivamente os rumos da História a partir da criação da internet.
Como Gates, Steve Jobs ganhou muito dinheiro e acabou por transformar-se em símbolo de uma modernidade em constante evolução. O ponto de chegada dessa evolução ninguém sabe qual será.
Até onde poderá ir essa nova língua que nasceu outro dia? E as novas cabeças, formatadas desde o berço pela web?
O que poderemos esperar delas? Um mundo melhor? Um futuro em que os valores atuais do ser humano sejam substituidos por outros, que sequer vislumbramos?
Eu, pessoalmente, creio que esse  mundo está apenas começando. Estamos ainda na infância do futuro.
Apenas acredito, tenho fé e esperança que no túmulo de Steve Jobs se possa repetir o que está gravado desde 1630 na lápide de Joahan Kepler, o astrônomo revolucionário do Século XVII : “Estudei as estrelas…Pelo universo infinito viaja minha alma…Na Terra fica o corpo…”
Tão Gomes

Fonte: Carta Capital

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