Entre as obras mais características de Sitte está a
'Homenagem a Lênin' (Foto: Robert Michael/AFP)
O pintor alemão Willi Sitte, expoente da arte por incumbência
da extinta Alemanha comunista e retratista do Politburo germânico-oriental,
faleceu aos 92 anos, informaram neste sábado (8) fontes da fundação que leva
seu nome.
O artista morreu em sua casa na cidade de Halle, no leste do
país, em consequência de uma longa doença, acrescentou a fonte.
Presidente da Associação de Artes Plásticas da República
Democrática Alemã (RDA) entre 1974 e 1988, era considerado o máximo
representante do chamado realismo socialista alemão dos anos da Guerra Fria.
"Sua morte nos deixa profundamente abalados. Mas, ao
mesmo tempo, nos impulsiona a trabalhar para a projeção futura de seu legado
artístico", disse o presidente da Fundação Willi Sitte, Hans-Hubert
Werner, em comunicado.
A entidade que leva o nome do artista, com sede em Merseburg,
nos arredores de Berlim, conserva boa parte da produção do pintor, que ficou
postergado dos circuitos artísticos após a queda do Muro (1989) e conseguinte
dissolução da Alemanha Oriental (1990).
As obras denominadas de "propaganda" da extinta
Alemanha comunista foram incluídas por alto em algumas grandes exposições recentes
sobre a arte na RDA, como a que aconteceu na Neue Nationalgalerie de Berlim, em
2003, ou em Weimar, em 2012.
Em ambos os casos, a obra de Sitte esteve presente como
exemplo da arte propagandística a serviço da RDA, em contraposição aos valores
surgidos do outro lado do Muro.
Entre as obras mais características de Sitte está a
"Homenagem a Lênin", considerada expoente dessa arte por encomenda ou
subvencionada por parte do Politburo.
Sitte nasceu em fevereiro de 1921 em Kratzau, atual República
Tcheca, se formou como artista já na Alemanha e serviu na Wehrmacht de Hitler
até 1944, ano em que desertou para se unir aos partisans italianos.
Em Milão, Veneza e outras cidades italianas, ele viveu o
pós-guerra, até que em 1947 retornou à Alemanha, mas na Alemanha Oriental, em
cujo partido comunista único ingressou como militante.
A partir daí, começou a ser conhecido como artista oficial do
regime germânico-oriental, apesar de manter inicialmente também posturas
críticas para com autoridades do país. Ele também chegou a ser deputado da
Assembleia Popular e principal responsável por sua Academia de Artes Plásticas.
Com a reunificação alemã, ficou afastado da vida artística
até que, por ocasião de seu 85º aniversário, em 2006, foi criada a fundação que
leva seu nome, e com isso readquiriu parte do prestígio do passado.
Fonte: Portal G1.globo.com
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