A detecção inédita de ondas
gravitacionais, as dobras no espaço e no tempo postuladas por Albert Einstein
100 anos atrás e anunciadas em fevereiro, não foram um acaso feliz – cientistas
disseram nesta quarta-feira (15) que as flagraram pela segunda vez.
Os pesquisadores disseram
ter captado as ondas gravitacionais que se espalharam pela Terra depois que
dois buracos negros distantes giraram um rumo ao outro e se fundiram em um
único e imenso abismo 1,4 bilhão de anos atrás. A colisão violenta desencadeou reverberações
pelo espaço-tempo, uma fusão dos conceitos de tempo e espaço tridimensional.
Estas ondas gravitacionais
foram detectadas por observatórios gêmeos dos Estados Unidos no dia 25 de
dezembro de 2015 pelo horário norte-americano. Os detectores estão localizados
em Livingston, na Louisiana, e Hanford, no Estado de Washington.
A primeira detecção de ondas
gravitacionais ocorreu em setembro passado e foi anunciada em 11 de fevereiro.
O acontecimento criou sensação no meio científico e representou um marco na
física e na astronomia, transformando uma implicação peculiar da Teoria Geral
da Gravidade de 1916 no reino da observação astronômica.
Tanto as ondas detectadas em
setembro quanto as de dezembro foram desencadeadas pela fusão de buracos
negros, regiões de massa tão densa que nem fótons de luz podem escapar dos
escoadouros gravitacionais que eles produzem no espaço.
Os buracos negros fundidos
que fizeram o espaço vibrar em dezembro eram muito menores do que o primeiro
par, demonstrando a sensibilidade dos instrumentos do recentemente atualizado
Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (Ligo, na sigla
em inglês).
"Estamos começando a
ter um vislumbre de um tipo de informação astronômica nova que só pode vir de
detectores de ondas gravitacionais", disse David Shoemaker, pesquisador do
Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o prestigioso MIT.
Os buracos negros que
suscitaram as ondas gravitacionais recém-captadas eram oito e 14 vezes maiores
do que o sol, respectivamente, antes de se fundirem em um único buraco negro
cerca de 21 vezes maior do que o sol.
O detector de Louisiana
percebeu as ondas primeiro e o de Washington 1,1 millissegundo mais tarde. Os
cientistas podem usar a diferença de tempo para calcular aproximadamente onde a
fusão dos buracos negros aconteceu.
Fonte: G1.com/ciencias-e-saude
Nenhum comentário:
Postar um comentário