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O Rio Grande do Norte possui
a sexta pior distribuição de renda do Brasil. Mais de 68% das famílias
potiguares sobrevivem com até três salários mínimos por mês, enquanto pouco mais de 4% das famílias concentram rendimentos
que podem chegar a mais de 20 salários mínimos. Os números colocam o RN na 18º
posição quanto ao rendimento familiar. Além disso, somos o segundo Estado com a
maior taxa de população desocupada do país – 11%. Os dados foram revelados
ontem, dia 18, com a publicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A medida que avalia o grau
de concentração da riqueza é apontada pelo Índice de Gini. Desenvolvida pelo
estatístico italiano Corrado Gini, o índice calcula a desigualdade de
distribuição de renda e consiste em um número que varia de 0 a 1. Zero
corresponde à perfeita igualdade e 1 à desigualdade máxima. Em 2013, o RN
obteve valor de 0,521. O número é maior que o resultado do ano passado, quando
o Estado obteve índice de 0,504. Ou seja, a desigualdade aumentou no RN.
O pior resultado foi
apontado para o Estado do Piauí – 0,566. A melhor posição ficou com Santa
Catarina – 0,436. Nacionalmente, a média é de 0,498. A região que apresentou a
pior média, ou seja, o maior nível de desigualdade, foi o Nordeste – 0,523.
Os números do Índice Gini
podem ser melhor compreendidos quanto analisados outros dados apontados pelo
PNAD/2013. O Rio Grande do Norte possui 1.116.000 famílias. A maior parte
(892.000, ou seja, 80%) reside na zona urbana. As demais 224.000 famílias (20%)
estão na zona rural.
O estudo apontou o
rendimento mensal familiar. Trinta e três mil famílias sobrevivem apenas de
doações ou benefícios sociais e não têm qualquer tipo de renda. 68,3% das
famílias potiguares, ou seja, 745 mil grupos familiares, possuem renda mensal
de até três salários mínimos: R$ 2.172,00. No entanto, o valor do rendimento
médio mensal das famílias do Estado é de R$ 2.145,00 distribuído da seguinte
forma: R$ 2.359,00 (zona urbana) e R$ 1.293,00 (zona rural).
Taxa de desocupação
No ano passado, a população
potiguar ocupada com 15 anos ou mais de idade totalizou 1,464 milhão de
pessoas, o que não representou crescimento com relação a 2012. A população
ocupada masculina foi de 882 mil pessoas e a feminina de 582 mil. O PNAD
apontou ainda que a população economicamente ativa (PEA) – proporção de pessoas
ocupadas na população em atividade ativa – foi de 61,8%, em 2012, e 61,2%, ano
passado.
Em um ano, o número da
população desocupada subiu ano passado. O salto foi de 68 mil pessoas. Em 2012, eram 112 mil pessoas
sem ocupação e, em 2013, esse número ficou em 180 mil. O resultado colocou o
Rio Grande do Norte com a segunda pior taxa de desocupação do Brasil – 11%. Em
2012, essa taxa era de 7,1%.
Uma destas pessoas
desocupadas é a, agora, dona de casa Milene da Silva, 31 anos. Ela está
desempregada há mais de um ano. Mãe de quatro filhos, ela depende da renda do
marido para se manter. “Estou procurando emprego. Deixei currículos em algumas
empresas e espero ser chamada o mais rápido possível. Fui chamada para entrevista
e estou confiante. É muito ruim estar desempregada”, contou.
Moradora do bairro Mãe
Luíza, Milene disse ainda que não é a única na situação de desocupada. Na rua
onde mora, há outras pessoas sem trabalho e renda. “Muita gente está sem
trabalhar. A maioria, aqui, apenas cuida dos filhos”, explicou. O marido de
Milene é pintor autônomo e recebe, mensalmente, aproximadamente R$ 1 mil.
Fonte: Tribuna do Norte
Com: Júlio Pinheiro e Roberto Lucena
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