Morreu ontem, 08/09/2013, o
Senhor Zezinho Nunes
O AGRICULTOR
Além de um homem de bem, dono de
sua casa e que vivia de seu trabalho era conhecidíssimo, tendo como paradigma,
o trabalho. Sinônimo de trabalho – aqui em Santo Antônio – dizia-se
imediatamente: ZEZINHO NUNES!
Era homem de pulso, de muita
coragem para o trabalho. Quem quisesse acompanha-lo no trabalho dizia: “não
quero que nenhum trabalhador meu
trabalhe mais do que eu, só precisa me acompanhar e trabalhar igual a mim”. E
ninguém, mesmo que tentasse, conseguiria fazê-lo. O homem era um “mostro” para
o trabalho. Aqueles que conheciam os seus roçados se alarmavam. Antes, aqueles curiosos acostumados com
medíocres duas, três mil-covas se perdiam entre as suas cem, cento e cinquenta
ou duzentas mil-covas. Fosse algodão, feijão, milho ou roça lá estava ele a
ajudar a produzir alimentos; alimentos que tantas bocas alimentaram, na
escassez de alimentos das grandes secas das décadas de 60/70/80.
As pessoas que o via se admiravam
ao ver retirar, com o esforço de suas próprias mãos, grandes safras que se
multiplicavam ano após ano. Chegava o final de semana, hora de descansar,
afinal ninguém é de ferro! Porém, para
os outros, não para ele, que aos sábados, na feira, iria desde a madrugada,
a tomar conta da sua mercearia onde passava o dia sem reclamar de cansaço algum.
Lavouras, mercearias; tudo lhes brotavam da mão, mãos hábeis que fazia clarear
a esperança nos e dos seus familiares que teriam a certeza de não passar fome.
Afinal tinham a esperança no brutal trabalhador, ele, Zezinho Nunes. Pelas casas de farinha muitas vezes chegou a
produzir dezenas de sacas – é muita gente para alimentar – dizia.
Hoje se foi o senhor Zezinho
Nunes. Homem de muita fibra – exemplo para os que ficam – retrato ideal do
homem sertanejo: forte e bravo e que nunca fugiu da luta, “da lenha brava” que
desafia todos nós na luta penosa do dia-a-dia. A partir de hoje, como forma
física, não existirá mais, deixará esse mundo para nunca mais voltar. Nunca
mais! Mas, ficará nas lembranças e nos momentos, como diria o poeta, “são
momentos e nada mais”, esses estampados
na memória que, inevitavelmente, e naturalmente se tornará, aos poucos, eternas
saudades. Homem que parte e deixa muitas saudades entre parentes e amigos.
Ao senhor Zezinho Nunes, meus respeitos!
Por: Claudianor D.
Bento
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