segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Um adeus ao senhor Zezinho Nunes - O AGRICULTOR

Morreu ontem, 08/09/2013, o Senhor Zezinho Nunes

O AGRICULTOR

Além de um homem de bem, dono de sua casa e que vivia de seu trabalho era conhecidíssimo, tendo como paradigma, o trabalho. Sinônimo de trabalho – aqui em Santo Antônio – dizia-se imediatamente: ZEZINHO NUNES!               
Era homem de pulso, de muita coragem para o trabalho. Quem quisesse acompanha-lo no trabalho dizia: “não quero  que nenhum trabalhador meu trabalhe mais do que eu, só precisa me acompanhar e trabalhar igual a mim”. E ninguém, mesmo que tentasse, conseguiria fazê-lo. O homem era um “mostro” para o trabalho. Aqueles que conheciam os seus roçados se alarmavam. Antes, aqueles curiosos acostumados com medíocres duas, três mil-covas se perdiam entre as suas cem, cento e cinquenta ou duzentas mil-covas. Fosse algodão, feijão, milho ou roça lá estava ele a ajudar a produzir alimentos; alimentos que tantas bocas alimentaram, na escassez de alimentos das grandes secas das décadas de 60/70/80.
As pessoas que o via se admiravam ao ver retirar, com o esforço de suas próprias mãos, grandes safras que se multiplicavam ano após ano. Chegava o final de semana, hora de descansar, afinal ninguém é de ferro!  Porém, para os outros, não para ele, que aos sábados, na feira, iria desde a madrugada, a tomar conta da sua mercearia onde passava o dia sem reclamar de cansaço algum. Lavouras, mercearias; tudo lhes brotavam da mão, mãos hábeis que fazia clarear a esperança nos e dos seus familiares que teriam a certeza de não passar fome. Afinal tinham a esperança no brutal trabalhador, ele, Zezinho Nunes.  Pelas casas de farinha muitas vezes chegou a produzir dezenas de sacas – é muita gente para alimentar – dizia.
Hoje se foi o senhor Zezinho Nunes. Homem de muita fibra – exemplo para os que ficam – retrato ideal do homem sertanejo: forte e bravo e que nunca fugiu da luta, “da lenha brava” que desafia todos nós na luta penosa do dia-a-dia. A partir de hoje, como forma física, não existirá mais, deixará esse mundo para nunca mais voltar. Nunca mais! Mas, ficará nas lembranças e nos momentos, como diria o poeta, “são momentos e nada mais”,  esses estampados na memória que, inevitavelmente, e naturalmente se tornará, aos poucos, eternas saudades. Homem que parte e deixa muitas saudades entre parentes e amigos.

Ao senhor Zezinho Nunes, meus respeitos!




Por: Claudianor D. Bento


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